Tipos de copos para cervejas especiais

Quer degustar suas cervejas preferidas e ter uma experiência completa?

A dica que trago é: tenha uma diversidade de copos. Afinal, eles fazem a diferença na hora da degustação de cerveja. No texto divulgado anteriormente, eu falei sobre essa importância de usar o copo correto na hora da degustação da cerveja.

No texto de hoje, vou falar sobre alguns tipos de copos, seu desenho e qual o estilo de cerveja ideal para degustar nele. Como existe uma infinidade de formato, falarei sobre os principais.

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Pilsner: Intimamente chamado por nós de “tulipa” é o copo ideal para as cervejas pilsen. Com o formato fino embaixo e largo na boca proporciona que o aroma dos lúpulos vá direto para o nariz. É confundida com o copo Lager, mas, o Pilsner tem a boca mais larga.

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Lager: É o mais indicado para tomar aquele chopinho. E muitos usam para tomar as pilsen também. É alto e tem forma cilíndrica. Esse formato ajuda na formação e manutenção da espuma e da temperatura.

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Weizen: Ideal para as cervejas de trigo alemã, as Weiss. O copo foi pensado para caber todo o líquido das garrafas de 500ml, inclusive as leveduras que ficam no fundo da garrafa, sobrando ainda um espaço para a formação da espuma, que vai ajudar a não deixar que a cerveja esquente tão rápido.

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Pint: Comum nos pubs ingleses e irlandeses, o nome refere-se a uma unidade de medida. Um Pint na Inglaterra equivale a 568 ml, já nos Estado Unidos, 473 ml. Comporta uma grande quantidade de cerveja, por isso, a base é estreita para diminuir a transferência do calor das mãos. Ele é ideal para cervejas de intensidade aromática moderada como: IPA, Stout, English e American Pale Ale.

canecaCaneca ou Mass: os canecões alemães têm um material mais robusto. Não é à toa que nos eventos alemães podem ser observados aqueles brindes feitos com vontade, batendo uma caneca na outra. São usados com frequência por choperias que oferecem maior quantidade de chopp e não tem um estilo específico, aqui o que vale é a quantidade. Algumas cabem até 1 litro.  Por isso, ficam melhor para cervejas que não têm problema tomar em temperatura ambiente.

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Tumbler: Ideal para tomar cervejas de trigo belga, as Witbier. Como essas cervejas não formam muito creme, não exigem que o copo tenha uma boca tão fechada. E são bem resistentes.

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– Goblet: Ideal para as belgas, trapistas, que são encorpadas e complexas. Chamado também de Cálices, a borda é larga para que o creme da cerveja não se perca e mantenha o aroma concentrado. Sua haste comprida evita que a mão esquente a cerveja. Alguns ainda possuem uma técnica de entalhe no fundo, formando um ponto de nucleação de dióxido de carbono, que permite a formação constante de espuma.

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– Tulipa: Ideal para cervejas aromáticas e que possuem bastante creme como as Belgian e Brown Ale, Tripel e Bock. Sua borda larga é virada para fora para facilitar a saída dos aromas. Mas, confesso que sua haste curta me incomoda.

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– Americano: Para nós, mineiros, é COPO LAGOINHA. Provavelmente você tem um desse em casa. Ele é sem frescura. Ideal para American Lager. Como é pequeno, a cerveja não fica por muito tempo dentro dele, com isso ela não corre o risco que ficar quente.

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Caldereta: Também é mais fácil achar nas casas. Bem versátil devido seu formato, pode ser usado para tomar as lagers claras, Bitter até Porter e Stout. É bom tê-lo que é um coringa.

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Pokal: seu formato facilita a visualização da transparência do líquido e o pequeno estreitamento na borda retém os aromas. Considerado um copo coringa também, é usado para beber a maioria dos tipos de cerveja, em especial, as carbonatadas, escuras ou claras.

– Dublin: Seu corpo arredondado com bocal mais estreito concentra os aromas, e a curvatura na parte superior ajuda na evolução e estabilidade de espuma. Ideal para cervejas que possuem bastante creme como a Belgian Ale, Bière de Garde e Bock.

Gostou? Eu sou a maníaca do copo. Só não tenho mais porque não tenho mais espaço.

Agora, é só escolher seu estilo preferido, o copo ideal, um tira-gostinho e pronto. Pröst!

Post sobre a limpeza do copo influencia na degustação

Post sobre temperatura ideal da cerveja.

Hofbrauhaus: Visita à fábrica de BH

Apesar de o bar/restaurante da Hofbrauhaus BH já ter aparecido por aqui nas dicas de Onde Beber Artesanal, hoje, darei como dica a visita à fábrica da HB.

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É uma experiência única em BH já que, além de aprender todo o processo produtivo e toda tecnologia envolvida na preparação de algumas das melhores cervejas do mundo, que é exatamente igual à da matriz, em Munique, você ainda tem o prazer de experimentar pratos típicos alemães.

Tem uma visita por sábado. E os sábados são definidos pela cervejaria, que recebe o agendamento pelo seu no site.

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A visita começa com um dos sócios da casa, Henrique, contando um pouco da história e curiosidades da cerveja, que é produzida desde 1589, em Munique. Além disso, ele conta como foi o trâmite para trazer a marca para Belo Horizonte, sendo a única filial da América Latina.

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Enquanto ele conta, é servido alguns dos principais pratos da casa, super alemães: o Pretzel, que nem precisa falar que eu amo.

Que é um pão típico bávaro, inclusive vem de Muniquepara BH; e a Salsicha tipo Bratwurst  ou Vitela (não sei) servida com 3 mostardas típicas também. Tudo muito saboroso, fazendo você se sentir na HB original.comida alema

Depois do reforço no estômago, partimos para conhecer a produção. Na parte externa, a gente vê os tanques de fermentação que dão um charme à parte e os outros equipamentos que fazem parte da produção dos quatro estilos de cervejas disponíveis na casa: três fixos (lager, weizen e dunkel) e um sazonal, que muda a cada mês.

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A Lager é uma Premium Lager tradicional alemã com equilíbrio e refrescância; A Hefe Weizen é a cerveja de trigo, bem marcante, com o aroma e sabor frutados; a Dunkel, é uma lager escura com combinação de sabores tostados e tons de caramelo. Para mim, a melhor!; e a sazonal era a Pils com caráter maltado levemente adocicado em equilíbrio com o amargor dos lúpulos alemães, de toques florais e herbais. Final seco e refrescante.

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Os ingredientes para fazê-las são 100% importados e a água passa por um processo de beneficiamento para que se iguale à água utilizada na fábrica de Munique. Isso faz com que a cerveja produzida no Brasil seja idêntica a produzida na Alemanha. Os padrões de produção são bem rigorosos. Ou seja, você toma a mesmíssima cerveja que tomam em Munique, Berlim…

A casa é um BrewPub, já que a fábrica é ligada ao restaurante e as cervejas servidas são frescas, saindo diretamente dos tanques.

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Depois de algumas explicações e dúvidas sanadas, chegou a melhor parte: a degustação das cervejas da casa.

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Nem precisa de falar o quanto todas são maravilhosas. Depois de degustar a régua, você pode escolher a sua preferida, eu escolhi a Dunkel, para você mesmo retirá-la na biqueira.

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A gente aprende a tirar cerveja do Gruber, um sistema austríaco de dosagem para servir as bebidas. Nele, o desperdício é zero, o que acontece muito nas cervejarias com chopeiras. Depois que a medida certa é servida, a máquina trava, sai a espuma na risca certa e não cai uma gota para fora do copo. Interessante, né?

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Depois disso, é só sentar, apreciar essa beleza de chope e bater aquele papo gostoso com a galera do tour.

Adorei essa experiência! Prosit!!

Hofbräuhaus Belo Horizonte
Av. do Contorno, 7613 – Lourdes
Belo Horizonte- MG
http://www.hofbraubh.com.br
Instagram: @hofbrauhausbh

Sobre estilos: Weiss (Trigo)

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Aqui, no Brasil, a conhecemos como cerveja de trigo, mas podem ser chamadas também de Weiss/Weizen ou Weissbier/Weizenbier. Pode usar qualquer um desses nomes pois, em alemão, weizen significa trigo e weiss branco.  São assim que elas são conhecidas na Alemanha, país onde ela é tradicionalíssima, mais precisamente na região da Bavaria. Que, aliás, tem como costume tomar cervejas de trigo no café da manhã.

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De acordo com as leis alemãs, para serem consideradas cervejas de trigo, a receita deve apresentar, no mínimo, 50% de malte de trigo e o restante de malte de cevada. Além do lúpulo e da levedura apenas.

A cor dela varia de amarelo claro a âmbar claro. A maioria delas são mais turvas e esbranquiçadas porque não são filtradas. Normalmente, elas têm a nomenclatura “hefe” na frente (hefe-weissbier), que são feitas para serem apreciadas com o fermento. Devido a esse fermento, o copo para tomá-la tem que ser diferenciado (como esse ao lado – grande com a parte de cima larga), de forma que, durante a degustação, dê para misturar o fermento que deposita no fundo do copo.

As cervejas de trigo tradicionais têm sabor frutado, lembrando banana, além do sabor e aroma que se assemelham ao cravo ou noz moscada. São mais adocicadas e muito pouco amarga (com o IBU de 8 a 15). Possuem um teor alcoólico mais leve, entre 5% a 6%. Por isso, muitos que estão começando no mundo das artesanais começam com ela. É fácil de tomar. E comigo não foi diferente. Foi o primeiro estilo artesanal que tomei.

As minhas preferidas são hefe-weissbier alemãs! Essas podem tomar de olho fechado.

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Witbier ou Wheat – Cervejas de trigo típicas da Bélgica. São ainda mais refrescantes que as alemãs, levam em sua composição cascas de laranja e especiarias como coentro, a tornando mais cítrica. “Wit” em flamenco quer dizer branco, numa analogia semelhante à usada na Weissbier. São mais amareladas.

American Wheat Beer – Cervejas de trigo americana. Não lembra a alemã. Tem um sabor maltado do grão de trigo e lúpulo americano ou nobre, normalmente com notas cítricas e florais.

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Dunkel Weizen – Cervejas de trigo feita com maltes torrados, por isso são escuras. Além das notas de banana e cravo, tem um maltado mais intenso lembrando achocolatado.

Weizenbock – Uma Dunkel Weizen mais forte, mais alcoólica e potente, com aromas intensos de frutas escuras, como ameixa, e frutas passas. É bem adocicada e encorpada.71xEYU0ojdL._SL1500_

Berliner Weisse – Cerveja de trigo ácida, seca e leve, com bastante gás carbônico. São mais clarinhas.

Deu água na boca, né!?

#TBT: Barbara Cabesas Bier – Palacio Salvo (Montevidéu)

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A cerveja do #tbt de hoje é uma cerveja de trigo bem boa!

É a Barbara uma Weiss da Cervejaria Cabesas Bier, uma cervejaria do Uruguai, sobre a qual eu já falei por aqui.

A cor dela é bem turva devido a sua levedura especial e por ela não ser filtrada. O aroma é bem tradicional, conforme manda o estilo, de cravo e banana. Assim como o aroma, seu sabor é tradicional de uma Weiss:  doce e frutado. Muito refrescante de tomar, nada enjoativa. Amargor quase não tem, seu IBU é 15 e o teor alcoólico é 4,9%.


O ponto turístico é um dos cartões postais de Montevideo: o Palácio Salvo, um edifício inaugurado no ano de 1928.

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O prédio tem 95 metros e 27 pisos, foi a torre mais alta da América do Sul por vários anos.

A sua localização é bem privilegiada, já que fica em frente à principal praça da capital, a Plaza da Independencia, e na esquina da principal avenida, a 18 de Julio.

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Fizemos uma visita guiada, que vale muito a pena. Pois o guia conta muitos momentos marcantes e lendas desse prédio.

Uma coisa que achei interessante é que todos os detalhes da construção têm um significado, já que sua estrutura e decoração se basearam nos princípios da alquimia e da maçonaria.

Hoje, o prédio é ocupado por empresas e apartamentos residenciais. Além disso, tem uma sala onde acontecem jogos e campeonatos de sinuca.

Visitamos vários andares, cada um com um pouco de história para contar, até chegar no terraço.

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Aí sim. Lá de cima, você tem uma linda vista da Plaza Independecia, do Rio Prata e de boa parte de Montevidéo. Como diz o guia, logo ali atraz daquela linha horizontal, está a Argentina. 🙂

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Para quem gosta de história e vista bonita, vale muito a pena esse passeio.

#ficaadica