Terroir Brasil: nossa identidade na cerveja brasileira

Com o objetivo de fortalecer a identidade do terroir brasileiro e valorizar o que é nosso, o sommelier de cerveja, Jefferson Brandão, criou o projeto Terroir Brasil: nossa identidade na cerveja brasileira – Edição Cervejeiros Caseiros, do qual eu tenho o prazer de ter recebido o convite para ser uma das embaixadoras.

O que é Terroir?

Terroir (lê-se Terroá) é um termo da língua francesa que se refere a um senso de lugar. No universo das bebidas, essa expressão indica que as características do ambiente irão impactar diretamente na qualidade na bebida. Ou seja, o arranjo proporcionado pela combinação do clima, características do solo, altitude e microrganismos disponíveis localmente, de forma única na região, vai trazer atributos singulares à bebida daquele local.

Assim como as cervejas bem lupulada, lembrando frutas cítricas remetem aos lúpulos americanos; uma Lager de fermentação limpa, onde o maltado e o lúpulo floral se destacam se associa à escola alemã, o Brasil está em busca dessa identidade, ou seja, o Terroir Brasileiro. (Fonte: Clube do Malte)]

Voltando ao projeto

Para que o projeto fosse capaz de ser realizado, o Jefferson conseguiu o apoio de 19 empresas do seguimento que doaram insumos nacionais para a produção das cervejas. Ou seja, os maltes, os lúpulos, leveduras e nutrientes usados na produção são 100% brasileiros.

Esses insumos foram entregues a 32 cervejeiros para que eles pudessem produzir uma cerveja tendo como base uma BR Ale. Um estilo de cerveja com baixos teor alcoólico e baixo amargor, para que no momento da degustação seja possível sentir o sabor e a explosão de aromas de lúpulo com uso de adjuntos e algum ingrediente tipicamente brasileiros.

Os cervejeiros tiveram orientação de especialistas através de encontros virtuais com temas como água cervejeira, lupulagem, fermentação, para auxiliar na produção.

Foram 30 dias para acompanhar as brasagens.

Para avaliar a cerveja, foi realizada uma Confraria com especialistas. Nessa confraria, foram escolhidas as três melhores cervejas

Vencedores do Projeto

1º Porto Cervejaria – Thiago Porto
2º Cão de Rua Cerveja Solidária – Ricardo Fonseca
3º Cerveja feita por Vinícius de Paula

Os três vencedores vão produzir uma receita collab na planta piloto da Cervejaria Verace e o campeão do projeto ganhou uma panela Single Vessel automatizada de 10 litros fornecido pela pela Cerveja da Casa.

As cervejas produzidas durante o projeto serão vendidas e o valor arrecadado será doado para a instituição social Casa da Criança. Além disso, durante todo o projeto, foi possível ajudar fazendo doação de alimentos não perecíveis para a instituição @samaritanas_sabara.

Mais um projeto muito importante do Jefferson Brandão com o intuito de fortalecer e disseminar a cultura cervejeira em BH, além de ter um caráter solidário que o torna ainda mais especial.

O projeto em números e apoiadores

– 225 kg de malte de 4 maltarias: Agraria, Blumenau, Br malte
e Catarinense
– 9 kg de lúpulo de 4 fazendas: Brava terra, Irahops, Dalcin e
Mundo Hop
– Leveduras de 2 laboratórios: Laboratório da cerveja e Levteck
Coadjuvantes da Prodooze

Confira mais sobre o projeto e os demais apoiadores aqui: @solarbrandao

Termos cervejeiros que você precisa saber!

cervejeiro

A gente que acompanha perfis de Instagram e blogs especializados em cerveja sempre se depara com algumas palavras específicas do meio cervejeiro. Algumas são tão usadas que a gente acaba acostumando, assimilando e entendendo o que significa. Mas, outras, a gente tem que “dar um Google”, não é mesmo?

Para te dar uma ajudinha, trago aqui alguns termos cervejeiros e seus significados para que você possa se familiarizar e saber um pouco mais sobre cada um. Bora aprender mais um pouquinho!

ABV: sigla de Alcohol by Volume, “Álcool por Volume” em inglês. A grosso modo é o percentual de álcool que tem na cerveja. Nosso famoso Teor Alcoólico. Seu cálculo é definido como o volume em ml de álcool puro em 100 ml. Ou seja, uma cerveja com 10% de ABV contém 10 ml de álcool a cada 100 ml de cerveja. Eita!
Leia mais sobre ABV nesse post que fiz.

ADSTRINGÊNCIA – É a sensação de contração e repuxamento na boca, em especial na língua. É a mesma sensação de quando você come uma banana verde. Isso ocorre quando acontece algum erro durante a produção da cerveja.

ANTIOXIDANTE – Substância colocada na cerveja para protegê-la contra a ação do oxigênio, evitando sua oxidação.

BUQUÊ – Sensação que traduz a complexidade dos aromas de cerveja produzidos por seus ingredientes e seu processo.

BJCP – Abreviatura de Beer Judge Certification Program. É uma associação americana que padroniza os parâmetros de julgamento de cervejas nos concursos. Essa associação desenvolveu um Guia de Estilos de Cerveja, usado no mundo inteiro, para produzir e julgar as cervejas.

BRASSAGEM – É uma das fases da fabricação da cerveja. É a etapa em que macera os maltes. Momento em que que os açúcares são extraídos dos grãos através da atuação de diferentes enzimas ativadas pelo aquecimento da água em diferentes temperaturas.

No meio cervejeiro, costuma-se usar a palavra “Brassagem” para falar que vai fazer cerveja. “Vou fazer uma brasagem hoje” = “Vou fazer cerveja hoje”.

CARBONATAÇÃO – É o teor de gás carbônico (dióxido de carbono – CO²) presente na cerveja. São bolhinhas que ajudam na formação da espuma. Se a cerveja estiver com muita espuma, ela estará muito carbonatada. Leia mais sobre a Espuma aqui.

CERVEJARIA CIGANA – Cervejaria que não tem fábrica própria, ou seja, terceiriza sua produção na fábrica de outra cervejaria.

CORPO – É a sensação que temos da cerveja na boca quando bebemos, ou seja, é o peso que a bebida faz na língua. Quando sente ela leve na língua, tem um corpo baixo. Quando sente pesada, tem um corpo alto.
Saiba mais sobre o corpo da cerveja aqui.

DRINKABILITY – É um conceito subjetivo que mede o quanto a cerveja é bebível ou agradável. Uma cerveja com alta drinkability é uma cerveja fácil e leve de beber. Cervejas com baixa drinkability, são cervejas pesadas que não se consegue beber muito.

EBC ou SRM – São escalas utilizadas para medir a cor das cervejas. Quanto maior o número, mais escura é a cerveja. Leis mais sobre EBC aqui.

FERMENTAÇÃO – Processo gerado pela levedura, no qual ocorre a conversão de açúcares do mosto em álcool e CO², transformando o líquido em cerveja.

GROWLER – Garrafa avulsa para transporte de cerveja. Pode ser feita de cerâmica, de vidro, de inox ou de plástico e ter diversas capacidades, normalmente, entre 1 a 3 litros.

IBU: Abreviatura de International Bitterness Units (IBU) é a Escala Internacional de Unidade de Amargor. Essa medida aponta o nível de amargor de uma cerveja. Quanto maior o número, mais alto é o amargor dessa cerveja. Leia mais IBU aqui.

LÚPULO – É uma flor responsável por fornecer o amargor para a cerveja. Também oferece sabores e aromas variados, dependendo do perfil do lúpulo. Além disso, ele tem a função de conservar a cerveja por mais tempo. Leia mais Lúpulo aqui

LEVEDURA – Grupos de micro-organismos usados para realizar a fermentação a partir do açúcar e produzir álcool e CO² (dióxido de carbono). Na verdade, é ela quem faz a cerveja! Leia mais sobre Levedura aqui.

LEI DA PUREZA – Em alemão, Reinheitsgebot. Lei estabelecida em 1516, pelos duques Wilhelm IV e Ludwing X, para regular a produção de cerveja na época. A partir de então, só foi permitida a fabricação de cervejas que utilizassem malte de cevada, água e lúpulo (fermento e fermentação eram desconhecidos). Em 1906, a Lei foi modificada para acrescentar o fermento (levedura) e admitir o trigo como adjunto. Mesmo ela não estando em vigor mais, seguir a Lei da Pureza é ter uma referência de qualidade em todo o mundo. Leia mais sobre Lei da Pureza aqui.

MALTE – Cereal que passou pelo processo de germinação e secagem para transformação do amido em açúcar fermentável. Ele que dá o aroma e o sabor às cervejas. Leia mais sobre malte aqui.

MOSTO/MOSTURA – Caldo resultante da mistura fervida de malte e água, rico em açúcares fermentáveis. Esse caldo será filtrado, para receber o lúpulo e o fermento e ser transformado em álcool e gás carbônico. Enfim, em cerveja.

PINT – modelo de copo tradicionalmente utilizado em pubs ingleses e, posteriormente, bares norte-americanos. Os pints ingleses, chamados de Nonic Pint, tem capacidade de 568 ml, enquanto os pints americanos, chamados de Shaker Pint, tem capacidade de 473 ml. Leia mais sobre Tipos Copos aqui.

OFF-FLAVOR – Qualquer aroma desagradável ou indesejado percebido na cerveja. Pode ser causado por problemas de oxidação, falta de higiene, ingredientes deteriorados ou transporte/ armazenagem inadequados. Leia mais sobre off-flavor aqui.

PICÂNCIA – Sabor como o da pimenta, que estimula, excita ou irrita o paladar.

RETROGOSTO – Sensação que permanece após a degustação e a ingestão da cerveja. Por exemplo: Uma IPA costuma ter um retrogosto amargo.

TURBIDEZ – Redução da transparência de um líquido. Quando a cerveja fica turva, opaca. Nas cervejas é comum encontrar turbidez devido a presença de leveduras (por não serem filtradas) e partículas de lúpulo (geralmente quando emprega-se a técnica de dry hopping) em suspensão.

Cerveja de Guarda: Você sabe o que é?

E se eu te contar que algumas cervejas podem ser guardadas por anos assim como o vinho?

Isso mesmo! São conhecidas como Cerveja de Guarda.

Cerveja de Guarda são algumas cervejas que podem ser guardadas por um período mais longo que o normal. O fato de ela ficar algum tempo guardada potencializa algumas de suas características ou desenvolvem outras. Com isso, tornam cervejas ainda mais complexas e, na minha opinião, ficam boa demais, digna de tomar de joelhos!

Mas, atenção! Não são todas as cervejas que podem ser envelhecidas. A maior parte dos estilos de cerveja foram feitos para se consumir frescos, ou seja, próximo da data de fabricação. Porém, os estilos mais complexos, alcoólicos e encorpados como Imperial Stout, Doppelbock, Barley Wine , Belgian Dark Strong Ale, Tripel e Lambic, se adaptam bem a esse processo de guarda e podem ficar por um bom tempo guardadas mesmo depois do vencimento.

As características que devem ser consideradas para guardar uma cerveja:


– Teor alcoólico: A cerveja precisa ter um alto teor alcoólico, acima de 8%;
– Cor da cerveja: Tem que ser escura. Existem exceção como algumas belgas tipo Dubbel e a Tripel;
– Pausteurização: As cervejas não-pasteurizadas são as ideais para guardar, pois os microrganismos continuam produzindo aromas e sabores. Já as cervejas pasteurizadas perdem praticamente todas as características que são realçadas no envelhecimento. Segundo estudos, esse tipo de cerveja não é o ideal para ser usado no processo de guarda. Porém, já fiz com cervejas pasteurizadas e rolou.

Para que a cerveja envelheça de maneira adequada ela deve ser armazenada em pé, em um local escuro e climatizado, com uma temperatura entre 12°C e 18°C (é o ideal). Como não é comum ter um local climatizado, ou porão, algumas pessoas optam por guardar em guarda-roupas.

Como não existe muitos estudos e teorias para essa prática, não é possível falar o tempo ideal para guardar cada estilo. O tempo pode variar de 6 meses a 20 anos.

No livro Tasting Beer, Randy Mosher cita alguns exemplos (citação do blog da Pri Colares): ​

  • Belgian Dubbel: 1 a 3 anos;
  • Belgian Trippel/ Strong Gold Ales: 1 a 4 anos;
  • Strong Ale/ Old Ale: 1 a 5 anos; 
  • Belgian Dark Strong Ale: 2 a 12 anos;
  • Barley wine, Imperial Stout: 3 a 20 anos;
  • Cervejas com ABV superior a 15%: indefinidamente

Como nosso paladar é individual, cada um vai sentir algo diferente que a guarda proporciona para a cerveja. No geral, as notas de toffee, mel, caramelo, baunilha e frutas vermelhas crescem, o corpo tende a diminuir, o álcool fica mais acentuado e o amargor diminui.

O negócio é você mesmo testar guardando a mesma cerveja e ir abrindo com o tempo. Abre uma com x meses, depois, abre a outra com x meses e vai anotando as percepções. E para comparar, vale abrir aquela que estava guardada junto com uma recém fabricada.

E aí? Animou escolher uma e guardar por algum tempo?

A dica que dou é esconder mesmo as cervejas. Que aí você não cai na tentação de abri-las antes do esperado.

#TBTemRoma: Vaticano à Carbonara

O ponto turístico deste #TBTEmRoma desta vez é um mundo à parte dentro de Roma: o estado do Vaticano.

Confesso que antes de ir, eu nunca havia lido ou estudado nada sobre o Vaticano. A única coisa que sabia que era a “cidade” do Papa, na Itália, onde ele fazia umas missas e que lotava de fiéis da Igreja Católica. Nada mais!

Quando cheguei lá, fiquei super curiosa pela história que gira em torno daquele Estado. Quando cheguei no hotel, não consegui dormir. Passei a noite no Google, lendo sobre aquele lugar e seus mitos e verdades.

Não vou falar tudo aqui, porque precisaria de um livro para isso. Mas falarei sobre curiosidade e o que achei interessante por lá. Não, o Papa Francisco não estava na janelinha quando fui. A famosa janelinha é essa do meio!

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Curiosidades:

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– Vaticano tornou-se um Estado em 1929;

– o Vaticano é um Estado independente, com selos e moeda própria e que tem como chefe de governo o Papa.  Os poderes executivo, legislativo e judiciário são comandados por ele;

– O local tem cerca de 800 habitantes, a maioria funcionários da igreja, de diversas nacionalidades. Aproximadamente 450 pessoas têm cidadania do Vaticano. Não é qualquer um que pode morar lá. Para ser habitante do Vaticano é preciso autorização.

– A segurança é constituída pela Guarda Suíça Pontifícia, composta por oficiais/guardas de nacionalidade suíça.

– Os soldados da Guarda Suíça, que são as Forças Armadas do Vaticano, devem ser celibatários, cumprir rituais litúrgicos e não podem dormir fora do Vaticano. Achei muito bonitinha a roupa deles (foto ao lado)…rs

– Por questões de ordem religiosa, solteiras de até 22 anos de idade de famílias constituídas residentes no Vaticano não podem morar nos limites do Estado.

– O Estado é cercado por um muro. Na foto abaixo o muro está no nosso lado esquerdo.

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Basilica di San Pietro

A fila para entrar, tanto na Basilica di San Pietro (São Pedro) quanto no Museu do Vaticano,  é gigantesca. A da Basílica anda rápido. A do museu não, por isso é importante comprar antes a entrada pro Museu.

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Em frente à Basílica, fica a Piazza di San Pietro, onde os fiéis aglomeram em dia de missa. A gente vê a Basílica assim de frente e não imagina o quanto ela é gi-gan-tes-ca! E tem uma verdadeira multidão dentro dela (fotos abaixo). Você vai reparar que lá dentro eu estou com outra camisa. Pois, não pode entrar com o ombros nem joelhos à mostra. Ah, e não sei porque, mas não podia pisar nessa faixa do meio que está aí nessa foto abaixo.

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Foto: Mattis (Wikipedia)

Dentro da Basílica, fica também a famosa estátua Pietà, de Michelangelo, feita em mármore. Ela fica protegida por vidros blindados depois da tentativa de depredação por um homem. É difícil demais tirar uma foto dela. Muita gente com o mesmo objetivo, fica difícil!

Tem também a estátua de bronze de São Pedro, feita por Arnolfo de Cambio. A fila por ali é gigante, formada por fiéis que andam e passam a mão, beijam o pé da estátua e pedem uma bênção quando visitam a igreja. Essa tradição é tão antiga que ao longo dos séculos, milhões e milhões de pessoas devem ter beijado e tocado a estátua, somente no pé direito o deixando desgastado. Não dá nem dá pra ver a divisão dos dedos mais. Não tirei foto de perto pois não estava afim de enfretr a tal fila.

Outro monumento gigantesco é Baldaquino, feito por Bernini, de bronze dourado, com quase 30 metros de altura. É o altar papal. Somente o Papa pode celebrar missa ali. Ele está exatamente sobre o suposto Túmulo de São Pedro, que fica ali debaixo, na Necrópole.

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Você já ouviu falar em Necrópole? É uma cidade que fica embaixo do Vaticano, onde ficam túmulos e mausoléus de famílias romanas ricas e de alguns papas. É possível visitá-la, mas eles não divulgam muito isso. Não consegui agendar minha visita,  pois tem que ser com muitos meses de antecedência. Dentro da Basílica tem uns “bueiros” que dá pra ver que existe algo passando pelo subsolo.

Em uma das dezenas de capelas lá de dentro, está o túmulo do Papa João Paulo II. Nas capelas você pode entrar e rezar à vontade. Algumas podemos tirar foto, outras não. Os confessionários e as capelas com missa não podemos tirar fotos.

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Subi na cúpula, onde dá pra ver o Vaticano lá do alto. Quem tem claustrofobia, não é muito legal de ir. Pois o espaço vai se estreitando a medida que você sobe. É terrível, passa morcego. Se você cansar ou passar mal, nem o Papa te tira de lá. Imagina você ter um mal estar nessa escada de caracol e tem uma fila gigantesca na sua frente e atrás de você? Eu sou claustrofóbica, concentrei, subi e valeu a pena pela vista. Fotos abaixo. A primeira foto é a casa do Papa.

Museu do Vaticano

É outro lugar a ser visitado no Vaticano. É gigante também.

Com esculturas, sarcófagos e pinturas dos mais conhecidos artistas. Aí depende do seu interesse para parar nas que tem mais interesse. São centenas, não dá pra ficar parando em todas.

Lá tem uma janela que dá pra ver o jardim da casa do Papa.

No final do museu, tem a famosa Cappella Sistina, decorada com pinturas dos maiores mestres italianos, como Perugino, Botticelli, Cosimo Rosselli, Domenico Ghirlandaio, Pinturicchio, Piero di Cosimo, Luca Signorelli e Michelangelo, que pintou no teto o imenso e famoso Juízo Universal, obra que demorou cinco anos para ser terminada. É linda, realmente.

Antes de entrar, tem uma placa falando que é proibido tirar foto e falar lá dentro. Mas o que você mais vê é uns “João sem braço” fingindo que não estão tirando foto mas com a câmara , discretamente, apontada pra cima, e um bando de sem educação que não para de falar. É um lugar fechado, abafado e tem uma multidão lá dentro olhando pro teto. E essa falta de educação chega a irritar, porque agita o lugar e os seguranças ficam o TEMPO TODO GRITANDO: “NO FOTO, NO FOTO”. “SILENCE, PLEASE”; “SILENCIO”; “XIIIIU”; “É UM LOCAL SAGRADO”; “SACRO”.

Afinal, é lá na Capela Sistina que se realiza o conclave, processo de escolha do novo Papa. Lá você vê a chaminé de onde sai a fumacinha preta ou a branca: Habemus papam.

A foto abaixo não é minha peguei no google.

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É muita informação. Não tem como fazer um post pequeno sobre o Vaticano. Mi scusi! Sorry! Desculpe me!

Mais umas fotos do lado de fora.

Sugestão: Passar a manhã na Basílica (dá para ver tudo e almoçar) e agendar a visita ao museu do Vaticano à tarde.


Cerveja da vez

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Depois desse testamento, você ainda tem folego para ler sobre a cerveja da vez?

A Cerveja da vez eu achei no supermercado e levei para o hotel. Mais uma cerveja original da Itália: a Tre Luppoli da Birrificio Angelo Poretti. Uma cerveja fabricada com três variedades de lúpulo. Mesmo assim, é leve, sem muito amargor, com um sabor bem equilibrado e refrescante. É uma lager perfeita para o dia-a-dia. ABV: 4,8%

A Birrificio Angelo Poretti é uma cervejaria italiana, fundada em 1877, por Angelo Poretti, em Valganna, na Itália.  Em 1982, o Grupo Carlsberg comprou 50% das ações da empresa, seguido em 1998 por mais 25%. Em 2002, o grupo dinamarquês adquiriu os 25% restantes, assim, obteve a propriedade total da Angelo Poretti.

Suas cervejas são baseadas em diferentes combinações de lúpulo. E o nome delas tem relação com a quantidade de lúpulos usados como a Tre Luppoli (3), 4 Luppoli, 5, 6…tem até 10.

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Aí vão elas: 3 Luppoli (Lager – 4.8%); 4 Luppoli L’Originale (Lager com 4 lúpulos colhidos na Itália – 5.5%); 4 Luppoli Non Filtrata (Lager – 5%); 4 Luppoli Zero;  5 Luppoli Bock Chiara (Bock Clara -6.5%); 6 Luppoli Bock Rossa (Bock Vermelha- 7.0%); – 7 Luppoli La Fiorita  (Sazonal – 5,3%); 7 Luppoli La Mielizia (Sazonal com  ervas e especiarias – 6,3%); 8 Luppoli Profumi del mediterrâneo (Saison – 5,5%); 9 Luppoli Belgian Blanche (Witbier – 5.2%); 9 Luppoli  – (IPA – 5.9%); 9 Luppoli Bohemian Pils (Bohemian Pils – 4.6%); e 10 Luppoli Le Bollicine (Champagne – 6%).


Prato do dia

O prato do dia é o Spaghetti à Carbonara. De tudo que comi no país das massas, essa foi a melhor. Ô trem delícia!

Não lembro o nome do restaurante. Só lembro que ele ficava no Vaticano.

Posso tomar cerveja vencida?

Já ouvi muitas perguntas como essa já que muitos ficam com o pé atrás quando o assunto são produtos vencidos.

Sabemos que todos os produtos alimentares, seja comida ou bebida, precisam obrigatoriamente ter uma data de validade. Alguns, realmente, não são aconselháveis comer depois da validade pois causam intoxicação alimentar. Mas, e a cerveja?

Antes de responder, vamos entender como é feito o cálculo da validade da cerveja.

Calculando a validade da cerveja

A validade da cerveja e de qualquer outro alimento ou bebida perecível é calculada sob o critério chamado “shelf life”. Esse termo representa o tempo de vida útil da bebida em prateleira, sendo contado a partir da data de produção do produto.

No caso da cerveja, essa contagem começa a ser feita a partir da maturação e fermentação do líquido.

Os produtos, em geral, têm uma validade de 12 meses, mas, no caso da maioria das cervejas especiais, esse tempo geralmente é menor e vai ser estipulado por cada produtor.

Validade de uma cerveja

Normalmente, a cerveja ainda está apta para o consumo e com as características sensoriais preservadas até 4 meses após o envase. Depois desse período, ainda continua sendo seguro consumir, mas sua qualidade sensorial pode começar a decair. Esse tempo de degradação vai depender de diversos fatores, como o estilo de cerveja produzido, a temperatura e forma de armazenamento e se ela passou por algum processo para diminuir a carga microbiana, como filtração ou pasteurização.

Algumas cervejas mais alcoólicas e complexas, que tenham ABV, por exemplo, acima de 9% de álcool, podem, normalmente, ser armazenadas além da sua data de validade. Elas são conhecidas como “Cervejas de Guarda”, pois podem ficar guardadas por períodos superiores a um ano e, após esse período de maturação na garrafa, elas passam a ter sabores e aromas ainda melhores.

Já as cervejas mais leves e menos complexas, são mais sensíveis e, com o tempo e forma de armazenamento, passam pelo processo de oxidação. Assim, quando estão mais perto de vencer, essas cervejas podem ficar com aromas que remetem a papelão, com percepção de maior dulçor, amargor desagradável e também trazem notas que remetem a algo metálico. Essas cervejas não vão fazer mal, mas provavelmente a experiência da degustação será comprometida, pois elas não estarão mais com os componentes de aroma e sabor frescos.

Por isso, a validade de uma cerveja depende de vários fatores.

O que acontece se tomar cerveja vencida?

Nada!

Até o momento não existe registro de intoxicação alimentar causado pelo consumido de cerveja vencida.

Há uma explicação científica para a bebida fora do prazo não fazer mal. As propriedades químicas da cerveja ajudam. É um meio que possui proteção microbiológica natural pois contém álcool, tem pH ácido, possui gás carbônico, tem o lúpulo que confere proteção bacteriostática e ainda possui baixo teor de açúcares disponíveis para microorganismos patogênicos consumirem e se proliferarem. Além disso, o próprio processo de fabricação, como a fervura do mosto, acaba por esterilizar o meio.

Porém, existe a possibilidade de proliferar bactérias caso a cerveja não tenha sido vedada corretamente, por isso, não podemos dizer que é impossível acontecer uma intoxicação alimentar com cerveja vencida. Impossível não é, mas, como já disse, não existe registro de ter ocorrido isso.

Até então, o máximo que pode acontecer se você tomar cerveja vencida é você tomar uma cerveja bem diferente de quando ela foi fabricada.

Aquele prazo de validade ali é a garantia que o produtor nos dá a respeito da qualidade do produto, se responsabilizando por apresentar um produto adequado para o consumo dentro daquele prazo.

De forma geral, beber uma cerveja vencida não vai fazer mal, mas também não será a melhor experiência vivida. Nesse caso, quanto mais fresca a cerveja, melhor o seu sabor – com exceção das cervejas de guarda, é claro!

Fontes: Site Cervejaria Sapatista / Blog Pão e Cerveja / Coluna Papo Fermentado

Mitos e Verdades sobre a cerveja

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A gente sempre escuta muitas informações sobre a cerveja e fica na dúvida se é verdade ou se é mito.

Vamos desvendá-los?

– A cerveja tem uma Deusa da mitologia: Verdade

Ninkasi é o nome da Deusa da Cerveja da Mitologia Suméria. Dizem que ela forneceu ao mundo o segredo para fazer cerveja. Na cultura sumeriana, ela também é conhecida por seu poder para satisfazer o desejo humano e saciar o coração. Além disso, ela é a Deusa do álcool e responsável pela “água espumante”. Ninkasi produzia a própria cerveja e a consumia diariamente. Esta história é de 10.000 a.C.

– Não existe copo específico para tomar cerveja: Mito

Para que os diferentes sabores e aromas da cerveja sejam ressaltados, cada estilo de cerveja pede um tipo de copo adequado. A Pilsen, por exemplo, pode ser apreciada em uma tulipa, por ter um formato fino em sua base e mais largo na boca, mantém a espuma constante e faz com que o aroma do lúpulo seja melhor sentido. Já a Weissbier, cerveja de trigo, será melhor apreciada em um copo Weizen. Esse tipo de copo é alto, possibilitando colocar todo o líquido da garrafa, incluindo o resto de levedura que fica depositada no fundo. Veja o post sobre “Tipos de copos”.

– A validade da cerveja especial pode ser maior que a indicada no rótulo: Verdade

As obrigações sanitárias no Brasil não permitem uma flexibilização em relação às validades nas cervejas artesanais. Depende muito do tipo de cerveja, da concentração de malte e da graduação alcoólica. Normalmente, uma cerveja artesanal dura mais do que sua validade e mesmo assim a deterioração é gradativa e não de um dia para o outro. Porém, como já disse, depende de cada cerveja. Algumas ficam até melhores depois da validade, como as Russian Imperial Stout. Outras, ficam ruins até mesmo antes de vencer, como algumas IPAs, que quanto mais perto da fabricação forem consumidas, melhor. Tudo depende do estilo, da forma como foi produzida, ingredientes usados e como foi armazenada.

– Cerveja artesanal é mais forte e mais amarga: Mito

Existem centenas de estilos de cerveja artesanal, alguns mais leves, outros mais potentes, alguns com o amargor quase que imperceptível outros com o amargor muito alto. Tudo vai depender do seu paladar e do que você está acostumado a beber. Uma coisa é certa: existem estilos de cerveja para todos os gostos. Seja você do time das levinhas, do time das alcoólicas, do time das adocicadas ou do time das lupuladas. Veja esta página que fiz dedicada somente aos estilos.  

–  O Lúpulo é um poderoso conservante natural: Verdade

A função do lúpulo vai muito além de conferir o amargor e aroma característicos de uma cerveja. Além dessas características dele que já sabemos, ele também tem a função de conservante natural da bebida, ajudando a prolongar a vida de prateleira da cerveja. Além disso, ele pode ser utilizado na culinária e na cosmetologia para clarear a pele e prevenir manchas e inflamações do tecido dérmico. Veja este post sobre “O lúpulo na cerveja”.

– Cerveja engorda: Mito

A cerveja tem menos calorias do que a maioria das bebidas alcoólicas. Por exemplo, a cachaça, a vodka e o vinho são bem mais calóricos que a cerveja, pois, a caloria está presente no álcool. Portanto, quanto menor o teor alcoólico, menos caloria a bebida vai ter. O que engorda é beber em excesso e optar por petiscos mais gordurosos para acompanhar a cerveja. Se quer manter a dieta, beba com moderação e opte pelas cervejas menos alcoólicas. Aqui, eu falo sobre as cervejas de baixa caloria.

– Existe diferença entre armazenar cerveja em lata ou garrafa translúcida, ou garrafa verde ou garrafa marrom: Verdade

O recipiente em que a bebida é guardada e a cor dele interfere no sabor, no aroma e na durabilidade de uma cerveja. Por exemplo, quanto mais clara for uma garrafa (garrafa transparente), maior é a exposição do líquido aos raios solares. Com isso, maior será o impacto negativo nos aromas e sabores da cerveja e menor será sua durabilidade. Na garrafa marrom, esse impacto é menor. Porém, o recipiente ideal para armazenar a cerveja é a lata. Nela não entra raio solar nenhum, isso faz com que o líquido se mantenha intacto. Por isso, algumas vezes, é possível sentir diferença em uma mesma cerveja na lata ou na garrafa. Veja o post sobre “O recipiente pode influenciar no aroma e saGarrafa x Lata: O recipiente influencia na cervejabor da cerveja”.

– Cerveja e saúde não combinam: Mito

Os ingredientes que compõe a cerveja (água, malte e lúpulo) são todos naturais e cada um traz um benefício para saúde. Se o consumo da bebida for moderado e responsável, é possível obter os benefícios do consumo da cerveja. Um exemplo são os polifenóis, compostos orgânicos presentes na cerveja, que desempenham importante função antioxidante no organismo. Veja esse post que falo sobre “Os benefícios da cerveja para a saúde”.

– Ingredientes naturais da cerveja têm potencialidades que merecem ser exploradas: Verdade

Os ingredientes naturais da cerveja fazem bem à saúde dentro e fora da garrafa. A cevada, por exemplo, é considerada pelos especialistas como um ‘superalimento’, ou seja, um alimento bastante completo, nutricionalmente muito rico e que pode ser ‘coringa’ em qualquer dieta balanceada. O grão pode ser consumido em substituição ao arroz, à farinha de trigo e na preparação de saladas, risotos e até chá.

– Há diferença nos ingredientes do chope (que fica no barril) e da cerveja de garrafa: Mito

Os insumos utilizados na fabricação do chope e da cerveja são os mesmos. Portanto, não há diferença. Por exemplo, o chope Pilsen de uma marca X, que está dentro do barril, tem os mesmos ingredientes da cerveja Pilsen dessa mesma marca que está na garrafa. O que difere é que temos o costume de chamar de chope o líquido colocado dentro do barril que, normalmente, não é pasteurizado. Por ele não ser pasteurizado, acaba ficando mais fresco, com sabores e aromas mais presentes e com um prazo de validade menor. Além disso, a forma como o chope é retirado das torneiras fazem com que ele receba oxigênio tornando-o mais cremoso. Porém, hoje em dia, algumas cervejarias engarrafam ou enlatam cervejas não pasteurizadas. E acaba ficando difícil sustentar que chope e cerveja são produtos diferentes. Leia o post Chope x Cerveja

– A espuma tem uma função específica na cerveja: Verdade

A espuma protege a bebida da oxidação, ou seja, impede que ela entre em contato direto com o oxigênio e oxide. Além disso, ela mantém o sabor, o amargor que está presente na cerveja e mantém a temperatura da bebida no copo. O ideal são dois dedos de espuma. Portanto, sem essa de pedir ou servir cerveja sem colarinho! Veja este post sobre “A espuma e sua importância para a cerveja”.

– A cerveja deve ser sempre servida muito gelada: Mito

Cervejas muito geladas tendem a diminuir a percepção do sabor e da complexidade das cervejas. Isso significa que, ao beber a cerveja trincando, como costumamos falar, poderá perder parte da experiência que determinadas cervejas podem proporcionar. Cada estilo de cerveja tem uma temperatura ideal para ser servida.

Em caso de dúvida há uma regra básica que pode seguir: quanto mais escura, menos fria. Não é uma regra perfeita e para a qual existem muitas exceções, mas há boas possibilidades de acertar se a seguir. As cervejas mais escuras muitas vezes são mais complexas e a temperatura a menos fria realça esses sabores. As mais claras, especialmente as de menor grau alcoólico, tendem a ser menos complexas e mais refrescantes, por isso poderão ser tomadas em temperaturas mais baixas. Mas, como já disse, em se tratando de cerveja, não é uma regra. Veja este post sobre “Como armazenar a cerveja artesanal“.

Falando em cervejas escuras, elas têm muitos mitos. Vai aí um bloco inteiro sobre eles:

cerveja escura

– Toda cerveja escura é muito alcoólica: Mito 

O responsável pela cor da cerveja é o malte. No processo de malteação, os cereais são germinados e o procedimento é interrompido no momento ideal por diferentes maneiras de secagem, como tosta, torrefação e defumagem. De acordo com esse processo as cervejas ganham cores e sabores diferentes. Portanto, a cor da cerveja não tem ligação com seu teor alcoólico. Um exemplo é a Dry Stout, que é uma cerveja bem escura, porém com o teor alcoólico entre 4% e 5%.  Veja este post sobre “Como é colocado o álcool na cerveja“.

– Cerveja escura é sempre doce: Mito

A coloração escura de uma cerveja definitivamente não é um indicador de dulçor. A Guinness, cerveja escura mais famosa do mundo, não é nada doce, assim como a Black IPA, que traz um sabor mais amargo. Existem, sim, cervejas escuras doces, mas não é uma regra.

Cervejas escuras são muito encorpadas: Mito

Mais uma vez, a cor da cerveja nada tem a ver com corpo. Existem cervejas claras encorpadas, escuras leves, claras leves e escuras encorpadas.

O corpo não é definido pela cor do malte, mas sim pela quantidade. A grosso modo, quanto mais malte for utilizado em sua receita, mais a cerveja será encorpada. Veja aqui o post “O malte e sua múltipla função”.

– Cervejas escuras não podem ser refrescantes: Mito

Apesar de muitas cervejas escuras serem menos refrescantes, existem sim cervejas escuras refrescantes. Exemplo são as Schwazbier e as American Brown Ale que são bem refrescantes!

Acho que com esses mitos desvendados e as verdades confirmadas deu para aprender um pouco mais sobre a cerveja artesanal, né?!

Aproveite esses links que coloquei em cada tópico para aprender mais ainda.

Quer saber mais? Siga @cervejeirauai

Pröst!!

Chocolate e Cerveja: Saiba como a cerveja pode estar presente na Páscoa

Se você não abre mão da cerveja nem mesmo quando o assunto da vez é o chocolate você vai gostar dessas dicas que darei.

Tem duas formas de você incluir a cerveja na Páscoa. Uma é harmonizando a cerveja com o chocolate. Com as combinações certas, você pode aproveitar as texturas e a intensidade da cerveja e do chocolate para criar novos sabores e sensações ou apenas para completar o sabor um do outro.

A outra forma é “substituindo” o chocolate por cervejas que trazem o mesmo prazer que um chocolate é capaz. Eu iria gostar bem se ganhasse uma Russian Imperial Stout no lugar de um chocolate.

Então, primeiro, vamos às dicas de cervejas que harmonizam com o chocolate.

Chocolate branco

Primeiro, vamos começar com o mais doce deles: o chocolate branco. A textura dele é mais pastosa, mais macia e é bem adocicado, por isso, cervejas mais frutadas e ácidas vão combinar muito bem com ele. E como é bem gorduroso, pode combinar com cervejas com teor alcoólico mais elevado para fazer o corte e a limpeza da boca, removendo a sensação pegajosa e amanteigada.

Exemplos: Fruit Beer (especialmente se for uma cerveja com adição de frutas vermelhas), Strong Golden Ale e Belgian Tripel.

Chocolate ao leite

O chocolate ao leite também é mais adocicado por isso ele harmoniza melhor com cervejas que tenham um perfil torrado, com médio corpo e médio amargor.

Exemplo: Stout, Porter, Bock e Dubbel

Chocolate Amargo

Como o nome já diz, este tipo de chocolate tem amargor mais pronunciado. Para combinar com chocolates amargos, nada melhor que cervejas mais intensas, que sejam mais escuras, mais maltadas, de teor alcoólico mais alto e mais amargas.

Exemplo: Russian Imperial Stout, Belgian Dark Strong Ale, Wood-Aged Beer

Chocolate meio amargo

Como ele não é tão amargo, o equilíbrio entre o doce e o amargor permite harmonizar com cervejas não tão intensas quanto as que combinam com o chocolate amargo.

Exemplo: Dunkel e Dry Stout

Dica extra: Cervejas muito claras, leves e refrescantes, de teor alcoólico baixo, costumam não harmonizar bem com chocolates em geral.

Cervejas para substituir o chocolate

Algumas pessoas trocam o chocolate facilmente por uma cerveja, já que algumas delas trazem a mesma sensação de estar comendo o chocolate.  Para trazer essa sensação, algumas cervejas usam maltes tostado, outras utilizam o nibs de cacau, que são amêndoas de cacau torradas, trituradas e descascadas. Eles trazem notas de chocolate para o sabor e aroma da cerveja. Parece m chocolate líquido. Eu amo cervejas assim!

Se você é desse time também, anota aí essas dicas também!

Schwarzbier, Bock, Russian Imperial Stout, Cacau IPA, Porter, Stouts, Dubbel, Quadruppel, Doppelbock, Belgian Dark Strong Ale e Barleywine.

Clique aqui para ver um reels que criei com cerveja e ovo de Páscoa

Clique aqui para ver o reels com dicas de 3 cervejas que combina com chocolate

Boa Páscoa!

O Outono chegou! Estilos de cerveja para beber nesta estação

Chegou o outono!

Por ser uma estação que vem depois de uma estação muito quente e antes de outra muito fria, o Outono é considerado um período de transição. Uma das principais características do outono é a redução gradativa das temperaturas diárias, que passam de elevadas a mais amenas, antecipando o período frio que vem na sequência. Nessa estação, as noites são mais frescas, convidativas para uma cerveja mais encorpada. Porém, ainda podemos ter dias relativamente quentes, o que pede cervejas mais leves.

Pensando nessas características, trouxe quatro estilos de cerveja que vão combinar muito bem com essa estação, seja em seus momentos quentes ou em seus momentos mais friozinhos.

Pega essas dicas, aproveite seu outono e beba com moderação!

– Irish Red Ale: cervejas de corpo médio, leve dulçor de caramelo e baixa presença de lúpulo. Fácil de beber, com bastante realce para o malte, doce no início e mais tostada e seca no final. Bem refrescante, ela vai descer fácil nos dias mais quentes do outono. Dica Mineira: Red Ale da Prussia Bier

–  Brown Ale: a principal característica desse estilo está em ter o malte como a grande estrela, ele proporciona à cerveja aromas de caramelo, toffee, nozes, chocolate e panificação. Além do dulçor e um leve amargor de tosta. A graduação alcoólica do estilo é relativamente baixa, ficando entre 2,8% a 5,4%, o que combina com os dias mais quentes. Dica Mineira: Brown Ale da Cervejaria Albanos

– Oktoberfest Bier ou Märzen Bier: O aroma dos maltes alemães é moderado. Sentem-se notas tostadas, de pão e pouco a nenhum aroma de lúpulo. Na boca, o malte inicial sugere alguma doçura, mas o final é seco. É levemente encorpada. Combina tanto com os dias quentes, quanto os dias mais amenos. Dica Mineira: Oktoberfest da Krug Bier

– Dry Stout: é um estilo de cerveja bem escura e que muitas vezes tem um sabor tostado ou semelhante a café. Apresenta corpo médio a baixo, amargor suave e final bastante seco. É fácil de beber, porém, consegue dar uma esquentadinha no corpo. Combina com os dias quentes ou com os dias frios. Dica Mineira: Dry Stout Cacau da Cervejaria Slod

– Bock: são cervejas tipicamente escuras, o malte é predominante no aroma e no sabor, mas pode adquirir outras características, como notas de caramelo, picantes e de chocolate, levemente tostadas. É doce e relativamente forte, com o teor alcoólico entre 6,3% -7,2%, que desce bem no friozinho. Dica Mineira: Cacau Bock da Cervejaria Astúcia

– Belgian Dubbel: tem aromas complexos, possuem doces de malte, possivelmente contendo notas de chocolate, caramelo e/ou tostado. Há a presença de ésteres frutados moderados, podendo incluir banana ou maçã, e são comuns os fenóis picantes e os álcoois superiores. Os sabores deste estilo têm qualidades semelhantes ao aroma, contendo um complexo sabor de malte médio a médio alto, e embora seja doce, acaba terminando moderadamente seco. Como é um estilo mais forte e mais alcoólico, cai muito bem com os dias mais frios. Dica Mineira: Dubbel da Wäls

Observou que todas têm coloração mais escuras e muitas trazendo o tostado e notas de caramelo? Segue esse fluxo que você não vai errar nas cervejas durante o Outono. E, se seguiu minha dica, não deixe de me marcar no Instagram @cervejeirauai. Te espero lá!

Cervejaria mineira cria cerveja com uso de Inteligência Artificial

Para a produção de uma Black IPA, Prussia Bier utilizou o ChatGPT

A cervejaria mineira Prussia Bier lançou sua primeira cerveja feita com a ajuda da Inteligência Artificial. Foram utilizados dois tipos de robôs um para fazer a cerveja e outro para criar o rótulo.

O ChatGPT é um chatbot (robô) voltado para desenvolver diálogos reais com os humanos e solucionar dúvidas. Além disso, a plataforma contesta premissas incorretas, desenvolve histórias, descreve imagens e muito mais.

Essa nova tecnologia é um tema que está sendo muito discutido na atualidade e a Prussia Bier, como está sempre ligada nas novidades do mercado, largou na frente: É a primeira cervejaria do Brasil a usar o ChatGPT na produção de uma cerveja comercial.

Segundo Fernando Cota Carvalho, sócio da cervejaria, foi uma experiência incrível e inédita. “Buscamos a inteligência do robô para criar uma receita de cerveja e além disso, usamos outra IA, o Midjourney,  para criar o rótulo dessa cerveja. E o resultado foi fantástico.”, conta Fernando.

A cerveja criada é uma Black IPA. Uma cerveja de cor escura, bem equilibrada, com espuma esbranquiçada e cremosa. Apresenta um forte sabor e aroma de lúpulo, enquanto apresenta um baixo caráter de malte torrado, contrariando o sentido visual. É uma cerveja cremosa de amargor moderado que a tornará uma cerveja refrescante e satisfatória para beber. Seu teor alcoólico (ABV) é de 6,5% e o índice de amargor (IBU) é 61.

O processo foi todo acompanhado pelo mestre cervejeiro da Prussia, já que precisou sofrer adaptações. De acordo com Maycon e Sildênio, mestres cervejeiros da cervejaria, a criação de uma receita de cerveja precisa levar em consideração também os equipamentos que estão disponíveis na cervejaria e qual é o resultado que consegue gerar em cada etapa do processo. “Alguns ajustes tiveram que ser feitos, como adequar a proporção de grãos de malte e lúpulo, por exemplo, para os parâmetros do equipamento que temos na fábrica.”, contam eles.

Segundo os cervejeiros o ChatGPT funciona muito bem para criar os parâmetros básicos da receita, como ABV, IBU, extrato final, escolhas de maltes e, além disso, consegue acatar sugestões e sugere melhorias pra receita dependendo da demanda de quem opera o sistema. “Por exemplo, ao falar com ele que gostaríamos de uma cerveja com menos sabor de malte torrado, ele sugeriu uma troca de maltes para a nossa Black IPA, de forma que ela deixaria de ser uma cerveja preta e se tornar uma cerveja acobreada. Esse ajuste, tivemos que fazer na fábrica.”, explicam os cervejeiros.

A experiência mostrou que apesar da I.A. ajudar na elaboração da receita, a presença efetiva no mestre cervejeiro é imprescindível para a produção final, pois, em vários momentos precisou da adequação do profissional. 

Sinta o sabor da colaboração entre homem e máquina: a A.I. Black IPA é uma cerveja que une o melhor dos dois mundos. Para adquirir a sua, clique aqui.

Confira a descrição da cerveja criada pelo próprio robô:


A cerveja vai apresentar uma cor escura a intensa, com tons rubi e marrom escuro, chegando ao preto. A espuma deve ser de cor bege clara e consistente, com boa formação e retenção. O aroma será dominado pelos lúpulos Since, Centennial e Cascade, apresentando notas cítricas, florais e resinosas. Também um leve aroma de malte tostado e chocolate amargo.

No paladar, a cerveja apresenta um amargor alto e assertivo, com notas de grapefruit, laranja e pinho vindas dos lúpulos. O malte tostado deve contribuir com um leve sabor de café e chocolate amargo, mas sem ser muito dominante.

Qual a melhor cerveja puro malte do mercado?

Júri especializado avaliou 13 marcas de cerveja puro malte vendidas nas redes de supermercado, confira o ranking

As cervejas degustadas em pequenas doses pelo time de jurados convidados por Paladar
As cervejas degustadas em pequenas doses pelo time de jurados convidados por Paladar Foto: Daniel Teixeira

Todo brasileiro se acha um pouco sommelier de cerveja, não é mesmo? Cada um tem a sua favorita da vida ou, ao menos, a queridinha de uma temporada de verão. Se há alguns anos contavam-se nos dedos das mãos as marcas disponíveis nas prateleiras, hoje temos cerveja de sobra para escolher. De procedência, tipo, cor e teor alcóolico variados.

De acordo com o SINDICERV (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista dos maiores fabricantes de cerveja do mundo, com a marca de 15,4 bilhões de litros produzidos anualmente com base em cálculos realizados em 2022. Os dois primeiros lugares ficam com a China e com os EUA.

PURO MALTE

Foram avaliados quesitos como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e sabor
Foram avaliados quesitos como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e sabor Foto: Daniel Teixeira

No teste de Paladar, foram escolhidas 13 marcas de cerveja puro malte vendidas nas redes de supermercado. Na definição do sommelier de cervejas Guto Procópio, um dos jurados convidados por Paladar para esta degustação, uma cerveja com o “selo” de puro malte no rótulo é aquela que leva malte de cevada em sua composição. Trata-se de uma cerveja que não substitui o malte de cevada por outro tipo de açúcar, como o açúcar cervejeiro, o arroz ou o milho. “Isso define qualidade?”, questiona Guto. “Não, ela pode ser uma puro malte ruim ou boa, mas sempre esperamos mais intensidade em uma bebida com essa denominação”.

Confira aqui o post “O que é cerveja Puro Malte”

QUEM É QUEM?

O nosso time de jurados, a partir da esquerda: Junior Bottura, Guto Procópio, Edu Passarelli, Julia Leme e Bia Amorim
O nosso time de jurados, a partir da esquerda: Junior Bottura, Guto Procópio, Edu Passarelli, Julia Leme e Bia Amorim Foto: Daniel Teixeira

Todo teste de Paladar começa com a escolha dos experts que irão avaliar alimentos, bebidas ou equipamentos de uso culinário. Para avaliar 13 das marcas mais populares de cerveja puro malte do mercado, convidamos um time de cinco sommeliers de cerveja: Edu Passarelli, professor do Instituto da Cerveja Brasil e dono do Escarcéu Bar; Bia Amorim, editora da @farofamagazine; Junior Bottura, mestre cervejeiro, fundador da @cervejaavos; Guto Procópio, sócio da @cervejariavaia e do @letsbeer, locação escolhida para este teste de Paladar, e Julia Leme, consultora de hospitalidade e gestão de restaurantes e bares.

Reunimos os cinco em uma tarde de segunda-feira para provar e avaliar às cegas cada uma das marcas (o vídeo dos bastidores da degustação já está no nosso canal no YouTube). O teste foi realizado marca por marca. Ou seja, cada jurado experimentava, em pequenas doses, uma marca de cerveja por vez. A bebida chegava gelada à mesa e depois era reservada para ser provada em temperatura ambiente, o que evidencia eventuais “defeitos” da cerveja.

TESTE DE RESISTÊNCIA

“As marcas de cerveja testadas foram feitas para serem consumidas muito geladas”, explica Edu Passareli. “Quando a prova é feita com a bebida em temperatura ambiente, temos indicativos mais claros das características de cada uma delas”.

Um dos jurados avalia o aroma da cerveja durante a degustação
Um dos jurados avalia o aroma da cerveja durante a degustação Foto: Daniel Teixeira

A sommelier Bia Amorim explicou durante o teste que os jurados procuram os defeitos para que o consumidor, posteriormente, só encontre coisa boa no mercado. O mestre cervejeiro Junior Bottura completa dizendo que a data de validade do produto também é fator de qualidade que vale ser levado em conta: quanto mais nova a cerveja, melhor.

Foram avaliadas características como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e, claro, sabor. Os jurados davam notas de 0 a 10 para cada categoria avaliada. A nota média das cervejas avaliadas ficou entre 6,44, a cerveja menos desejada da avaliação, e 8,96, média da cerveja eleita como a melhor pelo time de jurados.

AS MELHORES CERVEJAS PURO MALTE DO MERCADO

PRIMEIRO LUGAR – SPATEN

SEGUNDO LUGAR – AMSTEL

TERCEIRO LUGAR – IMPÉRIO

AS 13 MARCAS NA AVALIAÇÃO DOS JURADOS

AMSTEL (R$ 3,72, 350ml) – A segunda colocada no ranking foi avaliada como uma bebida com notas aparentes de malte e nota floral de lúpulo bem presente. Uma cerveja com leve oxidação, sabor equilibrado que remete a pão. Amargor presente, delicado e muito agradável.

BOHEMIA (R$ 3,29, 350ml) – Uma bebida de baixo amargor. Aroma agradável e levemente floral, indicando a presença do lúpulo. Uma cerveja equilibrada, com leve oxidação e final doce.

BRAHMA (R$ 3,36/ 350ml)- Uma bebida com defeitos perceptíveis no aroma, com sinais de oxidação e sabor desagradável. Na boca, sabor tem amargor prolongado.

CERPA PRIME (R$ 5,79, 350ml) – No quesito sabor, a cerveja foi avaliada como doce e sem grandes defeitos. Presença de malte bem marcante, lembrando casca de pão. A coloração foi avaliada como dourada e bastante translúcida. Faltou lúpulo para ficar perfeita. Espuma branca com boa retenção

EISENBAHN (R$ 5,21/ 350ml)- Cerveja levemente frutada, de amargor agradável. Aroma que remete a biscoito. Sabor levemente metalizado, oxidação presente, final seco e agradável. A presença do malte é evidente na bebida. Uma cerveja boa, mas não excelente.

HEINEKEN (R$ 5,00/ 350ml) – Para o nosso time de jurados, a cerveja apresentou leve oxidação, baixo teor alcoólico e final adstringente. Uma bebida visualmente quase perfeita. Sabor de malte muito suave e amargor prolongado e indesejado no retrogosto.

IMPERIO (R$ 2,70/ 269ml) – A terceira colocada no ranking apresenta, na opinião dos jurados, aroma de lúpulo e malte adequados. Aroma agradável, que remete a fermento de pão e biscoito cream-cracker. Uma bebida leve e equilibrada. Uma leve acidez que deixa a cerveja mais fácil de beber. Final limpo.

ITAIPAVA (R$ 3,25/ 350ml)- Cerveja muito leve e bem carbonatada. Leve aroma de manteiga. Na boca, sensação de cereal tostado agradável, falta um pouco de amargor, mas ele é presente.

ORIGINAL (R$ 3,75/ 350ml)- Os jurados identificaram um aroma leve de grãos, sabor muito leve e pouco atraente. Uma cerveja leve, com final limpo e agradável. Na boca, apresenta bastante oxidação. Alguns ainda identificaram a falta de um amargor desejável.

PETRA (R$ 3,19, 350ml) – A bebida foi avaliada como bastante leve, com um leve toque de maçã, proveniente da fermentação. Retrogosto quase doce, aroma que lembra maçã verde. Para os jurados, faltou amargor e sabor de malte. Espuma com alta formatação, mas baixa retenção.

STELLA ARTOIS (R$ 4,38/ 350ml)- Cerveja de amargor agradável e bem balanceada. Alguns jurados identificaram aroma desagradável, porém volátil. Sabor leve, para ser consumida bem gelada.

SPATEN (R$ 4,65/ 355ml) – A campeã entre as cervejas avaliadas pelos jurados convidados por Paladar apresentou sensação agradável de biscoito. Uma bebida leve, fácil de beber, com boa estabilidade de espuma; amargor baixo, mas aparente. Uma cerveja mais fresca do que o esperado para um produto comercial. Equilibrada, com notas de cereais e levemente frutada. Ótima formatação e retenção.

SKOL (R$ 3,23/ 350ml) – Os jurados avaliaram a cerveja como bastante oxidada no paladar. Falta frescor, cor deixa a desejar. Baixa sensação de amargor aparente. Apesar de bastante translúcida e clara, uma bebida suave demais, vazia.

Fonte: Portal Estadão