Dry Hopping: O que é?

Se você é um consumidor de cerveja artesanal, com certeza já viu escrito no rótulo “Dry Hopping ou Hopped”.

Afinal, o que é isto?lupulo (1)

Bora evoluir!

O Dry Hopping é uma técnica de adição de lúpulo durante a fermentação ou maturação da cerveja. Ou seja, é quando o cervejeiro insere lúpulos na fase fria do processo.  (Veja aqui sobre lúpulo)

A intenção de utilizar essa técnica é para intensificar o aroma do lúpulo, fazendo com que a cerveja fique com um aroma mais acentuado e fresco de lúpulo.

O termo Dry Hopping

O termo Dry Hopping surgiu há muitos séculos pelos cervejeiros britânicos que o usavam para se referir a inserção de lúpulos ao barril pouco antes de ser enviado para o cliente.

Dry, em inglês, significa “seco” e hop, significa, lúpulo. Poderíamos tentar, em livre tradução, “lúpulo sem fervura”.

Agora vem a parte técnica

Se você se perguntou qual a diferença de colocar os lúpulos na fase fria ou na fase quente, siga lendo.

Os lúpulos que são colocados durante a fervura, na fase quente, trazem aromas para a cerveja mas, além disso (principalmente) ele traz o sabor amargo para a cerveja.

Os lúpulos são compostos por dois elementos básicos, as resinas e os óleos essenciais. Ao ferver o lúpulo, surgem as resinas (iso-alfa-ácidos), que vão garantir aquele asbor amargo característico da cerveja. Já os óleos são os responsáveis pelo aroma de lúpulo na cerveja.  Porém, ao ferver os lúpulos, seus óleos evaporam rápido, se adicionados muito cedo à fervura. Com isso, o aroma que deveria ser trazido pelo lúpulo acaba ficando bem discreto. Às vezes, nem aparece.

Se a ideia é ter uma cerveja mais aromática, é necessário colocar os lúpulos depois da fervura também, ou seja, é necessário fazer o dry hopping.

Hoje em dia, essas adições podem ser feitas no fermentador primário, no secundário ou adicionando lúpulo diretamente a um barril. Depende dos objetivos de cada cervejeiro com sua cerveja.

Estilos que podem ser feitos o Dry Hopping

Tradicionalmente, o dry hopping é feito em estilos de cerveja como Pale Ale e IPA. Porém, está sendo utilizado essa técnica em outros estilos, como na Hop Lager.

Espero ter ajudado com mais esta informação.

Saúde!

Sobre estilos: Weiss (Trigo)

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Aqui, no Brasil, a conhecemos como cerveja de trigo, mas podem ser chamadas também de Weiss/Weizen ou Weissbier/Weizenbier. Pode usar qualquer um desses nomes pois, em alemão, weizen significa trigo e weiss branco.  São assim que elas são conhecidas na Alemanha, país onde ela é tradicionalíssima, mais precisamente na região da Bavaria. Que, aliás, tem como costume tomar cervejas de trigo no café da manhã.

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De acordo com as leis alemãs, para serem consideradas cervejas de trigo, a receita deve apresentar, no mínimo, 50% de malte de trigo e o restante de malte de cevada. Além do lúpulo e da levedura apenas.

A cor dela varia de amarelo claro a âmbar claro. A maioria delas são mais turvas e esbranquiçadas porque não são filtradas. Normalmente, elas têm a nomenclatura “hefe” na frente (hefe-weissbier), que são feitas para serem apreciadas com o fermento. Devido a esse fermento, o copo para tomá-la tem que ser diferenciado (como esse ao lado – grande com a parte de cima larga), de forma que, durante a degustação, dê para misturar o fermento que deposita no fundo do copo.

As cervejas de trigo tradicionais têm sabor frutado, lembrando banana, além do sabor e aroma que se assemelham ao cravo ou noz moscada. São mais adocicadas e muito pouco amarga (com o IBU de 8 a 15). Possuem um teor alcoólico mais leve, entre 5% a 6%. Por isso, muitos que estão começando no mundo das artesanais começam com ela. É fácil de tomar. E comigo não foi diferente. Foi o primeiro estilo artesanal que tomei.

As minhas preferidas são hefe-weissbier alemãs! Essas podem tomar de olho fechado.

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Witbier ou Wheat – Cervejas de trigo típicas da Bélgica. São ainda mais refrescantes que as alemãs, levam em sua composição cascas de laranja e especiarias como coentro, a tornando mais cítrica. “Wit” em flamenco quer dizer branco, numa analogia semelhante à usada na Weissbier. São mais amareladas.

American Wheat Beer – Cervejas de trigo americana. Não lembra a alemã. Tem um sabor maltado do grão de trigo e lúpulo americano ou nobre, normalmente com notas cítricas e florais.

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Dunkel Weizen – Cervejas de trigo feita com maltes torrados, por isso são escuras. Além das notas de banana e cravo, tem um maltado mais intenso lembrando achocolatado.

Weizenbock – Uma Dunkel Weizen mais forte, mais alcoólica e potente, com aromas intensos de frutas escuras, como ameixa, e frutas passas. É bem adocicada e encorpada.71xEYU0ojdL._SL1500_

Berliner Weisse – Cerveja de trigo ácida, seca e leve, com bastante gás carbônico. São mais clarinhas.

Deu água na boca, né!?

O fim dos “cereais não-maltados” nos rótulos das cervejas

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É minha gente, estamos cansados de ser enganados, não é mesmo!?

Bem que eu gostaria que este título fosse “O fim dos cerais não-maltados em algumas cervejas”, mas não. Vamos entender.

Pensando em dar mais transparência para o consumidor, para que ele, enfim, possa saber quais os ingredientes que as cervejarias têm usado na fabricação das cervejas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou, em 16 de novembro de 2018, no Diário Oficial da União (DOU), uma instrução normativa para nos salvar da desinformação.

A instrução obriga todas as cervejarias informarem nos rótulos das cervejas quais os adjuntos cervejeiros provenientes de cereal ou amido foram utilizados na produção. De acordo com o Ministério, a norma deixa clara a “obrigatoriedade de constar, de modo claro, preciso e ostensivo, na rotulagem de cervejas, as informações que indiquem os ingredientes que compõem o produto, substituindo as expressões genéricas ‘cereais não maltados ou maltados’ pela especificação dos nomes dos cereais e matérias-primas efetivamente utilizados como adjunto cervejeiro”.

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Ou seja, acabou esse negócio de ficar colocando cerais maltados ou cerais não-maltados no rótulo. Com a norma, os rótulos deverão vir com informações que explicitem se a cerveja foi feita a partir de trigo, arroz, milho, aveia, mandioca, sorgo, centeio etc. Além disso, a portaria também prevê que os açúcares acrescentados durante a fabricação da cerveja sejam adicionados, com nomenclatura correta, acrescida do nome da espécie vegetal de origem (como é o caso do açúcar de cana, por exemplo).

Que maravilha! Palmas!

Com isso, o mercado das cervejas artesanais e consumidores agradecem! Pois, a gente, finalmente, vai poder saber quais os adjuntos estão sendo utilizados na cerveja que estamos bebendo e perceber a real diferença entre as artesanais e as industrializadas, se é que ainda existe essa dúvida. Ou seja, PONTO PARA AS ARTESANAIS!

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Ah, as cervejarias têm um ano para se adaptar à essa norma, ou seja, a partir de novembro deste ano (2019), todas já vão ter que constar essas informações no rótulo. E isso vale para todas as cervejarias mesmo! Tanto as que são produzidas aqui no Brasil quanto às que são apenas comercializadas, que é o caso das importadas.

E viva o direito à informação!

Dicas de cerveja para o Verão

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O verão começa nesta semana, 21 de dezembro. Eu, particularmente, amo o verão. Deixa o sol esquentar, gente! As pessoas ficam mais felizes, os bares ficam cheios, muitas pessoas entram de férias, o trânsito fica mais vazio, você consegue chegar mais cedo em casa e haja cerveja para tanta coisa boa!

E, quando a gente vê aquela “lua”, como dizem por aí: “um sol para cada um”, o que a gente pensa? Me dá uma pilsen, me dá uma pilsen!

Pera aí! Nem só de pilsen vive o ser humano no verão.

Foi pensando nisso, que convidei uma pessoa querida, gentil e especial, que entende tudo dos “paranauê” para dar umas dicas de estilos de cervejas que são ideais para tomarmos nessa estação.

Mais conhecida como Gina Alcântara, a minha convida sempre foi apaixonada pelo universo das cervejas artesanais. Como trabalhou em um restaurante onde a carta de cervejas era gigante, ficou ainda mais inspirada e sentiu a necessidade de uma especialização. Foi aí que ela se tornou sommelière, que é o profissional altamente capacitado no serviço de cervejas.

Vamos às dicas da Gina?
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Então, em pleno verão, nada nos impede de degustar uma Russian Imperial Stout, porém o fator drinkabilidade é fundamental. No verão, obviamente, temos a tendência a ingerir mais líquidos tanto para hidratação quanto para manter nossos corpinhos refrescados, portanto, cervejas leves tanto no corpo quanto no teor alcoólico são muito bem-vindas. Já nas estações mais frias, podemos abusar de cervejas encorpadas com o teor alcoólico mais elevado que trazem aquele aquecimento alcoólico gostosinho. Essas, sim, são cervejas para serem degustadas lentamente.

Quanto aos estilos de cervejas ideais para tomar no verão, são inúmeros. Mas, o que vai definir mesmo é o seu gosto pessoal. Particularmente, gosto muito das:

– Berliner Weisse (cervejas claras, leves, refrescantes, ácidas e bem carbonatadas);
– Gose (leves, ácidas, exóticas, com um toque salgado);
– American Pale Ale – APA  (estilo com muitas variações de cor, aroma e sabor, mas sempre refrescante);
– Helles (estilo tradicionalmente Alemão, mais especificamente de Munique, clara, límpida, sabor predominante de malte pilsen, corpo leve de baixo amargor e ABV)

Esses estilos caem muito bem no nosso verão escaldante devido ao baixo a médio teor alcoólico, corpo leve e sua refrescância, o que resumindo:  define a tal drinkabilidade.

Para se refrescar nesse calor, seguem dicas de algumas cervejas que tomei e indico dentro desses estilos que falei:

Löwenbräu – Original (Helles)
Bend Beer – Apa
Tarim – Pluma (APA)
Verace – Kings Cross (APA)
Bold Brewing – Psychedelic Weisse (Berliner Weisse)
Urbana – Lacto Vacillus (Berliner Weisse)

cervejas para verao

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Hygina Gonçalez de Alcântara, carinhosamente chamada de Gina, é sommelière de cerveja e barista. Nascida na cidade de Diamantina-MG e moradora da capital dos botecos, Belo Horizonte, Gina já trabalhou com participação em eventos cervejeiros, com elaboração de cartas de cerveja, com degustações guiadas e com treinamento de brigada. Hoje, ela trabalha em uma growler station. Confira seu insta: @ginaalcantara_beersomm