8 dicas para curar a ressaca

Já falei por aqui sobre os efeitos do álcool no corpo e a importância de beber com responsabilidade. Mas, tem vez, que a gente acaba exagerando e o dia seguinte é uma verdadeira tortura. Ou seja, senta que lá vem ressaca.

A ressaca é uma série de sintomas físicos e mentais causados pela intoxicação que acontece quando bebemos demais.

Para tentar eliminar a bebida, o corpo passa por um verdadeiro desequilíbrio, sobrecarregando o fígado, o estômago e o intestino. Essa reação natural do organismo diante de uma intoxicação pelo álcool é caracterizada por dores de cabeça, de estômago e no corpo, náuseas, vômitos, boca seca, irritação, sensibilidade à luz e mal-estar geral.

Ou seja, seu corpo está passando por tudo isso na tentativa de eliminar a bebida. Porém, até que todo o álcool seja metabolizado e excretado, você terá algumas longas horas de sofrimento pela frente.

O mal-estar só vai passar totalmente quando o corpo conseguir processar e se livrar de todo o álcool consumido. Porém, você pode sim seguir algumas dicas para ajudar seu organismo a sair dessa.

Confira aí 8 dicas para ajudar a curar a ressaca:

1 – Tome bastante água: No processo de embriaguez o corpo desidrata, perde muita água. Isso acontece devido ao alto teor diurético do álcool. Aquelas várias idas ao banheiro enquanto você bebe têm um preço. Portanto, para ajudar o seu corpo a se recuperar da ressaca mais rápido, beba muita água.

2- Tome sucos naturais, água de coco, isotônicos e refrigerante de limão: As frutas contêm frutose, um açúcar natural que vai ajudar o corpo a queimar o álcool mais depressa.

Rica em nutrientes e com açúcar natural, além de muito saborosa, a água de coco pode ser uma excelente aliada na melhora dos sintomas da ressaca também.

Já os isotônicos também repõem sais minerais perdidos e dão uma injeção de energia!

E o refrigerante de limão acelera o organismo a metabolizar o acetaldeído (toxina proveniente do álcool) em ácido acético. Altas concentrações de acetaldeído no sangue causam sintomas da ressaca.

3- Não exagere no café e tome chá: Uma xícara de café até pode te dar mais energia para enfrentar um dia de ressaca e ajudar a aliviar a dor de cabeça, mas você não deve exagerar.

O motivo para isso é que o café favorece a eliminação de água pela urina, agravando ainda mais os sintomas da desidratação. Por isso, restrinja seu consumo a apenas uma xícara pequena.

Chás de salsaparrilha, erva-picão, macela e erva-cidreira têm grande potencial para limpar o corpo das toxinas do álcool. Isso porque as ervas podem ajudar a renovar as células hepáticas, relevantes para o processo de desintoxicação no corpo. Assim, consumir algum chá herbal também é uma alternativa que ajuda a evitar os efeitos da ressaca.

4- Coma comidas salgadas e leves: Como o fígado, o estômago e o intestino estão sobrecarregados pelo excesso de álcool, é recomendável evitar o consumo de alimentos pesados para que esses órgãos possam se recuperar.

Dessa forma, vale a pena apostar em uma alimentação leve e com pouca gordura, como saladas, arroz integral, peito de frango grelhado ou uma boa sopa de legumes.

5-  Coma brócolis e outros alimentos com cisteína: Uma das coisas que ajuda na cura da ressaca é a liberação de todo o etanal (acetaldeído) ainda presente. Ele é uma toxina gerada pela reação do álcool em nosso corpo e pode causar tontura, náuseas e outros sintomas. A cisteína, encontrada em alimentos como brócolis, cebola, soja, pimenta e gérmen de trigo, é responsável pela eliminação do etanal, e pode dar um gás na cura.

6- Descanse o corpo: Enquanto bebemos, nosso organismo trabalha muito para absorver e metabolizar todo o álcool. Um esforço que resulta em muitos sintomas desagradáveis da ressaca. Recompense seu corpo pelo esforço com um bom descanso até que ele volte a executar adequadamente suas funções.

Evite fazer esforço físico e tenha uma boa noite de sono. Assim, você conseguirá se recuperar mais rapidamente.

7- Coloque mel no seu desjejum: É preciso fornecer energia ao seu corpo para que ele se recupere. Para facilitar, ao acordar, aposte em alimentos como torradas ou cereais, que são de fácil digestão, e acrescente uma colher de mel. Esse ingrediente é rico em frutose, o mesmo açúcar encontrado nas frutas, e tem propriedades anti-inflamatórias que ajudam seu organismo a se livrar do mal-estar.

8- Antes de dormir, coma!: Sei que é difícil lembrar disso, mas, ao chegar em casa, faça um lanche, de preferência usando pães integrais, que possuem carboidratos complexos, absorvidos mais lentamente do que os simples. Um bom suco de frutas também ajuda: o líquido vai combater a hipoglicemia, fornecendo uma boa quantidade de frutose.

Como eu já falei, o importante é beber com responsabilidade. Mas, se exagerou, espero ajudar com essas dicas.

Leia aqui sobre Bebendo cerveja de forma responsável
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Fontes: Site MedPrev
Site Unimed Fortaleza

Misturar bebidas alcoólicas não faz mal!

Muitas vezes a gente já ouviu ou já falou essa frase: “Se eu misturar diferentes bebidas alcoólicas, eu fico ruim!”. 

Foto: petereleven/Shutterstock

Mas, vim aqui para desmistificar isso.

Não existe nenhuma pesquisa científica ou estudo que comprove que o fato de você misturar uma bebida fermentada, no caso da cerveja, com um destilado, faz mal, ou potencializa a ressaca do dia seguinte.

O que acontece é que destilados, em geral, possuem teor alcoólico maior que fermentados. Por isso, se forem ingeridos no mesmo ritmo que o fermentado ou em conjunto, pode embebedar mais rápido, mas só pelo fato de que haverá mais álcool entrando no organismo.

Por conta disso, misturar bebidas também não causa mais ressaca.

O problema todo não está na mistura das bebidas, mas sim em quatro fatores:

– Se está bem alimentado antes de começar a beber;
– O alto teor alcoólico ingerido; 
– A quantidade ingerida; 
– A velocidade que se bebe. 

Ou seja, o que faz você passar mal no dia seguinte à mistureba de bebidas é o exagero.

Quando a gente está bebendo cerveja e passa para a vodca (por exemplo), a gente começa a ingerir muito mais teor alcoólico. A gente passa do 5% para o 40%. Se tomássemos apenas uma dose e parasse, tudo ficaria tranquilo no dia seguinte. O problema é que você toma mais teor alcoólico, fica mais alegre, empolgado e passa a tomar ainda mais. Ou seja, o problema não é a mistura, mas o exagero.

Outro exemplo para você entender de vez que o problema não é a mistura:

Misturar uma garrafa de cerveja e uma taça de vinho, dependendo da velocidade que ingeriu e se estava bem alimentado, não vai dar nada no dia seguinte. Você vai acordar sem ressaca.

Agora! Sem misturar. Se você tomar quatro doses de uísque em uma hora ou 10 garrafas cervejas em uma noite. Seu dia seguinte não vai ser nada bom. E olha que você não misturou as bebidas. Entendeu? Beber só destilado ou só cerveja em grande quantidade vai ter muito mais álcool ingerido que misturar somente uma dose de destilado com uma garrafa de cerveja.

Eu já fiz umas misturas boas de cerveja com destilado JUNTOS. Nesses dias, eu tomei a mistura e mais uma garrafa de cerveja só. Acordei sem ressaca.

Veja aqui como faz o Submarino: Stout + Jack Daniel’s
Veja aqui como faz o Highball: Pilsen + Tônica + Jack

O mesmo acontece se você misturar estilos ou marcas de cervejas. Não tem problema nenhum, desde que seja com moderação.  

Resumindo, o que te faz mal é não saber beber com moderação! Se cuide!

Confira o teor alcoólico de algumas bebidas e saiba dosar.

  • Cerveja: 5% a 12%;
  • Vinho: 10% a 15%
  • Aguardente: 38 a 54%;
  • Rum: 35 a 54%;
  • Cachaça: 38 a 48%;
  • Vodca: 36 a 54%;
  • Whisky: 38 a 54%,
  • Gin: 40% a 50%
  • Mista ou coquetel: 0,5% e 54%.

Bebendo cerveja de forma responsável

No final de junho, assisti à palestra “O papel do álcool no processo civilizatório e consumo responsável”, que fez parte do Congresso “Cerveja é Gastronomia” organizado pela Abracerva e pelo Sindicerv.

As falas do Dr. Fernando Soléra, coordenador da Comissão de Controle de Doping da CBF e médico oficial de Controle de Doping da FIFA e Conmebol, que destacou o consumo responsável, me chamou atenção, por isso resolvi trazer esse assunto aqui para o blog.

De acordo com o Dr. Fernando, o álcool é absorvido pelo corpo de forma rápida. Dentro de uma hora, já absorvemos todo o álcool que consumimos. Porém, a velocidade vai depender da concentração de álcool que tem a bebida e do estado de nutrição da pessoa.

A absorção do álcool é mais rápida quando a bebida alcoólica é ingerida com estômago vazio, provocando um pico elevado de concentração no sangue. Agora, se tomar bebida alcoólica com proteínas, gorduras e carboidratos, que são os principais tipos de alimentos energéticos, a absorção é melhor. Por isso, NUNCA BEBA COM O ESTOMAGO VAZIO!

O álcool ingerido é transportado pelo sangue para todos os tecidos que contém água. As maiores concentrações encontram-se no cérebro, no coração, nos rins, no músculo e no fígado.

É no fígado que cerca de 90% a 95% do álcool ingerido é metabolizado.  Diferente da absorção, a metabolização do álcool é lenta. Ou seja, a expulsão do álcool do corpo acontece devagar. Pode demorar até 8 horas. O EFEITO É PROPORCIONAL A DOSE. Ou seja, quanto mais bebida ingerida, mais tempo ela vai ficar no seu corpo. E mais sentirá o efeito negativo do álcool.

Foto: Pixbay

Consumido em grande quantidade, nosso fígado não consegue metabolizá-lo, passando a atingir todo o organismo, incluindo o coração, o sistema nervoso central, o estômago e os rins, provocando diversas reações responsáveis pela “embriaguez”.

Além da dosagem, outros fatores interferem na metabolização do álcool. Cada corpo metaboliza o álcool de uma forma. Por isso, NÃO EXISTE UMA DOSAGEM IDEAL.

As diferenças no metabolismo do álcool podem colocar algumas pessoas em maior risco para desenvolver problemas relacionados ao álcool. Independentemente da quantidade que uma pessoa consome, o corpo pode metabolizar apenas uma certa quantidade de álcool a cada hora.

Por exemplo, as mulheres metabolizam o álcool mais lentamente que os homens e, consequentemente, apresentam uma concentração de álcool no sangue mais elevada após consumo da mesma quantidade de bebida.

A distribuição de gordura no corpo de homens e mulheres, por exemplo, é diferente e isso acaba impactando a circulação do álcool. Outra diferença está na quantidade de água no organismo, pessoas do sexo femino apresentam um volume um pouco menor e, ao ingerir a mesma dose de álcool, ficam com uma concentração maior no corpo. 

Além disso, geralmente, as mulheres contam com menos enzimas no fígado para metabolizar o álcool e isso pode fazer com que os efeitos da bebida persistam por mais tempo no seu corpo. Por tudo isso, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras autoridades médicas é a de que mulheres sempre bebam em menor quantidade do que os homens em uma mesma ocasião. 

Outros fatores que interferem além do sexo feminino ou masculino são: a idade, a estrutura física (altura, massa corporal), a vulnerabilidade genética, o estado de saúde o, padrão de consumo e os contextos relacionados à ingestão de bebidas alcoólicas (se bebe durante as refeições, por exemplo).

Além da alimentação, a hidratação durante e após o consumo da bebida alcoólica também é importante. Estar hidratado quando beber (um copo de água para cada um de álcool) e ingerir muito líquido também no dia seguinte ajuda a eliminar pela urina as toxinas que restam no corpo.

 Foto: IS/

Portanto, sabemos que o excesso de álcool é muito prejudicial à saúde.

Porém! Porém! Seu consumo responsável é benéfico. De acordo com o Dr. Fernando, existem pesquisas cientificas que falam sobre os benefícios do álcool para o organismo. Hoje, isso é um fato na medicina. Inclusive, já falei sobre isso aqui – Benefício da cerveja para a saúde

Outro dado interessante trazido pelo médico é que, no Brasil, 5% da população é alcoólatra. “Para uma população, 5% é muita coisa. Porém, devemos levar em consideração também outro dado: que o Brasil é o país com o menor percentual de pessoas alcoólatras. E isso é muito bom.”, finaliza.

Enfim, já sabemos o que devemos e o que não devemos fazer. Seja responsável, respeite os limites de seu corpo.

Fontes: Palestra Dr. , Dr. Fernando Soléra durante o Congresso “Cerveja é Gastronomia”
Site Universidade Federal do Ceará – Seara da Ciência
Site CISA – Centro de Informação sobre Saúde e Álcool
Site Dr. Jairo Bouer

Benefícios da Cerveja Artesanal para a saúde

A gente nem precisa de muita desculpa para tomar uma cerveja artesanal não é mesmo?

Agora, se eu te contar que elas têm alguns benefícios para a nossa saúde, elas vão descer até mais redondo, né?!

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Existem diversos estudos que comprovam as qaulidades positivas da cerveja para o nosso organismo devido à sua composição.

Já sabemos que a cerveja artesanal é feita com água, malte de cevada ou outros cereais, lúpulo e levedura. Esses, por serem ingredientes naturais, não causam prejuízo à saúde. Diferente das cervejas industrializadas, onde podemos encontrar essências, corantes, estabilizantes, conservantes, ou seja, produtos artificiais que não fazem muito bem se consumido ao longo do tempo.

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Voltando à nossa artesanal, ela contém quantidades significativas de nutrientes. Possui potássio, cálcio, magnésio, sódio, fósforo, selênio, ácido fólico, vitaminas (sobretudo do complexo B), proteínas e fibras dos cereais.

Esses ingredientes podem trazer uma série de benefício para saúde, como possuir ação antioxidante e anti-inflamatória, oferecendo efeitos benéficos na redução do risco de algumas doenças.

Vejam outros benefícios:

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– Inibe e previne o desenvolvimento de células cancerígenas, devido ao xanthohumol, composto químico presente no lúpulo;

– Tem a capacidade de melhorar o sistema imunológico do organismo, evitando que nos contagiemos com doenças infecciosas como o resfriado, devido ao humulone, um componente do lúpulo;

– É uma das poucas fontes dietéticas de silício, um mineral que ajuda a melhorar a densidade dos ossos, prevenindo a osteoporose.

– Reduz o risco de ataque cardíaco em 30% e aumenta o bom colesterol.

– Reduz em até 40% as chances de desenvolver pedras nos rins.

– Por ser anti-oxidadante, aliadas aos compostos polifenóis, diminue as chances de desenvolver o Mal de Alzheimer ou de sofrer Acidente Vascular Cerebral (AVC).

– Auxilia na diminuição dos níveis glicêmicos e aumenta a sensibilidade à insulina.

– Ajuda na redução do estresse oxidativo, devido ao seu potencial antioxidante.

– Combate à insônia através do lúpulo, que colabora para a ação de um neurotransmissor que promove o efeito sedativo e diminui a atividade do sistema nervoso.

– Reduz a ansiedade e o estresse.

Mas, atenção!

Esses benefícios que a cerveja artesanal traz para a saúde só são possíveis se ela for consumida com moderação. Eu acho que não dá para falar qual é a quantidade ideal para cada pessoa, para ser considerado moderado, pois depende do estilo de vida que cada uma leva.corpo-saudc3a1vel

Mas, uma coisa é certa, tudo em excesso faz mal. Com a cerveja não é diferente.

Chopp_EscuroOutra informação para quem preocupa com os quilos a mais é que, quanto mais álcool tiver, mais calorias você estará consumindo. Então, se quiser manter a dieta, escolha cervejas menos alcoólica, além das menos encorpadas. Sem esquecer que uma parte da culpa dos quilos a mais vem dos acompanhamentos (tira-gostos) servidos com a cerveja. Cuide-se!

Leia aqui sobre cervejas Low Carb

Leia aqui sobre cervejas Zero Álcool

8 doenças provocadas pelo álcool

A fórmula do sucesso?
Beba com moderação! Beba água! Mantenha uma dieta balanceada! Faça atividades físicas!

Boa sorte!

Dicas de cervejas para beber na Primavera

A primavera esta aí e, com ela, chegaram os dias mais longos e coloridos. Não sei vocês, mas esse clima me deixa mais animada e com uma vontade danada de abrir aquela cerveja no fim do dia.

Por isso, eu convidei a sommelière de cervejas, Carol Jandoso*, para dar umas dicas gerais de cervejas ideais para se tomar na primavera!

Confira!

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As estações do ano influenciam muito nos nossos hábitos. Aquela sopinha de legumes do inverno já não parece tão apropriada para os dias ensolarados como os que estamos vivendo e aquela Imperial Stout deliciosa, com a chegada da primavera, está dando espaço para cervejas mais leves e refrescantes.

Essa sazonalidade não é de hoje. Os Bávaros têm orgulho de dizer que a cerveja é item indispensável em sua alimentação diária e que a única coisa que muda com o tempo é o tipo de cerveja escolhida, dependendo da estação, claro. No verão, as Weizenbier estão por todas as partes, espalhando seus aromas frescos de banana e cravo e refrescando o paladar com sua efervecência. O outono traz cervejas um pouco mais escuras e levemente mais potentes. Com a diminuição das temperaturas há um aumento no teor alcoólico, no início do inverno, os Bávaros escolhem Bocks para a ceia de Natal e nos dias mais frios embalam as noites com densas Doppelbocks. Agora, na primavera, é época das cervejas de outubro, as Oktoberfest.

A primavera chega renovando as coisas e trazendo com ela as Maibocks, uma bock clara, cerveja um pouco mais sequinha que as bocks escuras e que podem apresentar um perfil de lúpulo floral delicado e sútil.

Como pensar em primavera sem lembrar de flores e frutas aromáticas? É quase uma sinestesia, um cheiro colorido.

Historicamente os cervejeiros foram adaptando suas levas para oferecer o produto sensorialmente mais adequado para as condições climáticas, e por sua vez as condições climáticas influenciavam nas características sensoriais do produto. Temos como exemplo disso as Lambics que tradicionalmente são produzidas durante o inverno para consumo na primavera e no verão. As temperaturas amenas no início do inverno permitem a fermentação espontânea mais controlada, gerando uma cerveja mais agradável. Se o Master Blender for bom, o cervejeiro responsável pelas combinações de diferentes levas de Lambic para atingir a combinação perfeita, teremos uma cerveja refrescante e muito propícia para os dias mais quentes da primavera.

Agora vamos ao que interessa! Depois de todo esse papo de história da cerveja já estou com sede!

É com a acidez das Lambics que gostaria de começar as minhas indicações. Uma Fruit Lambic, como uma Kriek (cerejas), por exemplo, é uma ótima acompanhante para degustar com um chocolate branco, limpando o paladar e complementando o chocolate, dando a sensação de uma trufa de frutas vermelhas.

Ainda na temática “azedinhas” temos o primeiro estilo brasileiro, as Catharinas Sour, que são cervejas ácidas que levam frutas aqui das terrinhas tupiniquins. Uma boa cerveja desse estilo é capaz de acompanhar um queijo brie, neutralizando um pouco a gordura e a fruta escolhida funcionará como uma geleia, tipicamente servida junto ao queijo.

Mas nem só de acidez se vive uma primavera. Se você não abre mão de um IPA pode se aventurar tanto no mundo das Session IPAs, versões mais contidas de seu estilo original, quanto pode enveredar nos caminhos das ultra-aromáticas New Englands. Nessa categoria, encontramos cervejas tão cheirosas que muitas vezes, de olhos fechados, fica complicado identificar se é um suco de frutas tropicais ou uma cerveja. Aqui, só devemos tomar cuidado com o teor alcoólico, às vezes, uma cerveja muito potente, pode ser difícil de degustar nos dias mais quentes.

Pra finalizar, gostaria de dizer para que deixe sua imaginação fluir e seja levado pelos mais diversos estilos e sensações, faça suas apostas e avaliações. Para isso, vou deixar mais algumas dicas:

– Se está buscando acidez e refrescância, fora as Lambics e as Catharinas, aposte por exemplo em uma Gose, salgadinha e azedinha.

– Se as notas cítricas e resinosas te agradam mais, aposte em Session IPAs, Americans IPAs, White IPAs, NEs, APAs.

– Se você for um fã incondicional da escola Belga, pode escolher passar um momento ao lado de uma boa Saison, Blonde Ale ou Belgian Pale Ale, com suas inconfundíveis notas de condimentos e frutas.

– A Escola Alemã também é uma ótima opção quando estamos falando de cervejas leves. Estilos como Kölsch, German Pils, Bohemian Pilsner e Münich Helles são boas opções para a nossa primavera.

– Se você é um amante das cervejas de trigo, pode continuar degustando da sua Weiss em seu copão e, se quiser variar, pode apostar em uma Witbier ou American Wheat Beer e adicionar citricidade e um pouquinho mais de refrescância.

É isso! Lembre-se de se permitir testar e escolher seus estilos prediletos e não deixe de me contar como foi a experiência!

* Carol, além de Sommelière, é Bióloga e Mestre em Estilos. Nascida em Piracicaba, já trabalhou com produção de cervejas, treinou equipes de diversos bares e restaurantes, promoveu cursos e degustações guiadas e viajou por mais de 20 países, sempre buscando novas experiências e sabores que a fermentação pode oferecer. Veio para BH recentemente em busca de conhecer a cena cervejeira do que chamam de “a Bélgica brasileira”. Confira seu insta: @carolsommelier!

Espero que tenham gostado e aprendido um pouco mais sobre este vasto mundo das cervejas artesanais.