Cervejas para o inverno: estilos que aquecem o paladar

Quando as temperaturas caem, muita gente troca a cerveja por um vinho ou destilado. Mas a verdade é que o universo cervejeiro tem opções perfeitas para o inverno. Estilos mais encorpados, com teor alcoólico mais elevado e sabores intensos são ideais para aquecer os dias frios.

Se você está começando a explorar esse mundo ou quer sair do lugar-comum, aqui vão dicas certeiras de estilos para aproveitar no inverno. Além de esquentar, harmonizam muito bem com as comidas típicas de inverno como queijos, fondues, carne assada, chocolate e massas!

Stout: A Stout é uma das estrelas do inverno. O malte torrado dá notas que lembram café e chocolate, ideais para o frio. Algumas versões, como a Oatmeal Stout têm uma textura mais cremosa e final levemente adocicado, que reforçam o conforto.

Dica mineira: Obsidiana da Pederosa Craft: Uma cerveja cremosa com notas de café e chocolate amargo. Sua cor preta e opaca lembra a pedra que lhe dá nome. A utilização massiva de aveia confere uma textura cremosa e aveludada, enquanto os maltes torrados imprimem notas de café e chocolate amargo. Uma combinação interessante com brownies e dias frios. ABV: 5,5% | IBU: 30

Dica mineira 2: Cookie da Vovó uma Imperial Stout da Hankzbier. Feita com 8 maltes especiais, corpo robusto e textura sedosa. Notas de leite maltado, doce de leite, churros, biscoito e cookie. Adição de biscoitos, lascas de avelã e extrato de avelã. ABV: 10,5% | IBU: 50

Porter:  Parecida com a Stout, mas com um perfil menos torrado e mais equilibrado. É uma excelente porta de entrada para quem quer começar a beber cervejas escuras e encorpadas sem ir direto para sabores tão intensos.

Dica mineira: Jack Porter, uma Brown Porter da Cervejaria Artéza: Cor escura, sabor e aroma levemente amadeirado, resultado de maturação em lascas de carvalho francês e de adição de whisky Jack Daniel’s. ABV: 6,5%

Belgian Dubbel: As cervejas belgas são ótimas para o inverno por seu perfil frutado e alcoólico. A Dubbel é um exemplo clássico: complexa, levemente adocicada e com uma sensação de aquecimento muito agradável.

Dica mineira: Nicolau, Cervejaria Ziel. Com 7,6% de ABV e 16 IBU, a Ziel Nicolau equilibra dulçor e amargor na medida certa, proporcionando uma experiência sensorial única. Suas notas marcantes de frutas secas escuras e especiarias, como anis estrelado, canela e cravo, resultam em uma cerveja rica, envolvente e cheia de personalidade.

Bock / Doppelbock: Originárias da Alemanha, essas cervejas são ricas em malte, com corpo aveludado e dulçor elegante. A Doppelbock, mais alcoólica, é praticamente um abraço líquido.

Dica mineira: German Bock da Cervejaria Caraça. Uma lager mais maltada, contando com a presença de 4 diferentes tipos de maltes especiais que revelam toda a plenitude do sabor dos grãos. Uma cerveja elaborada com muito capricho e atenção aos detalhes, sendo o malte o centro de tudo. ABV : 6.5% | IBU : 20

Barleywine: Essa é para os corajosos! Barleywine é uma cerveja potente, intensa e licorosa. Ideal para ser degustada com calma, quase como um conhaque. Combina perfeitamente com sobremesas ou para fechar a noite.

Dica mineira: Pretensão, Krug Bier. Envelhecida em carvalho francês, rica em sabores e com notas intensas harmonizadas pelo amargor dos lúpulos ingleses. ABV:  11,0% | IBU: 40

Black IPA: Combina o amargor característico do lúpulo com a riqueza dos maltes torrados. Uma explosão de sabores. E seu alto teor alcoólico ajuda a aquecer.

Dica mineira: Blackbird da Cervejaria Küd: Leva quatro tipos de maltes e quatro estágios de lupulagem, é a primeira Black IPA registrada no Brasil. Forte e de paladar marcante, possui ótimo amargor. ABV: 8,3% | IBU: 75

Dica extra: Sirva um pouco menos gelada

Cervejas de inverno revelam melhor seus aromas e sabores em temperaturas mais elevadas. O ideal é servir entre 8°C e 12°C, dependendo do estilo.

Cerveja e inverno combinam sim, e muito! A dica é explorar estilos mais intensos, maltados e alcoólicos, que oferecem uma experiência sensorial rica e aconchegante. Se você ainda associa cerveja só ao verão, talvez esteja na hora de mudar essa percepção com um brinde mais encorpado.

Aprenda a degustar cervejas como um especialista!

Degustar cerveja vai além de simplesmente beber, é uma experiência sensorial que envolve atenção aos detalhes e uso de todos os sentidos. Quer aprender a saborear sua cerveja como um especialista? Confira abaixo um guia prático que vai te ensinar a identificar aromas, sabores e texturas como nunca antes!

1. O Visual: O primeiro contato 👀

Antes de qualquer gole, olhe para a cerveja. O visual dela já diz muito sobre o que você está prestes a experimentar.

  • Cor: Observe a tonalidade da cerveja. Cervejas claras, como Lagers, tendem a ter sabores mais leves e refrescantes, enquanto cervejas escuras, como Stouts, geralmente trazem sabores mais profundos e intensos. Lembrando que existem exceções, com cervejas escuras também podendo ser leves.
  • Transparência: A cerveja é límpida ou opaca? A opacidade pode indicar uma cerveja não filtrada, como uma Weissbier, ou até mesmo um estilo de IPA mais moderno, como a New England IPA, devido a adição do trigo.
  • Espuma: A qualidade da espuma também revela muito sobre a cerveja. Uma espuma densa e duradoura indica boa carbonatação e pode melhorar a experiência sensorial.

Dica: Cores diferentes refletem os ingredientes e o processo de produção de cada estilo. Observe e compare com outras cervejas que já experimentou!

2. O Olfato: Sentindo os aromas 👃

Agora que já explorou o visual, é hora de sentir os aromas. O olfato desempenha um papel enorme na degustação, pois os aromas ajudam a antecipar os sabores que virão.

  • Malte: Identifique aromas doces, como pão, biscoito, caramelo ou chocolate, café que vêm dos maltes tostados.
  • Lúpulo: O lúpulo pode trazer notas de frutas, flores, ervas e até pinho. Dependendo da variedade usada, você pode sentir desde frutas cítricas até resinas.
  • Levedura (Fermentação): As leveduras também produzem aromas. Em estilos como as cervejas de trigo, é comum sentir cheiros de banana e cravo.

Dica: Agite levemente a taça e aproxime o nariz para captar os aromas. Inspire profundamente e faça isso mais de uma vez, para detectar todos os nuances!

Dica extra: Se seu nariz já estiver “viciado” em algum cheiro que sentiu no momento, cheire a dobra que fica entre o braço e o antibraço. Isso, ajuda a limpar seu sentido.

3. O Paladar: Saboreando cada gole 👅

Agora vem a parte mais esperada: o sabor! Tome um gole pequeno e deixe a cerveja envolver todo o seu paladar.

  • Primeiro Gole: Sinta os sabores iniciais – muitas vezes, os maltes ou lúpulos são os primeiros a aparecer.
  • Segundo Gole: Deixe a cerveja caminhar na sua boca. Faça um bochecho mesmo com o líquido. Você vai observar a evolução dos sabores. Com o segundo gole, você pode perceber características mais sutis, como notas de frutas, especiarias ou amadeiradas.
  • Equilíbrio: A cerveja é doce, amarga ou ácida? Cervejas bem equilibradas apresentam harmonia entre esses elementos.

Dica: Lembre-se de que a temperatura influencia os sabores. Deixe a cerveja esquentar um pouco para revelar características mais complexas.

4. A Textura: Sentindo na Boca 👐

Além dos sabores, a sensação da cerveja na boca é fundamental para uma degustação completa.

  • Corpo: O corpo da cerveja pode variar de leve a encorpado. Cervejas mais leves têm uma sensação mais “aguada”, enquanto as encorpadas parecem mais densas e cheias na boca. Elas pesam na língua.
  • Carbonatação: As bolhas também fazem parte da experiência. Uma cerveja com alta carbonatação será mais efervescente, enquanto uma com baixa carbonatação será mais suave.
  • Final: Preste atenção no final da cerveja. Ela deixa um retrogosto seco, adocicado ou amargo? Isso faz parte da complexidade da experiência.

Dica: O equilíbrio entre a textura e os sabores faz toda a diferença na percepção geral da cerveja. Aproveite o momento e sinta a diferença entre estilos!

5. Finalizando a experiência: A Reflexão 🧠

Depois de todos os goles e impressões sensoriais, é hora de refletir. A degustação é também uma experiência de aprendizado.

  • A cerveja era equilibrada? Algum sabor ou aroma te surpreendeu?
  • Era uma cerveja que você repetiria? Ou algo que ficou como uma nova descoberta?

Dica: Fazer anotações pode ajudar na sua próxima degustação. Assim, você começa a reconhecer padrões e a identificar seus estilos favoritos.

Conclusão: Degustar cerveja é uma arte! 🍻

Agora que você tem um guia completo, pode começar a degustar suas cervejas como um verdadeiro especialista. Lembre-se de que cada cerveja tem suas particularidades, e quanto mais você treinar seus sentidos, mais rica será sua experiência.

Se gostou dessas dicas, compartilhe com seus amigos cervejeiros e aproveite para deixar nos comentários qual foi a última cerveja que você degustou!

Dicas para harmonizar cerveja e comida!

A técnica de harmonização de cervejas consiste em combinar da melhor forma os elementos sensoriais de uma cerveja e de um alimento.

Na minha opinião cerveja combina com qualquer tipo de comida ou até mesmo sem acompanhamento. Mas, é claro que a combinação de alguns estilos de cervejas com determinadas comidas pode tornar a experiência da degustação ainda mais completa e saborosa. E é isso que vou mostrar para você hoje.

Existem algumas regrinhas que, se seguidas, vão ajudar na busca da melhor combinação. O objetivo é que a experiência da degustação dos dois juntos seja melhor do que quando eles são consumidos separadamente, e que se possa chegar até mesmo a um terceiro sabor, criado a partir dessa união.

Antes de falar sobre os três princípios básicos da harmonização, é bom lembrar de uma regra básica: Cervejas fortes devem ser harmonizadas com pratos intensos, e cervejas leves com pratos sutis. Um não deve se sobrepor ao outro, ofuscando suas características.

Existem três princípios básicos para fazer uma harmonização:

1 – Semelhança

Aqui, os elementos da cerveja são parecidos ou iguais aos do prato. A harmonização por semelhança é a mais simples e acontece quando casamos sabores, aromas e temperos presentes tanto na comida quanto na cerveja.

Uma salada tende a harmonizar com uma cerveja mais leve. Uma cerveja mais maltada, que puxa para a cor de caramelo, tende a combinar com uma carne assada, que costuma ter cores parecidas. Uma cerveja de maltes torrados vai bem com um prato à base de chocolate meio amargo. O sabor de um complementa o sabor do outro.

Dicas: – Imperial Stout com Brownie – A cerveja é encorpada, tal qual a sobremesa, com isso, ela não sobrepõe os sabores.
– Witbier ou Sour Ale com Ceviche;
– American Pale Ale e frango assado;
– Weizen com frutos do mar.

2 – Contraste

A ideia aqui é que elementos diferentes e realmente opostos combinem entre si, gerando harmonia, suavizando arestas e potencializando pontos positivos. Os elementos opostos evitam o excesso de uma determinada característica, deixando a combinação balanceada.

Um prato doce, por exemplo, pode harmonizar com uma cerveja mais amarga. Um prato com mais gordura combina com algo que tenha acidez e doçura.

Dica: – Sal, doce e gordura equilibram o amargor: Exemplo Pretzel (sal) com Bohemia Pilsner (amargor);
– Doce contrasta com picância: Exemplo Weiss (doce) com Quesadillas de frango (picância);
– Acidez se contrapõe e harmonizam com pratos gordurosos e defumados: Exemplo Saison (ácida) com uma Pancetta de porco (gorduroso).

3- Corte

Ocorre quando elementos na cerveja cortam alguma característica do prato. A intenção desse tipo de harmonização é suavizar elementos. A bebida entra para “limpar” o paladar. Ao comer um prato gorduroso, a sugestão é a escolha de uma cerveja mais carbonatada (gaseificada), amarga ou alcoólica. A cerveja anula a sensação de viscosidade e te prepara para uma nova bocada.

Dica: American IPA e Joelho de Porco. O alto amargor e teor alcoólico da cerveja ajuda a cortar a gordura dessa carne no paladar.

– Harmonização Cultural

Além dessas clássicas regras de harmonização, existe também a Harmonização Cultural, que é a combinação entre um alimento e uma cerveja que não necessariamente combinem entre si, mas que já tenha virado tradição em determinada região ou país. Aqui, o que importa é experimentar a culinária local.

Dicas: – Lager e churrasco combinação típica brasileira;
– Salsicha branca (Weisswurst) e Weissbier comum na Alemanha;
– Ostras e Stouts, bastante usado na Inglaterra;
– Hamburgueres e IPA, típico dos Estados Unidos;
– Mexilhões e Belgian Ales, da Bélgica.

Mas, atenção! Essas regras não são absolutas. Elas servem apenas como orientação na busca por essa experiência que é a harmonização.

4 estilos de cerveja para harmonizar

Lager

Como é uma cerveja leve, ela combina com alimentos não muito fortes. Alimentos muito temperados e com sabor forte podem quebrar seu sabor.  Alimentos como pastéis, camarão, mandioca, aperitivos como queijo e azeitona e petiscos como nozes, castanhas, amêndoas e amendoim são boas pedidas.

IPA

A India Pale Ale tem como destaque o amargor do lúpulo. Por isso, ela combina com alimentos mais temperados e gordurosos. Uma boa pedida para acompanhar a IPA é o churrasco com carnes como bisteca, costelinha suína e bovina, alcatra, linguiça e outras carnes mais gordurosas. Outros alimentos que também são responsáveis pela harmonização de cervejas IPA são pizzas com recheios mais gordurosos, nachos e salmão.

Stout

Stouts são cervejas escuras feitas com maltes intensamente torrados. Isso traz um amargor agradável, com aromas e sabores de café expresso e chocolate. Com isso, elas combinam com sobremesas à base de café e à base de chocolate, principalmente os amargos, como brownies, tortas e o chocolate em si.

Alguns tipos de queijo também combinam bastante com essa cerveja, principalmente o gorgonzola, o gouda e o parmesão, que são queijos com sabores bem mais fortes e acentuados.

Weiss – Cerveja de trigo

As cervejas de trigo são mais fermentadas e costumam apresentar sabores frutados e condimentados, que combinam com saladas, nachos, peixes, aves, queijos suaves e frutos do mar. A doçura contrasta com os sabores salgados e ácidos desses alimentos enquanto o sabor frutado complementa o conjunto. Entre as sobremesas, vai bem com doces de frutas brancas e amarelas.

A dica final é experimentar várias combinações e, claro, levar sempre em conta o seu gosto pessoal. Pois, pode ser que um tipo dessas sugestões de harmonização não caia bem para o seu paladar e está tudo certo. O importante é ser feliz, beber com qualidade e com moderação!

Mais dicas!

Fonte: Cerveja e Malte

Dia do Sommelier: Afinal, o que um sommelier faz?

Dia 29 de agosto é comemorado o Dia do Sommelier. Essa data foi escohida por causa da regulamentação da profissão no Brasil. A profissão foi regulamentada no Brasil pela lei 12.467 em 26 de agosto de 2011, e publicada no Diário Oficial da União em 29 de agosto de 2011

A profissão de sommelier especificamente de de cerveja no Brasil é nova. A primeira turma do curso de sommelier de cerveja do Brasil se formou em 2010. O curso foi criado entre uma parceria do Instituto de Cerveja Brasil e a Associação Brasileira de Sommeliers – São Paulo.

Afinal, o que faz um Sommelier de Cerveja?

O Sommelier, em geral, é aquele profissional que “executa o serviço especializado de bebidas”. É o responsável pela beida – cervejas, destilados, vinhos, cafés, chás e até charutos – de um estabelecimento que pode ser um restaurante, loja, empório, importadora etc.  

O papel do profissional sommelier de cerveja é descobrir, interpretar e acolher os desejos do consumidor apresentando a ele todas as opções possíveis. O consumidor é sempre o foco principal do trabalho de um sommelier de cervejas. É para ele que voltamos nossa atenção. Sendo assim, é preciso despir-se de qualquer preconceito em relação a gosto, preferências, simpatias ou antipatias em relação aos variados estilos de cervejas disponíveis.

O campo de atuação de um sommelier de cervejas é amplo no que se refere às várias fases do consumo. Ele pode atuar tanto diretamente com o consumidor final quanto nos bastidores.

Atividades de um sommmelier

– Indicar e sugerir cervejas e harmonizações;
– Promover eventos de degustação e harmonização;
– Atuar em bares, restaurantes e hotéis e, desta forma:
· Elaborar cartas de cervejas de acordo com o perfil do estabelecimento;
· Cuidar do armazenamento das bebidas para manter a qualidade
· Indicar e sugerir cervejas e harmonizações;
– Exercer papel fundamental dentro de importadoras, com a ajuda de seleção de rótulos e informações técnicas sobre os produtos;
– Treinar equipes de atendimento e vendas na área cervejeira;
– Disseminar conhecimento e cultura cervejeira;
– Ensinar em cursos básicos e avançados de profissionais sommelier;
– Preparar e executar o serviço de cerveja, ou seja, servir o cliente da forma adequada. Em alguns lugares, é o próprio sommelier quem serve;
– Prestar consultoria para empresas no ramo cervejeiro;
– Fazer parte do time de desenvolvimento dentro de cervejarias, ajudando na criação de novos produtos e tendências;
– Atender e resolver reclamações de clientes, aconselhando e informando sobre as características do produto.

São muitas possibilidades não é mesmo? Por isso, para ser um Sommelier de Cerveja, é preciso estudar e ler bastante, estar sempre atento às novidades e tendências do mercado. É essencial que o repertório de conhecimento sobre a história da cerveja, escolas e estilos seja conehcido e seja constantemente renovado. O sommelier de cervejas é, antes de tudo, um contador de história e seu público deve sempre ser instigado a querer conhecer mais.

Então, se sonha em trabalhar com cerveja ou apenas ter propriedade ao falar desse assunto, entender melhor esse mundo fascinante que é o mundo cervejeiro, busque uma escola de sommelier séria, que possa te dar uma base. E, depois, é com você, nunca pare de estudar pois o mercado cervejeiro é muito dinâmico, e sempre tem algo que a gente ainda não sabe.

Informações complementares

– Em 2011, a Lei nº 12.467, regulamentou o exercício da profissão de sommelier. Porém, essa lei, cita apenas o profissional especializado em vinhos.

– Em 2021, enfim, a profissão de Sommelier de Cerveja passou a ser reconhecida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério da Economia. A CBO é o documento que centraliza, descreve e classifica todas as profissões do mercado de trabalho brasileiro.

– A titulação Sommelier de Cerveja, além de Sommelier de Cachaça e Sommelier de Saquê,foi incluída na CBO, no início de 2022. Ela entrarou no código 5134-10, na família ocupacional 5134, que trata dos trabalhadores no atendimento em estabelecimentos de serviços de alimentação, bebidas e hotelaria.

Dica de Curso de Sommelier de Cerveja em Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, eu indico a Escola Mineira de Sommelieria (EMS), onde eu me formei. A Escola é comandada pela Jaqueline de Oliveira e conta com um dos cursos mais completos do mercado, com cinco meses de duração, aulas semanais com ênfase em harmonizações e degustações de cerveja. No segundo semestre de 2023, começarão as turmas de final de semana também! Busca aí no instagram @e.m.sommelieria.

Fonte:
– Site cervejaemalte.com.br;
– Wikipédia;
– Material didádico da Escola Mineira de Sommelieria, elaborado pelo professor Carlos Henrique de Faria Vasconcelos.

Sabia que sabor é diferente de gosto?

Você sabia que falar de gosto não é a mesma coisa que falar de sabor?

O quê???

Sim. Gosto é diferente de sabor! Se você não sabia, não esquenta, eu também só aprendi isso depois que comecei a estudar sobre cerveja e ainda vejo muita gente usando essas palavras de forma equivocada. Eu mesma, de vez em quando, dou uma escorregada.

Por que resolvi falar sobre isso? Porque a gente usa muito essas duas palavras quando vai falar de cerveja. Então, se usamos no nosso dia a dia, achei importante passar essa informação para que possamos empregá-la da forma correta?!

Então vamos lá!

Gostos existem apenas cinco: doce, salgado, azedo, amargo e umami que podem ser identificados pelo sentido do paladar. Ou seja, a responsável por sentir o GOSTO é a língua. Gosto é exatamente aquilo que sentimos quando a bebida/comida entra na boca.

Um parêntese para o Umami é um gosto difundido na cozinha oriental ele está no queijo parmesão, tomate, cogumelos e carnes em geral. As duas principais características do Umami são o aumento da salivação e a continuidade do gosto por alguns minutos após a ingestão do alimento.

Voltando a falar do GOSTO, cada um é sentido em uma determinada parte da língua.

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Já o sabor é uma mistura de sensações mais complexa, pois envolve mais de um sentido. Para sentir o sabor é necessária a combinação do gosto (paladar) com o aroma (olfato) de um alimento. O sabor já começa quando sentimos o cheiro. 80% do sabor depende do seu nariz. Por isso, quando você está gripado, não consegue saborear nada com prazer.

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Alguns especialistas ainda completam dizendo que, além do aroma e do gosto, faz parte do sabor, também, a sensação, que seria o tato. A textura pode modificar a forma de sentirmos o sabor. Em uma publicação da revista britânica Nature, Berry Smith, professor da Escola de Estudos Avançados de Londres, descreve o sabor como “o resultado da integração multissensorial do olfato, tato e paladar”.

Primeiro a gente coloca a bebida/comida na boca onde nossos sensores identificam o gosto e, em seguida, enviam a informação para o cérebro para que possamos sentir o sabor. Portanto, o sabor é a interpretação que nosso cérebro faz de todas essas sensações ao mesmo tempo.

Exemplos GOSTO de cerveja: Doce e amargo

Exemplos de SABORES da cerveja: Frutado (frutas vermelhas, frutas amarelas), Caramelo, Chocolate, Toffe, Pão, Mel, Ervas, Limão, Capim e por aí vai.

Para fazer um teste simples para entender as diferenças entre sabor e gosto, especialistas indicam fazer o seguinte:

– Pegue uma bala de hortelã / Tampe o nariz / Coloque a bala na boca e permaneça com o nariz tampado.

Quando a bala é colocada na boca com o nariz tampado, é possível sentir apenas o gosto doce.

– Após alguns segundos destampe o nariz

Quando o nariz é destampado, além do gosto doce, é possível sentir o sabor da bala, neste caso de hortelã, através da interação entre o paladar e o olfato.

Então é isso, minha gente.

Gosto é gosto, sabor é sabor, aroma é aroma, cheiro é cheiro.

Não vai esquecer disso da próxima vez que for falar sobre alguma cerveja que esteja tomando, hein?!

Qual a melhor cerveja puro malte do mercado?

Júri especializado avaliou 13 marcas de cerveja puro malte vendidas nas redes de supermercado, confira o ranking

As cervejas degustadas em pequenas doses pelo time de jurados convidados por Paladar
As cervejas degustadas em pequenas doses pelo time de jurados convidados por Paladar Foto: Daniel Teixeira

Todo brasileiro se acha um pouco sommelier de cerveja, não é mesmo? Cada um tem a sua favorita da vida ou, ao menos, a queridinha de uma temporada de verão. Se há alguns anos contavam-se nos dedos das mãos as marcas disponíveis nas prateleiras, hoje temos cerveja de sobra para escolher. De procedência, tipo, cor e teor alcóolico variados.

De acordo com o SINDICERV (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista dos maiores fabricantes de cerveja do mundo, com a marca de 15,4 bilhões de litros produzidos anualmente com base em cálculos realizados em 2022. Os dois primeiros lugares ficam com a China e com os EUA.

PURO MALTE

Foram avaliados quesitos como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e sabor
Foram avaliados quesitos como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e sabor Foto: Daniel Teixeira

No teste de Paladar, foram escolhidas 13 marcas de cerveja puro malte vendidas nas redes de supermercado. Na definição do sommelier de cervejas Guto Procópio, um dos jurados convidados por Paladar para esta degustação, uma cerveja com o “selo” de puro malte no rótulo é aquela que leva malte de cevada em sua composição. Trata-se de uma cerveja que não substitui o malte de cevada por outro tipo de açúcar, como o açúcar cervejeiro, o arroz ou o milho. “Isso define qualidade?”, questiona Guto. “Não, ela pode ser uma puro malte ruim ou boa, mas sempre esperamos mais intensidade em uma bebida com essa denominação”.

Confira aqui o post “O que é cerveja Puro Malte”

QUEM É QUEM?

O nosso time de jurados, a partir da esquerda: Junior Bottura, Guto Procópio, Edu Passarelli, Julia Leme e Bia Amorim
O nosso time de jurados, a partir da esquerda: Junior Bottura, Guto Procópio, Edu Passarelli, Julia Leme e Bia Amorim Foto: Daniel Teixeira

Todo teste de Paladar começa com a escolha dos experts que irão avaliar alimentos, bebidas ou equipamentos de uso culinário. Para avaliar 13 das marcas mais populares de cerveja puro malte do mercado, convidamos um time de cinco sommeliers de cerveja: Edu Passarelli, professor do Instituto da Cerveja Brasil e dono do Escarcéu Bar; Bia Amorim, editora da @farofamagazine; Junior Bottura, mestre cervejeiro, fundador da @cervejaavos; Guto Procópio, sócio da @cervejariavaia e do @letsbeer, locação escolhida para este teste de Paladar, e Julia Leme, consultora de hospitalidade e gestão de restaurantes e bares.

Reunimos os cinco em uma tarde de segunda-feira para provar e avaliar às cegas cada uma das marcas (o vídeo dos bastidores da degustação já está no nosso canal no YouTube). O teste foi realizado marca por marca. Ou seja, cada jurado experimentava, em pequenas doses, uma marca de cerveja por vez. A bebida chegava gelada à mesa e depois era reservada para ser provada em temperatura ambiente, o que evidencia eventuais “defeitos” da cerveja.

TESTE DE RESISTÊNCIA

“As marcas de cerveja testadas foram feitas para serem consumidas muito geladas”, explica Edu Passareli. “Quando a prova é feita com a bebida em temperatura ambiente, temos indicativos mais claros das características de cada uma delas”.

Um dos jurados avalia o aroma da cerveja durante a degustação
Um dos jurados avalia o aroma da cerveja durante a degustação Foto: Daniel Teixeira

A sommelier Bia Amorim explicou durante o teste que os jurados procuram os defeitos para que o consumidor, posteriormente, só encontre coisa boa no mercado. O mestre cervejeiro Junior Bottura completa dizendo que a data de validade do produto também é fator de qualidade que vale ser levado em conta: quanto mais nova a cerveja, melhor.

Foram avaliadas características como cor, estabilidade de espuma, brilho, aroma e, claro, sabor. Os jurados davam notas de 0 a 10 para cada categoria avaliada. A nota média das cervejas avaliadas ficou entre 6,44, a cerveja menos desejada da avaliação, e 8,96, média da cerveja eleita como a melhor pelo time de jurados.

AS MELHORES CERVEJAS PURO MALTE DO MERCADO

PRIMEIRO LUGAR – SPATEN

SEGUNDO LUGAR – AMSTEL

TERCEIRO LUGAR – IMPÉRIO

AS 13 MARCAS NA AVALIAÇÃO DOS JURADOS

AMSTEL (R$ 3,72, 350ml) – A segunda colocada no ranking foi avaliada como uma bebida com notas aparentes de malte e nota floral de lúpulo bem presente. Uma cerveja com leve oxidação, sabor equilibrado que remete a pão. Amargor presente, delicado e muito agradável.

BOHEMIA (R$ 3,29, 350ml) – Uma bebida de baixo amargor. Aroma agradável e levemente floral, indicando a presença do lúpulo. Uma cerveja equilibrada, com leve oxidação e final doce.

BRAHMA (R$ 3,36/ 350ml)- Uma bebida com defeitos perceptíveis no aroma, com sinais de oxidação e sabor desagradável. Na boca, sabor tem amargor prolongado.

CERPA PRIME (R$ 5,79, 350ml) – No quesito sabor, a cerveja foi avaliada como doce e sem grandes defeitos. Presença de malte bem marcante, lembrando casca de pão. A coloração foi avaliada como dourada e bastante translúcida. Faltou lúpulo para ficar perfeita. Espuma branca com boa retenção

EISENBAHN (R$ 5,21/ 350ml)- Cerveja levemente frutada, de amargor agradável. Aroma que remete a biscoito. Sabor levemente metalizado, oxidação presente, final seco e agradável. A presença do malte é evidente na bebida. Uma cerveja boa, mas não excelente.

HEINEKEN (R$ 5,00/ 350ml) – Para o nosso time de jurados, a cerveja apresentou leve oxidação, baixo teor alcoólico e final adstringente. Uma bebida visualmente quase perfeita. Sabor de malte muito suave e amargor prolongado e indesejado no retrogosto.

IMPERIO (R$ 2,70/ 269ml) – A terceira colocada no ranking apresenta, na opinião dos jurados, aroma de lúpulo e malte adequados. Aroma agradável, que remete a fermento de pão e biscoito cream-cracker. Uma bebida leve e equilibrada. Uma leve acidez que deixa a cerveja mais fácil de beber. Final limpo.

ITAIPAVA (R$ 3,25/ 350ml)- Cerveja muito leve e bem carbonatada. Leve aroma de manteiga. Na boca, sensação de cereal tostado agradável, falta um pouco de amargor, mas ele é presente.

ORIGINAL (R$ 3,75/ 350ml)- Os jurados identificaram um aroma leve de grãos, sabor muito leve e pouco atraente. Uma cerveja leve, com final limpo e agradável. Na boca, apresenta bastante oxidação. Alguns ainda identificaram a falta de um amargor desejável.

PETRA (R$ 3,19, 350ml) – A bebida foi avaliada como bastante leve, com um leve toque de maçã, proveniente da fermentação. Retrogosto quase doce, aroma que lembra maçã verde. Para os jurados, faltou amargor e sabor de malte. Espuma com alta formatação, mas baixa retenção.

STELLA ARTOIS (R$ 4,38/ 350ml)- Cerveja de amargor agradável e bem balanceada. Alguns jurados identificaram aroma desagradável, porém volátil. Sabor leve, para ser consumida bem gelada.

SPATEN (R$ 4,65/ 355ml) – A campeã entre as cervejas avaliadas pelos jurados convidados por Paladar apresentou sensação agradável de biscoito. Uma bebida leve, fácil de beber, com boa estabilidade de espuma; amargor baixo, mas aparente. Uma cerveja mais fresca do que o esperado para um produto comercial. Equilibrada, com notas de cereais e levemente frutada. Ótima formatação e retenção.

SKOL (R$ 3,23/ 350ml) – Os jurados avaliaram a cerveja como bastante oxidada no paladar. Falta frescor, cor deixa a desejar. Baixa sensação de amargor aparente. Apesar de bastante translúcida e clara, uma bebida suave demais, vazia.

Fonte: Portal Estadão

Cervejas minineiras que harmonizam com a Primavera

A primavera é uma estação que eu acredito que seja unanimidade entre as pessoas. Não que ela seja a preferida, mas, eu acredito que todos gostem dela. Conhecida como a estação das flores, ela deixa o clima mais alegre, os dias ficam mais longos e coloridos. Além disso, aquela friaca do inverno vai ficando de lado, e os dias começam a ficar mais quentes, com a temperatura variando entre agradável e alguns dias mais quentes. Todos esses ingredientes juntos nos fazem ter ainda mais vontade de abrir uma cervejinha para relaxar.

Cervejas com notas de frutas, flores, especiarias e cítricas ganham vez na Primavera, além do mais, as cervejas refrescantes harmonizam perfeitamente com as temperaturas que começam a se elevar nessa estação. Porém, não precisam ser cervejas tão leves quanto às indicadas para o verão.

Mas, então, quais estilos vão harmonizar com a primavera?

Para facilitar sua vida, trouxe aqui OITO dicas de cervejas mineiras que combinam com essa estação deliciosa! Mas, se você não é de Minas e não tiver acesso a essas cervejas, foca no estilo que eu deixei destacado em cada cerveja, escolha a cervejaria mais acessível para você e seja feliz!

Anota aí:
–  Abaporu – Cervejaria Verace – Estilo Catharina Sour: leve, refrescante, ácida e leva frutas.
– Lemon – Cervejaria Slod – Estilo American Wheat: destaca pelo sabor e aroma cítricos derivados do uso da casca de limão siciliano em sua receita. Uma cerveja leve e fácil de tomar.
– Áustria Hefe Weizen – Krugbier – Estilo Weiss (Cerveja de Trigo): refrescante, pouco amarga, com aroma remetendo ao cravo e banana. Uma cerveja mais encorpada.
– Berliner – Cervejaria Wäls – Estilo Berliner Wiesse: cerveja refrescante, levemente acidez, feita com frutas vermelhas, hibisco além do aroma de morango e o sabor ácido.
– Session IPA Lagoon – Estilo Session IPA: leve, porém com a presença do lúpulo trazendo notas cítricas marcantes.
– Rancor – Krugbier – Estilo India Pale Ale (IPA): Aromática, refrescante, lupulada e amarga.
– Newbie – Prussia Bier – Estilo New England IPA: A presença do lúpulo é bem intensa e é um pouco mais alcoólica. Há uma explosão de sabores e aromas com presença do cítrico e das frutas tropicais.

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Boa primavera!

Cervejas trapistas: cervejas feitas por monges

Você sabia que existem cervejas feitas por monges?

Pois é. Essas, são as Cervejas Trapistas: produzidas e supervisionadas por monges da Ordem Trapista e fabricadas na própria Abadia/Mosteiro. Muitas das cervejarias possuem funcionários que não são monges, mas há sempre a supervisão de um monge dentro da cervejaria.

Os trapistas são monges que dedicam suas vidas à oração e ao trabalho, em uma vida comunitária.

Uma pequena parte do que os monges e freiras produzem em suas abadias é para uso próprio. A maior parte é destinada à venda. Os trapistas (monges) e trapistinos (freiras) usam os rendimentos para financiar as necessidades de suas comunidades religiosas. Qualquer coisa extra é dada a terceiros. Dessa forma, eles apoiam projetos em países em desenvolvimento e obras de caridade, enfim, oferecem ajuda a quem precisa.

E com a cerveja que eles fabricam e vendem não é diferente. Não pode ter fins lucrativos. Sim, eles também bebem!

Dos mais de 170 mosteiros trapistas existentes no mundo, somente treze são autorizados a marcar suas cervejas com o selo de autenticidade trapista, o Authentic Trappist Product (ATP), garantindo a origem monástica de sua produção.

Como um mosteiro recebe autorização para usar o selo?

Para poder usar o selo em um de seus produtos Trappist®, a abadia deve atender a estes três critérios rigorosos:

– Todos os produtos devem ser feitos nas imediações da abadia;
– A produção deve ser realizada sob a supervisão dos monges ou freiras;
– Os lucros devem ser destinados às necessidades da comunidade monástica, para fins de solidariedade dentro da Ordem Trapista, ou para projetos de desenvolvimento e obras de caridade. Ou seja, não pode ser um empreendimento lucrativo. A renda deve cobrir os custos de vida dos monges e o que sobrar deve ser doado.

Imagem ITA

Essa licença tem duração de cinco anos e pode ser renovada.

Uma observação importante é que todas as abadias trapistas têm o direito exclusivo de uso da marca Trappist®. Porém, o selo ATP só foi concedido para doze. Esse selo não só tem origem monástica, mas também garante que foi produzido de acordo com as rígidas diretrizes estabelecidas pelo Associação Trapista Internacional

Onde estão e quais são as Cervejas Trapistas autorizadas?

Todas estão na Europa. Veja como elas estão distribuídas:
– Cinco na Bélgica: Trappistes Rochefort (Cidade de Namur), Orval (Florenville), Westmalle (Westmalle), Westvleteren (Westvleteren) e Chimay (Hainaut);
– Dois na Holanda:  La Trappe (Tilburg) e Zundert (Zundert);
– Um na Áustria: Stift Engelszell (Engelhartszell an der Donau);
– Um na Itália: Tre Fontane (Roma);
– Um na Inglaterra: Mount St. Bernard Abbey (Tynt Meadow);
– Um na Espanha: Cardenã (Burgos);
– Um na França: Mont des Cats (Godewaersvelde).

Atualização de maio de 2022: Nos Estados Unidos, a St. Joseph’s Abbey (Spencer- Massachusetts), única Trapista fora da Europa, encerrou as atividades.

Atualização de 8/2/2023: Em 2023, a Achel foi vendida para o Tormans Group. Como deixou de ser feita por monges, a cervejaria perdeu o direito de usar o selo Trapista.

Uma observação interessante é que outros produtos também podem se qualificar para receber o selo como: pães, queijos, licores e artefatos religiosos.

Imagem: Philip Rowlands 

A mais antiga cervejaria trapista é a Trappistes Rochefort, produzida desde o ano de 1595, dentro da Abadia de Notre-Dame de Saint-Rémy, próxima a vila de Rochefort, na Bélgica. Suas cervejas são o ápice de aroma e sabor, sendo suas receitas secretas e a entrada de visitantes na fábrica não é permitida. Porém, é possível conhecer o mosteiro, experimentar e comprar cervejas locais e souvenirs.

Como surgiu essa ideia de dar um selo para as cervejas?

A partir da segunda metade do século XX, as cervejas trapistas ganharam fama e começaram a inspirar outros produtores mundo afora, que passaram a colocar em seus rótulos “Estilo Trapista”, mesmo não tendo nenhum vínculo com a Ordem Trapista.

Em 1998, oito mosteiros trapistas se uniram e fundaram a International Trappist Association (ITA) – Associação Trapista Internacional, para evitar que empresas comerciais não-trapistas abusassem do nome Trappist (trapista). Com isso, essa associação privada criou o logotipo “Authentic Trappist Product“, para identificar as cervejas que pertencem à associação.

Hoje, a ITA conta com dezenove abadias trapistas em todo o mundo.

Uma lei da Câmara Belga do Comércio decretou que: “Cerveja Trapista é somente aquela que é produzida por monges Cistercienses, e não uma cerveja no estilo Trapista, a qual deve ser denominada cerveja de Abadia”.

Cerveja de Abadia

Com isso, surgiu o conceito Cerveja de Abadia ou cerveja do tipo Abadia (Abbey Beer).

Elas devem carregar a tradição vinda dos mosteiros, mas podem ser produzidas tanto por mosteiros e abadias que não pertencem à Ordem Trapista, quanto por empresas sem ligação com uma determinada ordem religiosa, e nem precisam mencionar um mosteiro específico.

Ou seja, podem ser consideradas Cervejas de Abadia as que são:
– Produzida por um mosteiro/abadia não trapista; ou
– Produzida por uma cervejaria comercial sob um acordo com um mosteiro existente; ou
–  Leve no rótulo o nome de uma abadia extinta ou fictícia por um cervejeiro comercial; ou
– Tenha uma marca vagamente monástica, sem mencionar especificamente o mosteiro, por um cervejeiro comercial.

As mais conhecidas são: Maredsous, Leffe e St. Bernardus.

Atenção! Trapistas e de Abadia não são estilos de cerveja!

Os nomes funcionam mais como referência e uma denominação ligada à tradição cervejeira oriunda dos monastérios.

E tem mais: Toda Cerveja Trapista é de Abadia, mas, nem toda cerveja de Abadia é Trapista.

Os estilos fabricados mais comuns, tanto para Trapistas quanto de Abadia são: Dubbel, Tripel, Quadruppel, Blond Ale, Bock, Belgian Pale Ale, Strong Dark Ale, dentre outros.

São cervejas complexas, de muita personalidade e muitas delas têm um alto teor alcoólico. Eu amo!

Fonte: www-trappist-be

Como saber por qual cerveja começar em uma sequência de estilos diferentes?

Eu sempre recebo mensagens de pessoas que estão com algumas cervejas para tomar perguntando por qual delas começar e qual sequência seguir.

Primeiro, lembro que não existe uma regra, mas, sim, orientações para que sua experiência durante a degustação seja mais completa e prazerosa. Isso, é para que um estilo não “atropele” o outro.

A sequência mais adequada é começar das mais leves para as mais fortes.

O que é cerveja leve e o que é cerveja forte?

Cervejas leves são as cervejas menos intensas, que têm um sabor sutil e o aroma quase não tem presença. As cervejas mais fortes, são aquelas com o sabor mais marcante que, mesmo depois do gole, você continua sentindo a presença dela no paladar. Por isso, não é adequado começar com uma cerveja muito intensa, pois, ao tomá-la, o paladar se acostuma com sabores acentuados e perde a sensibilidade para apreciar as sutilezas das cervejas mais leves. É como se você comece uma feijoada e depois fosse para a salada. Perde-se o paladar.

Com isso, para criarmos uma sequência ideal, levamos em consideração três critérios: álcool, amargor e cor. Sendo assim, vamos da menos alcoólica para a mais alcoólica, da menos amarga para a mais amarga e da mais clara para a mais escura.

Uma observação! Nem sempre as cervejas mais escuras são mais alcoólicas, como a Dry Stout, que é uma cerveja escura e costuma ter entre 4% e 5% de teor alcoólico. Nesse caso, se você tiver com uma Dry Stout, por exemplo, deixe-a entre as intermediárias.

Então vamos lá! Vou montar uma sequência de cinco cervejas para você entender melhor sobre tudo que falei.

1 – Comece pelas mais leves e delicadas, com menor teor alcoólico e baixo IBU como a American Lager. Começar pela American Lager, que algumas cervejarias chamam de Pilsen, nunca tem erro. Seu IBU vai de 8 – 18 e o ABV de 4,2 – 5,3%. Se quiser mais um exemplo, a Cream Ale (IBUs: 8 – 20 / ABV: 4.2 – 5.6%).

2- Pode começar a subir de intensidade e pegar um estilo que já tenha a presença de sabores um pouco marcantes, porém, ainda sutis como: Witbier (IBU: 8 – 20 / ABV: 4.5 – 5.5%), Weissbier (IBU de 8 – 15 / ABV: 4.3 – 5.6%) ou Munich Helles (IBU: 16 – 22 / ABV: 4.7 – 5.4%)

3 – Agora, você pode colocar mais cor. Cervejas que levam maltes tostados, que dão essa cor avermelhada a preta, costumam ter mais intensidade tanto no sabor quanto no aroma. Aí vão alguns exemplos: Märzen (IBU: 18 – 24 / ABV: 5.8 – 6.3%), Munich Dunkel (IBUs: 18 – 28 / ABV: 4.5 – 5.6%) ou Vienna Lager (IBU: 18 – 30 / ABV: 4.7 – 5.5%).

4 – Já aumentamos a cor e a intensidade. Agora, podemos aumentar o nível do amargor. São aquelas cervejas que apresentam o IBU mais alto. Veja alguns exemplos: Strong Bitter (IBU: 30 – 50 / ABV: 4.6 – 6.2%), English IPA (IBU: 40 – 60 / ABV: 5,0 -7,5%). American IPA (IBU: 40 – 70 / ABV: 5.5 – 7.5%).

5 – Para fechar, eu escolheria uma cerveja intensa em tudo, no ABV, no IBU e na cor como: American Strong Ale (IBU: 50 – 100 / ABV: 6.3 – 10.0%), English Barleywine (IBU: 35 – 70 / ABV: 8.0 – 12.0%) e Imperial Stout (IBU: 50 – 90 / ABV: 8.0 – 12.0%). Observe que, aqui, tanto o IBU quanto o ABV são bem altos.

Espero que tenha ajudado com essa dica. Qualquer dúvida, é só mandar por direct no Instagram.

Dicas extras:
– Use uma tulipa ou um Half Pint para a degustação, são copos coringas que não afetam a experiência;
– Lave bem o copo antes;
– Sirva as cervejas na temperatura ideal. Os rótulos costumam indicar essa temperatura. Ela não deve ser nem quente nem gelada demais. Saiba mais sobre temperatura ideal aqui;
– Beba água antes, durante e depois da degustação;
– Para limpar o paladar entre um estilo e outra, coma bolachas de água e sal, ou pães ou queijo canastra, que é neutro. Alguns alimentos mais intensos podem atrapalhar seu paladar.

Escola Mineira de Sommelieria entra em 2022 com novos projetos

A Escola Mineira de Sommelieria, EMS, abre as inscrições para a sua 21ª turma do já reconhecido curso de Sommelier de Cervejas com uma grande novidade: a escola vai iniciar seus trabalhos em 2022 em sede própria. Localizada na Rua Antônio de Albuquerque, 155 – Loja 1, em um ponto privilegiado na Savassi, o local conta com três andares bem estruturados que acabam de passar por reforma para atender às necessidades dos cursos especializados de bebidas.

“Pretendemos fazer da EMS um completo Centro de Educação Cervejeira, para ser referência no mercado mineiro e, em um futuro breve, nacional. Um projeto ousado que vai refletir positivamente no mercado. Neste espaço, além das aulas de Sommelier de Cervejas, teremos um co-working cervejeiro para fomentar negócios, aprendizados, treinamentos sensoriais e experiências gastronômicas, enfim, será um local todo destinado para o fomentar o mercado cervejeiro”, explica Jaqueline Oliveira, proprietária da escola.

Jaqueline já formou 20 turmas de Sommelier de Cerveja

O curso de Sommelier de Cerveja conta com profissionais de diversas áreas que agregam ao currículo do curso. Novos cursos como Gestão de Cervejarias e Abertura e Gestão de Micro cervejarias estarão nas grades curriculares da E.M.S. , serão ministrados por Ramon Garcia. Além de curso de produção, cursos  mais rápidos que atendam ao público que tem descoberto e se encantado pela cerveja artesanal,  jantares harmonizados e experiências com outras bebidas como café, cachaça e vinho.

As vagas para o curso de Sommelier de Cerveja já estão abertas e a nova turma começa em fevereiro.

Para mais informações, entre em contato pelo WhatsApp (31) 98402-6452 ou pelo e-mail emscerveja@gmail.com.

Sobre a EMS

Fundada em BH há 10 anos, hoje a escola pertence à Jaqueline Oliveira,  e já formou 20 turmas de Sommelier de Cerveja e é referência em indicações no mercado da cerveja. O objetivo da escola é formar o aluno para que ele tenha toda a vivência teórica e prática para atuar com destaque no mercado cervejeiro.

Sobre Jaqueline

Formada em Magistério, graduada em Pedagogia, Pós Graduada em Gestão Estratégica da Informação pela UFMG, com cursos na área de  Marketing Digital, Sommelier de Cerveja e CEO da E.M.S.

Minha experiência com a Escola

Quem me acompanha pelo Instagram @cervejeirauai, sabe que me formei na 20ª Turma – Turma Segunda Dose, em 2021. Foi muito aprendizado durante todo o curso, além de uma rica troca de experiência entre os professores e demais alunos. Eu tenho certeza que, depois do curso, fiquei muito mais preparada para estar no meio cervejeiro.

O curso é voltado tanto para quem quer trabalhar com cerveja quanto para quem ama esse líquido sagrado e quer aprender mais e entender melhor sobre cada cerveja degustada. Eu recomendo demais!

CURSO DE SOMMELIER DE CERVEJAS

Início das aulas: Fevereiro/2022
Valor: R$4.000,00. Pode ser parcelado em até 6 vezes, mediante depósito bancário.
À vista o curso sai por R$3680,00.
Local das aulas: Rua Antônio de Albuquerque,155 – Savassi – Loja 1
Contato: emscerveja@gmail.com