Cervejas para quem “não gosta de cerveja”: por onde começar?

Você já ouviu alguém dizer que “não gosta de cerveja”. Na maioria das vezes, isso acontece porque a pessoa só teve contato com cervejas comuns, sem sabor, que não favorecem quem está dando os primeiros passos. Mas a verdade é simples: existe uma cerveja para cada paladar. E para quem ainda não encontrou a sua, alguns estilos podem facilitar bastante esse início.

Pensando nisso, preparei uma lista rápida e clara com estilos que costumam conquistar até quem sempre disse que não gostava da bebida. Todos têm perfis mais leves, frutados, refrescantes e com pouco ou nenhum amargor.

Fruit Beer

As Fruit Beers costumam ser a melhor porta de entrada. Elas destacam sabores naturais de frutas, trazendo um perfil aromático e refrescante que lembra muito drinks leves. A intensidade do malte é baixa, o amargor praticamente não aparece, e a sensação geral é de algo fácil de beber. Para iniciantes, essa familiaridade com o sabor das frutas costuma quebrar a resistência inicial.

Witbier

A Witbier é uma clássica cerveja belga feita com trigo, casca de laranja e coentro. O resultado é uma bebida leve, cítrica e com um frescor inconfundível. Ideal para quem prefere bebidas suaves, com quase nenhum amargor. É um dos estilos mais recomendados para quem está começando a explorar o universo cervejeiro.

Weissbier

Outra opção de trigo, mas agora com perfil mais frutado. A weissbier é m estilo alemão que traz notas que lembram banana e cravo, além de um corpo macio. Ela tem bastante personalidade sem ser pesada, é marcante, mas mantém a suavidade. Para iniciantes, costuma ser uma surpresa positiva.

Catharina Sour

Estilo brasileiro que ganhou o mundo, a Catharina Sour combina leve acidez com muita fruta. É refrescante, fácil de beber e tem uma pegada parecida com bebidas tropicais. Mesmo quem torce o nariz para cerveja costuma se encantar com a leveza e a proposta mais “verão” desse estilo.

Belgian Blonde Ale

A Belgian Blonde é equilibrada e amigável. Tem leve dulçor, corpo médio e quase nada de amargor. Apesar de trazer aromas e sabores mais complexos, continua sendo super acessível. É ideal para quem quer experimentar algo diferente, mas ainda não está pronto para estilos intensos.

Cream Ale

Leve, macia e super fácil de beber, a Cream Ale é uma das opções mais seguras para iniciantes. Tem perfil limpo, discreto e sem amargor, sendo uma excelente escolha para quem não gosta de sabores intensos.

Honey Beer

As cervejas com mel trazem dulçor suave, aroma agradável e um toque adocicado natural, sem pesar.
São perfeitas para quem gosta de bebidas doces e aromáticas, e geralmente agradam quem ainda não encontrou uma cerveja “para chamar de sua”.

Quem diz que não gosta de cerveja, na maioria das vezes, só não encontrou o estilo certo. A variedade é enorme e existem rótulos para todos os gostos, dos mais frutados aos mais suaves, dos levinhos aos aromáticos. Indicar esses estilos a um iniciante aumenta muito as chances de uma boa experiência.

Se você conhece alguém que vive repetindo que “não gosta de cerveja”, compartilhe essa lista. Quem sabe a próxima cerveja favorita dessa pessoa não está aqui?

Estilos de cerveja que todo iniciante precisa conhecer

Entrar no mundo das cervejas artesanais pode parecer complicado no começo. São muitos nomes, estilos, aromas e sabores diferentes. Mas a verdade é que, entendendo alguns estilos essenciais, tudo começa a fazer sentido, e a experiência fica muito mais prazerosa.

Neste guia, você encontra uma explicação simples e clara dos principais estilos para quem está começando. São estilos leves, mas que ajudam a treinar o paladar, entender diferenças e descobrir quais sabores mais combinam com você.

Pilsner: o começo perfeito

A Pilsner, um estilo alemão, (não é a Pilsen que vendem por aí, tipo Skol, Antarctica, Brhama…é Pilsner mesmo) é um dos estilos mais famosos do mundo e também um dos mais leves e fáceis de beber. Ela é clara, dourada, refrescante e equilibrada. O malte aparece de forma suave, trazendo leve dulçor, enquanto o lúpulo adiciona frescor com notas florais e herbais.


Para quem está entrando agora no universo das artesanais, é um ótimo ponto de partida por ser limpa, simples e com sabor!

Witbier: o frescor da escola belga

A Witbier é uma cerveja de trigo belga com personalidade própria. Leve, aromática e com toque cítrico, normalmente leva casca de laranja e sementes de coentro.
O resultado é uma cerveja refrescante, macia e com aroma envolvente.
Para quem gosta de bebidas claras e aromáticas, ela é uma excelente descoberta.

Weissbier: trigo alemão clássico

A Weissbier traz o melhor da tradição alemã. Com corpo macio e bastante espuma, ela é marcada pelos clássicos aromas de banana e cravo, vindos da levedura alemã.
É leve, saborosa e muito fácil de beber, sendo uma escolha ótima para quem quer sair das cervejas tradicionais e experimentar algo com mais personalidade, mas sem exageros.

English Pale Ale (EPA): equilíbrio britânico

A English Pale Ale representa bem a escola inglesa. Ela é equilibrada, trazendo notas de malte que lembram caramelo leve, enquanto o lúpulo aparece com amargor moderado.
É um estilo clássico, que mostra como os ingleses valorizam o equilíbrio e a suavidade.
Para iniciantes, é uma forma simples de entender uma cerveja maltada, sem exageros.

Session IPA: intensidade aromática com leveza

A Session IPA, um estilo americano, é perfeita para quem tem curiosidade de explorar o universo das IPAs, ou seja das amargas, mas ainda não está pronto para o amargor mais intenso.
Ela conserva o aroma marcante do lúpulo, cítrico, tropical, fresco, porém com menos álcool e menos amargor.
É uma entrada suave no mundo lupulado, mantendo leveza e alto drinkability.

American Amber Lager: maltada, limpa e fácil

A American Amber Lager, outro estilo americano, combina sabor e suavidade. Ela traz notas maltadas de caramelo e leve tosta, mas, por ser uma lager, permanece limpa, refrescante e fácil de beber.
Para quem quer experimentar um estilo mais saboroso, mas sem peso e sem amargor intenso, é uma excelente escolha.

Blond Ale: leve, frutada e acessível

A Blond Ale é um estilo belga, clara, leve e levemente frutada.
É um estilo fácil de beber, com corpo médio e final suave. Costuma agradar muito quem está migrando das cervejas comerciais para as artesanais, porque entrega sabor, mas sem exagerar em intensidade.

Por onde começar?

A melhor forma de aprender sobre cerveja é bebendo com atenção.
Teste estilos diferentes, compare sabores e observe o que mais agrada: mais malte? Mais lúpulo? Mais frutas? Mais leveza?

Esses estilos são a base para você iniciar sua jornada no universo cervejeiro com segurança e prazer.

Oktoberfest: A maior festa da cerveja do mundo e suas curiosidades

Quando o mês de outubro é associado à cerveja, a gente não pensa em outra coisa que não seja Oktoberfest: a festa cervejeira mais famosa do mundo! Mas, se você acha que a Oktoberfest é só cerveja, está enganado! A festa mais famosa da Alemanha tem uma história cheia de surpresas e muitas curiosidades.

E que tal aprendermos um pouco mais sobre essa festa? Conhecimento nunca é demais!

A Oktoberfest surgiu de uma festa de casamento

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Em 1810, o príncipe Ludwig (ou Luís), depois coroado como Luís I da Baviera, casa-se com a princesa Teresa da Saxônia-Hildeburghausen, no dia 12 de outubro. Todos os moradores de Munique foram convidados para a festa do casamento. O evento durou uma semana e aconteceu em um grande campo perto dos portões da cidade que, depois, foi batizado de Theresienwiese (Campo de Teresa) em homenagem à noiva.  Ainda hoje, é neste mesmo parque que acontece a Oktoberfest de Munique.

O sucesso da festa foi tão grande que levou a novas edições todos os anos, virando tradição em Munique.

Desde 1872, a festa começa no sábado, depois de 15 de setembro, para aproveitar o resto do calor, já que outubro é frio na Alemanha. O evento começa às 12 horas, com a tradicional cerimônia de abertura “O’zapft is” que significa “O barril está aberto!”.

“O’zapft is”! Essas são as palavras gritadas pelo prefeito de Munique todo ano e indica o exato momento em que se reinicia a festa de casamento celebrada há mais tempo no mundo. Nesse momento, o prefeito fica com um martelo de madeira na mão e com uma torneira. Bate o martelo na torneira em um barril de chope até estourá-lo e o chope sair. Aí sim, todas as cervejarias estão liberadas para começar a servir as cervejas. A festa se encerra duas semanas depois, no primeiro domingo de outubro.

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Cerveja era proibida!

Curiosamente, a cerveja era proibida nas primeiras edições. A bebida só foi aparecer em 1918, mais de cem anos depois, e virou marca da festa. Hoje, Munique recebe 6 a 7 milhões de pessoas que bebem cerca de 7 milhões de litros de cerveja a cada Oktoberfest.

Uma curiosidade de 2025: O preço de um litro de cerveja (Maß) na Oktoberfest de Munique 2025 varia entre €14,50 e €15,80 (R$ 92 a R$100), com a maioria das tendas oferecendo a caneca por cerca de €15 (R$ 95). O preço é estabelecido por cada dono de tenda, e não pela cidade de Munique. 

Apenas seis cervejarias podem participar da festa!

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Outra curiosidade é que apenas seis fabricantes são autorizados a fornecer a bebida durante a Oktoberfest: Paulaner, Hofbräu, Löwenbräu, Spaten, Hacker-Pschorr e Augustiner. Somente cervejas provenientes de uma dessas cervejarias de Munique e que atendam às especificações da marca protegida “Oktoberfestbier” podem ser servidas na Oktoberfest. 

A honraria requer que todos os produtores se enquadrem em dois requisitos básicos: eles têm de respeitar a Lei da Pureza da Bavária, um tratado de regulamentação na produção de cerveja assinado em 1516, e devem concentrar a produção dentro do perímetro urbano de Munique.

Existe um estilo oficial de cerveja da Oktoberfest

Hoje, a cerveja oficial da Oktoberfest é a Oktoberfestbier. Como o nome foi registrado, somente essas cervejarias podem usar essa denominação.  Caso outra cervejaria faça o estilo, tem que chamá-la de Festbier.

Desde 2022, a cerveja da Oktoberfest possui o selo de origem “Indicação Geográfica Protegida” da União Europeia. Isso garante que a cerveja da Oktoberfest seja produzida exclusivamente em Munique, de acordo com suas especificações, e que seja a cerveja servida na Oktoberfest de Munique. Isso confirma e protege em toda a UE o compromisso da Associação de Cervejarias de Munique: a cerveja da Oktoberfest é o resultado de uma interação única entre a produção cervejeira local e a cultura festiva, que só pode existir em Munique. Onde quer que você aprecie sua cerveja da Oktoberfest, você pode ter certeza de que ela é a original da Oktoberfest.

Porém, esse estilo se tornou oficial somente em 1990. Antes disso, a cerveja oficial era a Marzën (“março” em alemão), que era quando a cerveja era produzida para ficar pronta em outubro. É um estilo mais encorpado e com sabor maltado.

Aqui, eu conto mais sobre as cervejas oficiais da Oktoberfest.

Os pavilhões da Oktoberfest

Cada uma das seis cervejarias tem seu pavilhão próprio na Oktoberfest, cada um com um público específico por tradição mesmo. No total, são 14 tendas/pavilhões. Cada um comporta entre 4 mil a 11 mil pessoas e são erguidos somente para a festa. Ah, e não precisa pagar a entrada na festa, apenas o que consome. Por isso, quando lota, eles fecham os portões. E tem mais, você só pode beber se estiver sentado dentro de alguma tenda. Do lado de fora é proibido beber.

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Nem só de cerveja vive a Oktoberfest

Além da cerveja, a festa é marcada pela gastronomia, música, dança, artes cênicas, parques para as crianças e muita história contada e exaltada por um povo que faz questão de sair às ruas, ainda hoje, com trajes de época.

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As bandas, sempre tocam músicas tradicionais alemãs que agitam todos. De tempo em tempo, é tocado o refrão musical símbolo da Oktoberfest: Ein prosit, ein prosit der gemütlichkeit (um brinde, um brinde ao ambiente acolhedor). Neste momento, todos se levantam, erguem os copos, movimenta-os para os lados e brindam efusivamente, sempre olhando nos olhos dos companheiros, como manda a tradição alemã. Eles brindam sem dó, por isso os copos são de vidros grossos, bem resistentes.

Outra coisa que chama a atenção são as garçonetes que levam as enormes canecas cheias para as mesas. Algumas carregam até 12 de uma vez. Cê besta!

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A festa acontece no mundo inteiro

Com a imigração dos alemães, a festa mais popular da Alemanha espalhou-se pelo planeta. Hoje, existe Oktoberfest em diversos países. A mais famosa do Brasil é a que acontece em Blumenau, Santa Catarina, considerada a quinta maior Oktoberfest do mundo (dados de 2024)!

Maiores Oktoberfests do mundo

FestaLocalPúblico estimado / destaque
Oktoberfest de Munique (Alemanha)MuniqueCerca de 7 milhões de visitantes anualmente. É a original e a maior em escala global.
Qingdao International Beer FestivalQingdao, ChinaAtraiu um público de 6,36 milhões de pessoas em que consumiram aproximadamente 2,8 milhões de litros de cerveja em 2024. É considerada a maior da Ásia.
Oktoberfest ZinzinnatiCincinnati (Ohio, EUA)Cerca de 800 mil pessoas participaram da edição 2024 da Oktoberfest de Cincinnati, famosa por sua “Corrida Anual dos Wieners”, onde cães da raça Dachshund competem. É a maior dos EUA.
Kitchener-Waterloo OktoberfestOntário, CanadáAs cidades-irmãs de Kitchener e Waterloo abrigam a maior Oktoberfest do Canadá. Anualmente, o evento atrai cerca de 700 mil pessoas.
Oktoberfest de BlumenauBlumenau, BrasilMaior da América Latina. Em 2024, atraíram cerca de 579.222 visitantes. Um aumento significativo de 27,5% em relação ao ano anterior

Curiosidade

Foi aprovado no dia 15 de setembro de 2021, na Espanha, o registro da marca Oktoberfest, solicitada pela prefeitura de Munique, cidade da maior festa de chope do mundo. Essa decisão dá a Munique o poder de restringir legalmente cópias do festival. A medida, aprovada pelo EUIPO (Instituto de Propriedade Intelectual da União Europeia), foi motivada após Dubai anunciar que faria uma festa no mesmo estilo. E que seria a oficial de 2021.

No Brasil

blumenau

Vários estados realizam suas Oktoberfest. Porém, é a de Santa Catarina a mais famosa. A primeira edição aconteceu em 1984, por um motivo trágico. Naquele ano, a região do Vale do Itajaí ficou embaixo d’água devido às enchentes. Com isso, resolveram realizar, em Blumenau, uma edição da festa de Munique para resgatar a autoestima da população e ajudar no reaquecimento da economia. Em poucos anos, tornou-se o maior encontro de cervejeiros do país e uma das festas mais conhecidas entre os brasileiros, amantes ou não da cerveja.

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A Oktoberfest de Blumenau se inspira na original, com bastante cerveja, além dos desfiles de grupos nacionais e internacionais, competições de tiro ao alvo, de cerveja em metro, no qual o candidato precisa beber quase um litro (de cerveja zero álcool) numa só golada e no menor tempo possível, apresentações musicais, paradas de carros alegóricos e gastronomia típica da Bavária. Algumas pessoas, também vão com roupas típicas da Bavária. Inclusive, para quem vai com os trajes conforme exigido pelo festival, tem a entrada liberada gratuitamente. A média é que 600 mil pessoas passem pelo Parque Vila Germânica todos os anos. Ah, e diferente de Munique, aqui a festa acontece em outubro mesmo, dura 20 dias e tem diversas marcas de cervejas artesanais locais.

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A Vila Germânica parece uma cidadezinha, com construções típicas alemãs.

Estive na cidade durante o Oktoberfest de 2018. Veja como foi minha experiência aqui Oktoberfest Blumenau.

Ein Prösit!!!

Metanol na cerveja? O que dizem os especialistas sobre os riscos reais

Nas últimas semanas, o Brasil acendeu um alerta de saúde pública após casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas. O assunto tomou conta das redes e muita gente ficou em dúvida: será que existe risco na cerveja? Neste texto, reuni informações e falas de especialistas para esclarecer esse ponto e mostrar por que as cervejas continuam sendo seguras.

Depois de pesquisar bastante e assistir a vídeos de especialistas, como farmacêuticos e químicos, reuni aqui as principais informações para esclarecer esse tema. Não me aprofundarei em detalhes técnicos, pois sou sommelière de cerveja e não tenho conhecimento das demais especialidades, mas deixarei indicações de conteúdos para quem quiser entender ainda mais. E, como aqui o foco é cerveja, vou focar mais nela.

Casos recentes no Brasil

O número de notificações de intoxicação por metanol subiu para 225, com 15 óbitos registrados (dos quais 13 ainda sob investigação), segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado no último domingo (5/10). A maior parte dos casos, incluindo as duas mortes confirmadas, está em São Paulo.

A Polícia Civil de São Paulo investiga se os casos de intoxicação por metanol têm como origem garrafas de bebidas destiladas higienizadas com a substância. Esta é a principal linha de investigação das autoridades. Um homem apontado pela polícia como um dos principais fornecedores de materiais para a produção de destilados adulterados foi preso. As investigações revelaram que o detido criou uma rede para comprar garrafas de whisky, vodka e gin. Apontou também que ele era responsável pela lavagem dos vasilhames e, na sequência, pela recolocação de rótulos falsificados, tampas, selos de autenticidade e todos os itens para compor embalagens similares às originais.

Os policiais recolheram todo o material e estimam que foram apreendidas 20 mil garrafas. O responsável foi autuado por crimes contra a propriedade industrial e contra às relações de consumo.

Para os investigadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o comércio clandestino de bebidas funciona como um ciclo: há os falsificadores (destilarias clandestinas) que envasam as garrafas e, intermediariamente, há os criminosos que compram as garrafas, realizam a limpeza, rotulação e tampam as mercadorias para serem vendidas.

Agora que contextualizei, vamos lá!

Metanol x etanol: entenda a diferença

O metanol é um álcool, assim como o etanol — o que consumimos nas bebidas. Ambos são incolores, inflamáveis e têm cheiros semelhantes, o que dificulta diferenciá-los.

Mas há uma diferença essencial: o metanol é extremamente tóxico e não deve ser ingerido.

No corpo, ele é transformado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias que podem causar cegueira, falência de órgãos e até morte.

Como o metanol aparece nas bebidas

Quando se pensa em produção de bebidas com metanol, aquelas que mais oferecem risco de conter metanol em níveis perigosos são os destilados, como whisky, gin e vodka, principalmente, quando produzidos de forma clandestina. Elas são mais vulneráveis porque seu processo e valor tornam a adulteração mais atrativa para criminosos.

Segundo Thiago Carita Correra, doutor em química e professor do Departamento de Química Fundamental do Instituto de Química da USP, em entrevista concedida para o Uol, o metanol pode surgir em bebidas alcoólicas por erro no processo de produção ou por adulteração proposital.

Metanol nos destilados

Acidentalmente

O metanol pode aparecer nas bebidas destiladas por erros em processos de destilação, quando partes da bebida que contêm metanol não são corretamente separadas. Isso porque o metanol é gerado, naturalmente, durante o processo de fermentação da bebida alcoólica, porém ele precisa ser devidamente descartado. Concentrações extremamente baixas, de forma residual, até podem permanecer, mas inferiores às necessárias para causar a intoxicação, que já são baixas. O processo deve ser rigoroso, já que apenas 10 ml da substância já é suficiente para causar cegueira, e 30 ml é considerada a dose mínima fatal para um adulto.

Quer entender melhor sobre esse corte correto que deve ser feito durante a produção do destilado?

Confira aqui o vídeo do Jamal Abd Awadallak, PhD em Engenharia Química, em seu canal do Youtube, Beer School.

Propositalmente

Ana Elisa Gonçalves, PhD, Farmacêutica e Doutora em Ciências Farmacêuticas, na sua aula publicada no perfil do Instagram @alemdafarmacologia, explica que esse metanol pode ser mantido na bebida destilada de propósito, para reduzir os custos. A medida que a bebida fica na fervura, o metanol vai evaporando, porém diminui o rendimento da bebida. “Fábricas clandestinas que produzem bebidas alcoólicas, para aumentar seu lucro, acabam usando parte da fração contaminada que pode ter uma quantidade de metanol presente o suficiente para ser tóxico ou letal. Eles deixam de fazer o corte adequado na bebida para ela render mais”, explica Ana Elisa. E finaliza explicando quanto mais vezes a bebida for destilada, mais pura ela é.

Clique aqui para ver o vídeo divulgado na íntegra.

Nesta parte proposital, alguns veículos de comunicação têm falado sobre a hipótese de estarem colocando metanol no lugar do etanol por ser um produto mais barato, mas, segundo Jamal Abd Awadallak, não é um produto barato e nem fácil de conseguir.

E ainda, tem a hipótese que já citei anteriormente, da investigação da Polícia Civil de São Paulo sobre o uso de metanol na higienização de garrafas.

Até agora, não se tem nada concreto. Apenas especulações.

E as bebidas fermentadas como a cerveja, chope e vinho?

Para professor André Ricardo Alcarde, especialista em ciência e tecnologia de bebidas da ESALQ/USP, eem entrevista ao G1, a adulteração com metanol é improvável em bebidas fermentadas como cerveja e vinho, pela própria natureza do processo produtivo.

Metanol na cerveja: o que dizem os especialistas

Diversos especialistas confirmam que a cerveja não apresenta risco significativo de contaminação por metanol. Como é uma bebida fermentada, não destilada, os níveis da substância gerados naturalmente são mínimos e seguros. Além disso, não existiria ganho econômico em inserir o metanol (que é uma das hipóteses especuladas) já que a cerveja, em comparação aos destilados, é um produto mais barato.

O metanol pode ser liberado durante a fermentação por enzimas (pectinases) que agem sobre a pectina presente em frutas, mas o processo da cerveja não utiliza essas enzimas de forma a gerar grandes quantidades de metanol.

A Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) explica, em nota publicada no seu perfil no Instagram, que pode haver formação de quantidades mínimas de metanol em fermentações contendo matérias-primas com componentes ricos em pectina, como cascas de frutas ou frutas. Porém, a quantidade de fruta usada é apenas um complemento, não é a base da cerveja. Segundo a Abracerva, algumas pesquisas apontam níveis inferiores ao limite de detecção durante a produção, o que garante a segurança para o consumo da bebida.

No comunicado, a associação informa que, em estudos sobre contaminação alcoólica, observa-se que concentrações de metanol em cervejas são tipicamente da ordem de 6 mg/L (miligrama por litro) a 27 mg/L. Esses valores são considerados absolutamente seguros conforme padrões internacionais, complementa.

O texto expõe que, nos casos da concentração típica máxima de 27 mg/L de metanol em cervejas, seria necessário o consumo diário de 296,3 litros da bebida para atingir o limiar de toxicidade de 8 gramas por dia.

Ainda de acordo com Jamal, a cerveja artesanal comum é muito segura, muito mais segura que qualquer outra bebida, por alguns motivos como a fermentação ser feita de forma controlada, ou seja, a levedura inserida não tem capacidade de produzir a enzima necessária para a produção de metanol, tem o pH baixo e tem baixo teor alcoólico, a quantidade de metanol é proporcional ao mosto fermentado, ao álcool gerado, ou seja, insignificante. Além disso, em estudo feitos, o nível de metanol na cerveja é menor que do suco de maçã.

E a falsificação de cervejas?

Ainda falando de cerveja, vão aparecer aqueles que vão falar da falsificação das cervejas industrializadas já registrada. Todos os casos que eu vi até hoje foram casos em que houve a alteração do rótulo e tampa das garrafas. Ou seja, criminosos pegam cervejas mais baratas e trocam os rótulos e as tampas para uma cerveja mais cara.

Por isso, também acredito ser mais difícil a hipótese de ter metanol na cerveja por motivo de lavagem da garrafa, como a polícia está investigando no caso das garrafas de destilados. No caso da cerveja, é muito mais barato apenas trocar o rótulo.

E o caso Baker?

Também vão falar do caso Backer. Naquele caso foi falha no processo industrial. Houve um vazamento de dietilenoglicol de uma serpentina (que estava furada) que refrigerava um dos tanques de cerveja, resultando na contaminação do produto. Ou seja, não teve relação com metanol nem com adulteração proposital.

Quer entender melhor? Indico a leitura dessa matéria: Intoxicação por metanol: caso é diferente do ocorrido com a Backer, em BH.

Latas são mais seguras

Se, mesmo com todas as informações, você ainda se sente inseguro, prefira cervejas em lata, que apresentam um processo de fechamento mais sofisticado em comparação com as garrafas, o que pode dificultar eventuais adulterações.

Segundo o professor do curso de Gastronomia do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e especialista em bebidas, Carlos Henrique de Faria Vasconcelos, em sua entrevista concedida à Itatiaia, as embalagens em lata oferecem uma proteção extra. “Os produtos enlatados são menos preocupantes porque, uma vez aberta, a lata não pode ser reaproveitada. O risco de adulteração nesse formato é menor, já que uma parte importante da cadeia de adulteração passa pelo reaproveitamento de garrafas”, explicou.

Essa recomendação vale também para quem consome destilados, já que é possível encontrar diversos produtos em lata como drinks prontos com vodka. Além disso, é possível achar vinho e até espumantes em lata.

Metanol no vinho

O metanol pode aparecer em pequenas quantidades nos vinhos, por causa da fermentação das cascas das frutas ricas em pectina.

Esses níveis são naturais e regulamentados, sem oferecer risco à saúde.

Orientação oficial

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou na quinta-feira (2) a recomendação de evitar principalmente os destilados, sobretudo os incolores, destacando que não são produtos essenciais.

“Recomendo na condição de ministro da Saúde, mas também como médico: evite, neste momento, ingerir um produto destilado, sobretudo os incolores, que você não tem a absoluta certeza da origem dele.”, afirma Padilha

Por fim, até o momento, foi divulgado que apenas produtos destilados foram adulterados, nenhum caso envolvendo cerveja. Tantos nas apreensões feitas pela polícia, quanto nos relatos dados pelas famílias das vítimas.

O que eu penso

A adulteração com metanol é um problema sério, mas, até o momento, restrito a bebidas destiladas ilegais. A gente sabe que, se tratando de Brasil, não se deve “colocar a mão no fogo” por ninguém, por isso, não vou afirmar aqui que a cerveja está 100% segura até que acabem as invstigações. As informações que temos até o momento estão aí, vai de cada um escolher o que fazer com elas e seguir sempre o recomendado que é procurar por produtos que você já conheça, que sabe da procedência. Eu vou continuar tomando as cervejas artesanais que confio e torcendo para que isso tudo se resolva logo.

Ainda assim, vale o lembrete: toda bebida alcoólica deve ser consumida com moderação. Informação e responsabilidade são as melhores defesas de quem aprecia uma boa cerveja.

Fontes: CNN, O Globo, O Tempo, G1, portal Jornal Estado de Minas, Itatiaia, canal Beer School (YouTube) e perfil @alemdafarmacologia (Instagram).

Dicas de pubs com rock e cerveja artesanal em BH: a combinação perfeita

Rock e cerveja artesanal têm muito em comum: ambos carregam atitude, autenticidade e paixão. Em Belo Horizonte, essa sintonia ganha força em pubs que unem a energia das bandas de rock ao vivo com torneiras e cartas de cerveja que valorizam a cena artesanal.

Se você é fã de boa música e de uma cerveja especial, confira esta seleção que eu fiz com 10 pubs de BH que oferecem shows de rock e uma ótima variedade de cervejas artesanais.

Lembrando que, nas próximas semanas eu vou falar um pouco de alguns deles lá no Instagram @cervejeirauai. O Beerstock Pub e o The Bridge Pub já passaram por aqui, por isso, vou deixar o link em cada um deles para que você possa conferir.

1. Why American Pub

📍 Avenida Francisco Sá, 66 – Prado
Aqui você encontra chopes da Cervejaria Slöd e cervejas em garrafa das cervejarias Albanos, Brüder, Verace, Blue Moon e Lagunitas.

Clique aqui e confira o reels que fiz de lá!

2. Underground Black Pub

📍 Avenida Itaú, 540A – Dom Cabral
O pub oferece chopes da Cervejaria Läut e cervejas em garrafa da Läut, Eisenbahn e Therezópolis.

3. Mister Rock Bar

📍 Avenida Teresa Cristina, 295 – Prado
No Mister Rock, você encontra chopes e cerveja em garrafa da Cervejaria Läut.

4. Chopperhead Garage

📍 Rua Cássia, 26 – Prado
Na Chopper, você encontra chopes e cervejas em garrafa da Eisenbahn, Lagunitas, Blue Moon, Baden Baden e Therezópolis.

5. Caverna Rock Pub

📍 Rua dos Tupis, 1448 – Barro Preto
O Caverna é um pub exclusivo da Cervejaria Läut, oferecendo chopes e cervejas em garrafa da marca.

6. Mulligan’s Pub

📍 Rua Pium-í, 229 – Cruzeiro
Por aqui, você encontra chope das cervejarias Black Princess e Albanos.

7. Carcamano Pub

📍 Rua Américo Magalhães, 617 – Barreiro
No Carcamano, a estrela é a Cervejaria Verace, com chopes e diferentes estilos de cerveja em garrafa.

8. Beerstock Pub

📍 Avenida Aggeo Pio Sobrinho, 20 – Buritis
O Beerstock é o mais cervejeiro dos pubs: são 20 torneiras de chopes artesanais de diversas cervejarias.

Confira aqui como foi minha visita por lá

9. The Bridge Pub

📍 Rua dos Timbiras, 834 – Funcionários
Oferece diversos estilos de chopes de cervejarias mineiras e cervejas em garrafa da Krug Bier.

Confira aqui como foi minha visita por lá.

10. Jack Rock Bar

📍 Avenida do Contorno, 5623 – Funcionários
O Jack conta com longnecks artesanais como Goose Island, Leffe e Hoegaarden, além de garrafas de 600 ml da Wäls e Colorado e chopes da Patagônia.

Seja para curtir um show com a galera ou descobrir novos rótulos artesanais, esses pubs são parada obrigatória para quem gosta de unir rock e cerveja de qualidade em BH.

Dicas de cervejas para tomar na primavera!

A primavera é uma estação que eu acredito que seja unanimidade entre as pessoas. Não que ela seja a preferida, mas, eu acredito que todos gostem dela. Conhecida como a estação das flores, ela deixa o clima mais alegre, os dias ficam mais longos e coloridos.

Além disso, aquela friaca do inverno vai ficando de lado, e os dias começam a ficar mais quentes, com a temperatura variando entre agradável e alguns dias mais quentes. Todos esses ingredientes juntos nos fazem ter ainda mais vontade de abrir uma cervejinha para relaxar.

Cervejas com notas de frutas, flores, especiarias e cítricas ganham vez na Primavera, além do mais, as cervejas refrescantes harmonizam perfeitamente com as temperaturas que começam a se elevar nessa estação. Porém, não precisam ser cervejas tão leves quanto às indicadas para o verão.

Veja a seguir minhas dicas de estilos ideias para tomar na Primavera:

Catharina Sour: Leve, refrescante, ácida e leva frutas. Ideal para os dias mais quentes da primavera.

Witbier: Fácil de tomar. Tanto o aroma quanto o sabor apresentam notas de coentro e laranja e o amargor é baixo.

Weissbier: Cerveja de trigo refrescante, pouco amarga, com aroma remetendo ao cravo e à banana. Uma cerveja mais encorpada sem deixar de ser leve.

Session IPA: Com baixo teor alcoólico e a presença do lúpulo trazendo notas cítricas marcantes, é perfeita para acompanhar dias ensolarados sem abrir mão do amargor.

American Pale Ale (APA): Com um equilíbrio entre o amargor dos lúpulos e os sabores frutados e cítricos, são fáceis de beber. É a pedida certa para sessões relaxantes na primavera.

New England IPA: Aveludadas, suculentas e frutadas. Seu amargor mais leve do que as tradicionais IPAs, a torna uma IPA muito mais fácil de beber.

Clique aqui para ver dicas de cervejas mineiras que harmonizam com a primavera.

O que é a sigla SRM no rótulo da cerveja e como entendê-lo?

Dando continuidade à nossa série sobre como ler o rótulo de uma cerveja, hoje vamos falar sobre duas outras siglas importante que, apesar de serem diferentes, significam a mesma coisa: estou falando do SRM e EBC.

Quem gosta de cerveja artesanal já deve ter se deparado com essas letras, mas nem sempre entende o que elas representam. Então vamos lá:

O que significam SRM e EBC?

  • SRM (Standard Reference Method) é o método americano para medir a cor da cerveja.
  • EBC (European Brewery Convention) é o método europeu para a mesma finalidade. Mas, aqui, pode ser aplicada à cor da cerveja ou apenas à cor do malte.

Ou seja: tanto SRM quanto EBC são escalas que indicam a intensidade da cor da cerveja, indo de tonalidades claras, como dourado e amarelo-palha, até as mais escuras, como marrom e preto.

Qual a importância de saber isso?

A cor de uma cerveja não serve apenas para impressionar no copo. Ela pode dar pistas sobre:

  • O tipo de malte usado: maltes claros resultam em cores mais leves; maltes torrados trazem cores escuras.
  • Possíveis aromas e sabores: cervejas claras tendem a ser mais leves e refrescantes (mas, não é regra); as escuras podem trazer notas de café, chocolate, caramelo e tosta.
  • O estilo da cerveja: alguns estilos são identificados também pela cor, como uma Pilsen dourada ou uma Stout preta intensa.

O que determina a cor?

A cor da cerveja está diretamente ligada aos ingredientes usados durante a produção, principalmente o malte.

Quanto mais torrado o malte é, mais escuro ele se torna e mais pigmentos transmite para o líquido, resultando em cores mais escuras.

Por exemplo, a cor de uma Stout é marrom escura pra preta, para chegar nessa cor são usados maltes mais torrados. Já a Pilsen, é mais clara, tem que ser feita com malte sem torrefação.

Existem outros fatores que alteram a coloração da cerveja como frutas e até mesmo corantes naturais (que são permitidos no Brasil para corrigir ou intensificar as cores de uma cerveja), como é o caso da Caracu, que é escura devido à adição de caramelo e xarope de açúcar. Eu falei sobre isso nesse post sobre Diferença entre Malzbier e Cerveja Especial Escura

Como funciona a escala?

  • SRM: varia de 1 (muito clara) e vai acima de 40 (muito escura).
  • EBC: é semelhante, mas os números são diferentes porque a forma de cálculo muda.

Como referência, 1 SRM equivale a aproximadamente 1,97 EBC.

Ou seja, quanto menor for o número indicado em SRM ou EBC, mais clara é a cerveja e quanto maior o número, mais escuro será o líquido.

Exemplos práticos:

Estilo de cervejaSRM aproximadoEBC aproximadoCor típica
American Lager2 – 44 – 8Amarelo-palha
Amber Ale10 – 1720 – 34Âmbar
Stout30+60+Marrom escuro/preto

Por que isso muda a experiência?

Saber interpretar SRM/EBC ajuda a criar expectativas mais realistas sobre a cerveja. Antes mesmo de abrir a garrafa, você já sabe se vai encontrar uma cerveja clara, âmbar ou escura.
E atenção: a cor não determina tudo! Nem sempre as claras são leves e nem sempre as escuras são fortes. A Belgian Tripel, por exemplo, é clara e potente, enquanto uma Dry Stout é escura e leve.

Ou seja: entender SRM/EBC junto com ABV e IBU torna a leitura do rótulo muito mais completa. O simples ato de entender essas informações no rótulo deixa a experiência cervejeira muito mais completa, desde a escolha da garrafa até o primeiro gole. Assim, a chance de você acertar na escolha é maior.

Da próxima vez que se deparar com SRM ou EBC no rótulo, lembre-se: não é só um número. É um guia para você entender a cor, os aromas e até os sabores que a cerveja pode oferecer!

Lembrando que essa indicação não é obrigatória no rótulo, por isso, nem todas as cervejas informam o SRM ou EBC.

Por aqui, a gente termina nossa série de “Você sabe ler o rótulo da cerveja?”! Espero ter ajudado a transformar sua escolha cervejeira. Caso tenha perdido os textos anteriores, vou deixar o link aqui embaixo. Até breve!

Clique aqui e saiba mais sobre ABV

Clique aqui e saiba ais sobre IBU

Onde Beber Artesanal: Protótipo Bar, um paraíso para os cervejeiros

Se você gosta de bares com pegada descolada, ambiente descontraído e muita cerveja artesanal na torneira, o Protótipo Bar, em Belo Horizonte, é uma excelente opção. Localizado em um dos pontos mais boêmios da cidade, o bar tem aquela atmosfera acolhedora que te faz querer ficar por mais tempo.

O local

O bar tem um espaço muito gostoso, fica em uma galeria bem espaçosa e com muito verde entre as mesas. Ele combina mesas compartilhadas, mesas comuns, iluminação aconchegante e gente de todos os estilos que compartilha a mesma paixão: cerveja de qualidade. O público é bem variado: casais, turma de amigos e famílias estão por ali, brindando, se divertindo e batendo papo.

Para beber

Quando o assunto é o que beber, o Protótipo não decepciona. São 18 torneiras rotativas, sempre trazendo rótulos diferentes, com destaque para as cervejarias mineiras que estão presentes na maioria das torneiras. A proposta é justamente oferecer variedade e frescor, cada visita pode ser uma experiência nova. Dá para encontrar desde uma Pilsen bem feita até IPAs intensas e Sours refrescantes.

Eu pude experimentar algumas e, como disse, todas estavam frescas, na temperatura ideal e bem saborosas. Os valores variavam entre R$11 a R$23 dependendo do estilo. O tamanho do copo é de 300ml. Além de chope, eles têm coquetéis e bebidas de dose.

Para comer

E claro, cerveja boa pede comida à altura. O cardápio é enxuto, mas certeiro, com opções que harmonizam bem com os estilos da casa: porções menores, médias e maiores pensadas para compartilhar, além de hambúrgueres. Os pratos são bem diferentes e criativos. Deu vontade de voltar para comer outros.

De entrada pedimos batata rústica com molho BBQ caseiro (R$38) e para fechar fomos de Pé na Jaca: Bife de chorizo, linguiça artesanal, queijo coalho, acompanhados de farofa de manjericão e chimichurri (R$115). Veio na chapa fervendo, daquele jeito. Que prato delicioso! O corte da carne veio do jeito que pedimos e serviu muito bem duas pessoas, comendo bem.

O Protótipo Bar entrega exatamente o que um cervejeiro espera de um bom lugar para beber artesanal: variedade, ambiente descontraído, uma curadoria que mostra respeito pela cena cervejeira e opções criativas de petiscos. É um bar que vale a visita, seja para a primeira rodada ou para fechar a noite. Aliás, foi o primeiro bar de cerveja artesanal que conheci na vida, lá em 2017, de lá para cá o bar só evoluiu e tem se adaptado de acordo com as necessidades do mercado. Recomendo e quero voltar!

📍Protótipo Bar
 Rua Professor Galba Veloso, 206, Santa Tereza
 Belo Horizonte/MG
Instagram: @prototipocervejas

O que é o IBU da cerveja e como entendê-lo?

Dando continuidade à nossa série sobre como ler o rótulo de uma cerveja, hoje vamos falar sobre uma outra sigla muito importantes. Quando olhamos um rótulo de cerveja artesanal, é comum ver a sigla IBU acompanhada de um número. Muitos bebedores já sabem o que é, mas, você sabe entender todo o significado daquele número?

IBU vem do inglês International Bitterness Unit, ou Unidade Internacional de Amargor. Esse valor representa a escala mundial para medir o amargor de uma cerveja. Quanto mais baixo for o valor, menos amargor é sentido na cerveja, assim, quanto maior o valor mencionado, mais amarga vai ser a cerveja.

De onde vem o amargor da cerveja?

O principal responsável pelo amargor é o lúpulo, ingrediente que além de trazer aromas cítricos, florais ou resinosos, também libera substâncias amargas durante a fervura do mosto. Mas não é só ele: o malte torrado também pode contribuir com notas de amargor, principalmente em estilos escuros, como Stout e Porter.

Clique aqui para saber mais sore o lúpulo.

Clique aqui para saber mais sore o malte

Por que o IBU é importante?

Saber interpretar esse número ajuda a escolher melhor a sua cerveja. Quem prefere sabores mais suaves deve evitar rótulos com valores muito altos de IBU, enquanto quem gosta de intensidade e amargor marcante pode ir direto nas opções com IBU elevado.

Escala de amargor

  • 0 a 20 IBU → Cervejas leves, com pouco ou nenhum amargor perceptível (ex.: American Lager, Witbier).
  • 20 a 40 IBU → Amargor moderado, equilibrado com o malte (ex.: Pale Ale, Amber Ale).
  • 40 a 70 IBU → Amargor intenso, já bem presente na boca (ex.: IPA, Double IPA).
  • Acima de 70 IBU → Amargor extremo, para paladares que gostam de desafio (ex.: Triple IPA).

Algumas cervejas chegam a ultrapassar os 100 IBU, mas vale lembrar: a percepção humana tende a saturar em torno de 80 a 100 IBU. Ou seja, mesmo que o número suba muito, o nosso paladar não consegue sentir o que passar disso.

Medindo o IBU

O IBU pode ser medido através de análise química em laboratório, onde também são usados equipamentos como o espectrofotômetro.

Existem algumas fórmulas específicas. Mas aí a gente deixa para os especialistas.

Então, qual escolher?

O IBU não indica qualidade, mas estilo e intensidade. Vale combinar esse número com outras informações do rótulo, como o teor alcoólico (ABV), sigla que falamos no último post, para ter uma ideia mais completa do que vai encontrar no copo.

Mas, no geral, é o seguinte:

– Gosta de cervejas mais leves, menos amargas? Pegue aquelas que indicam ter o IBU baixo.

– Quer experimentar algo mais forte em relação ao amargor? Escolha uma cerveja com o número do IBU mais alto.

Assim, da próxima vez que pegar uma cerveja e ver o número de IBU no rótulo, você já sabe exatamente o que esperar no primeiro gole!

Curiosidades

– IBUs de algumas cervejas que não marcam esse valor no rótulo:

Skol Puro Malte: 8 IBU;
Brahma: 10 IBU;
Stella Artois: 16 IBU;
Heineken:19 IBU

– Cerveja mais amarga do mundo: A Alpha Fornication da Flying Monkeys, com 2.500 IBUs, foi considerada a cerveja mais amarga do mundo. É uma Imperial IPA com 13,3% de teor alcoólico. Não existe mais!

– A cerveja mais amarga do Brasil é a cerveja 1000 IBU da Cervejaria Invicta, uma Imperial IPA.

Onde Beber Artesanal: The Bridge Pub – cerveja, comida boa e clima britânico em BH

Se você é do tipo que curte um bom chope artesanal e aquele clima de pub europeu, precisa conhecer o The Bridge Pub, em Belo Horizonte.

O The Bridge chama atenção logo na entrada com a fachada inspirada nos tradicionais pubs britânicos. Ao entrar, o ambiente segue a proposta: iluminação baixa, espaço compacto, aconchegante, com decoração temática remetendo ao Reino Unido.

Na decoração, também existem diversos cachecóis de times internacionais e nacionais, que deixam o espaço ainda mais caricato. Além disso, por lá rola música ao vivo que vai do rock clássico ao blues, criando o cenário perfeito para um happy hour com os amigos ou uma noite mais animada em casal ou em família.

São diversos estilos de chopes de diferentes cervejarias mineiras, que mudam com frequência, e têm rótulos em garrafa também. Dá para encontrar desde estilos mais leves, como Pilsen e Witbier, até Double IPA, Stout e rótulos sazonais. A rotatividade garante sempre novidades na torneira, o que é ótimo para quem gosta de experimentar.

O cardápio é outro ponto forte da casa. Tem muita opção, desde porções clássicas, como fish and chips, que é muito tradicional nos pubs britânicos, até hambúrgueres e pratos autorais.

Indico o The Bridge não só pela boa seleção de cervejas, mas também pelo conjunto da experiência que mistura cultura, clima intimista, cerveja artesanal, rock e futebol. Um local muito agradável!

The Bridge Pub
Rua Timbiras, 834
Bairro Funcionários, Belo Horizonte/MG
Instagram: @thebridge_pub