Nossa cultura influencia na cerveja que tomamos!

No Dia Nacional da Cultura, não há como deixar de pensar em como a nossa cultura enriquece o universo da cerveja. Além de ter uma diversidade cultural, com divresos costumes, o Brasil é um dos países com a maior diversidade de ingredientes e um clima tropical que nos convida a explorar sabores refrescantes e inusitados. Por isso, hoje, vou te contar como a cultura brasileira influencia, transforma e expande o mundo cervejeiro.

A Influência da cultura brasileira na cerveja

A cultura brasileira impacta a cerveja em todos os sentidos – desde os ingredientes até os estilos e o jeito de beber. Somos um país multicultural, e isso inspira os mestres cervejeiros a buscarem sabores que representam o clima, a culinária e as tradições de cada região.

A influencia da cultura na fabricação é nítida quando falamos de ingredientes já que o Brasil é uma fonte rica de ingredientes únicos que só encontramos por aqui. Muitas cervejarias artesanais aproveitam essa biodiversidade para criar rótulos regionais e exclusivos, aproximando o público de sabores locais e valorizando o que é nosso. Frutas tropicais como maracujá, caju e jabuticaba adicionam um toque refrescante e vibrante. Ingredientes da Amazônia, como cupuaçu e priprioca, trazem um perfil exótico que só o Brasil pode oferecer. Além disso, ingredientes tradicionais, como a rapadura e o açúcar mascavo, ajudam a dar um sabor mais robusto e autêntico, celebrando influências das regiões Norte e Nordeste.

Em Minas, por exemplo, é possível achar cerveja com doce de leite. Já no norte, tem cerveja com açaí, sim! E aquela uva fresquinha colhida no sul do país indo direto para os tanques cervejeiros?! Cada região, cada estado, contribui um pouco para essa diversidade de cerveja que temos.

E o café, ahhh o café!!!

Outros ingredientes inusitados também têm seu espaço, como pimenta-rosa, erva-mate, que adicionam complexidade e personalidade às nossas cervejas, ampliando ainda mais o repertório de sabores e aromas.

Através dessa diversidade, por aqui, acontecem várias adaptaçõe de estilos clássicos como IPAs com frutas tropicais, Stouts com cacau brasileiro e até cervejas inspiradas em fermentações indígenas, como aquelas que utilizam mandioca. A criatividade aqui é infinita, e cada nova receita traz um pouco da alma brasileira.

Tem até quem defenda que essa criatividade deveria levar o Brasil a outro patamar e ser considerado uma Escola Cervejeira. Mas, essa discussão eu vou deixar para depois.

Afinal cervejas com café, caju, açaí e outros ingredientes diferentes pode ser considerada cerveja?

Muitas pessoas se perguntam se cervejas com frutas ou outros ingredientes regionais ainda podem ser chamadas de “cerveja”. A resposta é sim! As cervejas feitas com ingredientes como café, caju, açaí e até rapadura seguem o mesmo processo de fabricação tradicional: malte, lúpulo, levedura e água. A fruta ou ingrediente extra é uma adição especial, trazendo um toque único e, claro, uma pitada de brasilidade a cada gole. Essa experimentação é um dos grandes diferenciais da cerveja brasileira!

Clima tropical e o estilo de cerveja mais consumido

Outro aspecto interessante é que o clima tropical brasileiro influencia o estilo de cerveja mais consumido. Como estamos em um país quente, as cervejas leves, como a American Lager, são as mais populares entre a população. Elas são perfeitas para serem apreciadas bem geladas e são ideais para refrescar em dias de calor.

Olha aí nossa cultura, nossos costumes influenciando até no estilo de cerveja que mais consumimos.

Primeiro estilo brasileiro: Catharina Sour

E por falar em estilo, não poderia deixar de citar a Catharina Sour, o primeiro estilo brasileiro de cerveja reconhecido internacionalmente. Ela é a cara do Brasil. Leve, refrescante e com adição de frutas tropicais. Representa nossa criatividade, nossa biodiversidade e nossa habilidade de reinventar, criando algo único e que encanta paladares ao redor do mundo.

Por ser um pouco ácida, há quem não goste. Mas, é questão de paladar. Ninguém é obrigado a gostar de tudo. Eu gosto, com o limite de uma…rs

Então, da próxima vez que você pegar uma cerveja feita com ingredientes brasileiros ou com um toque tropical, lembre-se: você está apreciando um pedaço da nossa cultura! Seja com um toque de caju, uma pitada de rapadura ou o frescor da Catharina Sour, cada gole é uma celebração do que é ser brasileiro.

As cinco cervejas mais vendidas do mundo!

Você conhece as cervejas mais vendidas no mundo? Quando falamos em consumo de cerveja, é comum associarmos a países que já têm a fama de bebedores como Brasil, Alemanha, Inglaterra, República Tcheca e Estado Unidos. Porém, o que a gente esquece de levar em consideração é o tamanho da população dos países.

Levando isso em consideração, não é à toa que entre as cervejas mais populares do mundo, destacam-se algumas marcas chinesas, embora para muitos sejam empresas desconhecidas.

Considerando que o país representa cerca de 20% da população mundial, não é incomum que várias das marcas mais vendidas do mundo sejam chinesas. A demanda por cerveja na China continua a crescer, graças a uma classe média emergente.

Depois de contextualizado, vamos ao ranking das 5 cervejas mais vendias no mundo:

1. Snow Beer (China)

Liderando a lista como a cerveja mais consumida do mundo está a Snow Beer, produzida na China. Com um mercado de proporções gigantescas, essa cerveja domina a indústria chinesa e supera até mesmo marcas mundialmente conhecidas em termos de volume de vendas. A Snow Beer cativa os chineses com seu perfil leve e refrescante, tornando-a a escolha perfeita para acompanhar pratos típicos da culinária chinesa.

2. Budweiser (Estados Unidos)

Originária dos Estados Unidos, a Budweiser é uma das cervejas mais icônicas do mundo. Famosa pelo seu sabor marcante, com notas leves de malte e lúpulo, ela é uma presença constante em festas, churrascos e eventos esportivos americanos. Além disso, a marca da Budweiser é amplamente reconhecida graças a campanhas publicitárias bem-sucedidas.

3. Tsingtao (China)

Outra cerveja chinesa que ganhou o paladar internacional é a Tsingtao. Fundada por colonizadores alemães em 1903, essa cerveja combina influências europeias com ingredientes locais, resultando em uma bebida suave, fácil de beber e com baixo teor alcoólico. Tsingtao tem conquistado uma posição significativa em mercados ao redor do mundo.

4. Skol (Brasil)

O Brasil não poderia ficar de fora dessa lista, afinal, a cerveja é uma das paixões nacionais. A Skol se destaca como a cerveja mais consumida no país, conhecida por sua leveza e por ser uma das opções mais acessíveis. Presente em festas e encontros entre amigos, a Skol é sinônimo de celebração e descontração.

5. Heineken (Holanda)

A Heineken é uma das marcas de cerveja mais reconhecidas mundialmente, representando a Holanda no cenário cervejeiro. Com um sabor característico e uma garrafa verde distintiva, a Heineken conquistou consumidores em diversos países, tornando-se uma das cervejas mais consumidas globalmente.

Bônus

A título de curiosidade a sexta e a sétima mais vendidas são cervejas do México e da Africa do Sul.

6. Corona Extra (México)

Com sua origem no México, a Corona Extra também ganhou popularidade em escala global. A cerveja é conhecida pelo toque cítrico, que a torna extremamente refrescante, especialmente quando servida com uma fatia de limão. A imagem de uma praia paradisíaca com uma garrafa de Corona Extra se tornou um símbolo de relaxamento.

7. SABMiller’s Castle Lager (África do Sul)

A Castle Lager é uma das cervejas mais consumidas na África do Sul e em outros países africanos. Criada em 1895, essa cerveja é símbolo da rica cultura cervejeira do continente africano e é apreciada por sua qualidade e sabor único.

Anuário da Cerveja 2022: Brasil aumenta registros de cervejarias e Minas sobe para terceiro lugar

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) divulgou, no dia 5 de julho, o “Anuário da Cerveja 2022”, principal relatório oficial com dados do setor no Brasil. Segundo o documento, foram inauguradas 180 novas fábricas no país, que chegou a 1729 cervejarias, um crescimento de 11,6% em comparação com 2021. Além disso, Minas Gerais passou a ser o terceiro estado com mais cervejarias do país.

Não é novidade que o Brasil tem se destacado no mercado cervejeiro. E a cada pesquisa é constatado esse crescimento. O país já é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos e deve alcançar, em 2023, o volume de vendas de 16,1 bilhões de litros, um crescimento de 4,5% em relação a 2022, de acordo com dados da empresa de mercado Euromonitor International, para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja – Sindicerv. Isso é reflexo também do aumento de registro das cervejarias brasileiras que cresceu 11,6%, em relação a 2021.

O estado de Minas Gerais tem contribuído muito com esses números. Só em 2022, foram abertas 33 novas fábricas, com isso Minas Gerais entrou em 2023 com um total de 222 cervejarias em operação. O aumento de 17,5% colocou o estado no terceiro lugar entre as unidades da federação atrás apenas de São Paulo, com 387, e Rio Grande do Sul, com 310. O estado superou Santa Catarina, que era a terceira, que com 20 novas fábricas somou 215 estabelecimentos. Não houve diminuição do número de estabelecimentos em nenhuma unidade da Federação.

Entre as 10 cidades com mais cervejarias no país, três ficam em Minas Gerais: Nova Lima, com 22 fábricas, Juiz de Fora com 20 e Belo Horizonte com 19. Uberlândia também faz parte do seleto grupo de cidades com 10 cervejarias, com 11 fábricas registradas e operando.

As cidades com mais cervejarias do país:

São Paulo-SP (59); Porto Alegre-RS (42); Curitiba-PR (26); Nova Lima-MG (22); Caxias do Sul-RS (21); Juiz de Fora -MG (20); Belo Horizonte-MG (19); Rio de Janeiro-RJ (18); Sorocaba-SP (18) e Brasília-DF (17).

Ao todo, 100 cidades mineiras já possuem produção local de cerveja. Um dos destaques é Gonçalves, na Serra da Mantiqueira, que tem a maior densidade cervejeira do estado, com um estabelecimento para cada 2.180 habitantes. O estado, como um todo possui uma cervejaria para cada 96.450 habitantes, acima da média nacional que é de 123.376. Santa Catarina é a unidade da Federação em que os habitantes estão mais bem servidos com cervejarias, alcançando a primeira posição com a marca de um estabelecimento para cada 34.132 habitantes.

“Minas Gerais colocou em prática seu potencial e é isso que queremos levar para todo o Brasil. O país tem mostrado crescimento praticamente estável em 2021 e 2022, o que também ilustra a maturidade das micro, pequenas e médias cervejarias e o poder empreendedor do cervejeiro artesanal. Seguimos crescendo, estamos cada vez mais presentes no território nacional e movimentando a economia local. A enorme quantidade de produtos e marcas também ilustram o poder de inovação deste segmento”, afirma o presidente da Abracerva – Associação Brasileira de Cerveja Artesanal, Gilberto Tarantino.

Minas Gerais também é o terceiro estado em número de registros de produtos com 6.194 cervejas diferentes, uma média de 27,9 registros por fábrica. Ao todo, o Brasil possui 42.831 produtos registrados, um aumento de 19,8% na comparação com 2021. São Paulo lidera como o estado com maior número de marcas nos registros de cerveja (16.528) e maior número de produtos registrados (12.319) e, também, como o município com maior quantidade de registro de cervejas (1.817).

Tarantino, destaca que as cervejarias micro, pequenas e médias correspondem a cerca de 3% do mercado, mas representam 97% de todas as fábricas. Sua presença nos municípios ajuda a construir uma cadeia de valor que inclui bares especializados, qualificação de mão de obra para toda a cadeia, uso de insumos locais, criação de rotas turísticas e arrecadação de impostos.

Outros dados nacionais

Segundo o levantamento, a tendência de concentração de cervejarias na região Sudeste permanece, apresentando 798 estabelecimentos registrados, o que representa 46,2% do total de cervejarias do Brasil. Já a região que teve o maior crescimento relativo no ano foi a Norte, que apesar de contar apenas com 36 estabelecimentos, apresentou 20% de aumento no número de estabelecimentos registrados em comparação a 2021.

O Acre, Amapá e Roraima seguem sendo as únicas unidades federativas que possuem apenas um município com presença de cervejaria.

O anuário aponta que houve uma pequena redução da exportação brasileira de cerveja em 2022 relativa a 2021. No ano passado, foram exportados 200.588.542 kg do produto, o que representa um decréscimo de 16,8%. Em 2022, o Brasil exportou cerveja para 79 países diferentes, igualando à maior marca do período estudado, verificada em 2020.

A América do Sul segue sendo o principal parceiro econômico na compra da cerveja brasileira, correspondendo a 98,4% das vendas, tendo o Paraguai como principal destino, seguido por Bolívia, Argentina, Uruguai e Chile.

A importação brasileira de cerveja segue em queda, muito provavelmente pela maior oferta de produtos nacionais. Enquanto em 2021 a quantidade importada foi de 18.406.249 kg, em 2022 a quantidade diminuiu para 14.897.234 kg, o que representa um decréscimo de cerca de 19,1%.

O setor cervejeiro no Brasil é historicamente relevante para economia nacional, gerando mais de 42 mil empregos diretos.

A região sudeste detém 57,8% dos empregos diretos, seguida das regiões Nordeste e Sul com, respectivamente, 16,8% e 14,7%. Na sequência temos o Centro-Oeste com 7,1% e a região Norte com apenas 3,7%.

Lembrando que, por não disporem da infraestrutura necessária, as cervejarias ciganas não são consideradas nessa pesquisa, visto que elas não têm registro próprio e fabricam suas cervejas em cervejarias que têm registro.

Apesar do crescimento contínuo, o Brasil ainda tem muito o que crescer nesse mercado. Países muito menores como Reino Unido e França contam com mais de 2 mil cervejarias. Já os EUA, que também possui uma extensão territorial maior, possui um número ainda maior, contabilizando mais de 9500 cervejarias, 5 vezes o número de cervejarias registradas no Brasil.

O Anuário pode ser acessado no site do MAPA, pelo endereço https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/setor-cervejeiro-segue-crescendo-a-cada-ano-aponta-anuario.

Próxima parada: Bar Estação Eisenbahn

Minha dica para Beber Artesanal de hoje é um lugar imperdível em Blumenau.

Eu sei que muitos criticam a Eisenbahn por ter sido comprada pela Kirin, que posteriormente foi comprada pela Heineken, mas, para mim, a qualidade é a mesma. E aí vai minha dica de onde beber cerveja de qualidade!

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O Bar Estação Eisenbahn fica na cidade onde a cervejaria nasceu, Blumenau (Santa Catarina). Atrás do bar fica a fábrica, que é aberta à visitação. Como fui na época do Oktoberfest, não estava disponível para visitação.

O nome do bar é inspirado no nome da cervejaria e em sua localização. O nome Eisenbahn significa “ferrovia” em alemão, que é uma analogia a uma antiga estação ferroviária, onde foram construídos a fábrica e o bar.

◊ O local: O bar tem dois ambientes. A parte de dentro, é menor, já que lá fica o bar com as chopeiras e geladeiras, além da lojinha com várias lembranças da cervejaria como camisas, kits, copos, chaveiros etc. Têm algumas poltronas que lembram os trens chiques de antigamente e algumas janelas de vidro dão para ver parte da fábrica, é bem legal. Já a parte de fora é mais ampla e tem vista para a rua. Chegue cedo! A fila de espera se forma rápido.

 

◊ Para beber: A carta de cerveja da casa é bem extensa, só com cervejas da própria marca. Além das diversas opções de chopes fresquinhos, lá, você encontra as opções de garrafa, inclusive alguns rótulos que são bem difíceis de achar, por exemplo, aqui em Belo Horizonte. Fiz questão de tomar esses que a gente não acha.

Experimentamos alguns chopes e algumas lognecks. Todos de excelente qualidade, sem comentários. Ôo cervejas deliciosas.

 

◊ Para comer: Comida também é o que mais tem. São diversos petiscos e pratos da gastronomia alemã, além de tira-gostos brasileiros, sanduiches e sobremesas. No próprio cardápio, vem sugestões das cervejas que harmonizam com aquele prato.

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Fiquei sabendo que, em alguns dias, têm bandas ao vivo, inclusive, banda alemã. Deve ficar bacana!

Eu gostei muito do lugar, do ambiente e de tudo que comi e bebi. Só achei os garçons sérios demais. Pode ter sido a ocasião de casa cheia etc.

Vale a pena a visita. Espero voltar e conhecer a fábrica também!

Prösit!

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 Bar Estação Eisenbahn
Endereço: Rua Bahia, 5181- Salto Weissbach
Blumenau- SC
Facebook: m.me/barestacaoeisenbahn

Dia da Cerveja Brasileira

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Imagem de: papodebar.com.br

No dia 05 de junho é comemorado o Dia da Cerveja Brasileira.  A data foi escolhida para homenagear o mais antigo mestre cervejeiro do Brasil, o catarinense Rupprecht Loeffler, que morreu em 2011, aos 93 anos, após dedicar boa parte da vida à produção da bebida.

 

Rupprecht Loeffler era dono da Canoinhense, que downloadcomeçou a funcionar nos anos 20 em Canoinhas-SC, onde se situava uma cervejaria fundada em 1908, que foi comprada pelo pai do sr. Loeffler. Anos depois, ele se tornou o responsável pelo negócio. Ficaram famosas quatro crias da fábrica: a Nó de Pinho, a Mocinha, a Jahú e a Malzbbier.

loefflerO mais antigo mestre cervejeiro do Brasil bebia duas garrafas de cerveja por dia, mas, no fim, diminuiu esse ritmo. Além de não abrir mão da cervejinha, costumava dizer que “quem toma essa cerveja não precisa de remédio”.

Para os mais curiosos, sua história está no curta-metragem “Cerveja Falada”, de 2010, feito pela produtora Exato Segundo.

Que os cervejeiros brasileiros possam se inspirar nele e continuem nos brindando com cervejas de excelente qualidade. Vida longa às cervejas brasileiras! 🍺🤜

Abra a sua aí e saúde! 🍻