Cerveja e Atividade Física: o equilíbrio perfeito

Para muitos, a cerveja é mais do que uma bebida; é uma paixão que une amigos, celebra momentos e proporciona relaxamento. Porém, quando se fala em manter a saúde em dia, a atividade física é uma parte essencial do equilíbrio. Mas será que é possível desfrutar de uma boa cerveja e ainda assim manter a forma? A resposta é sim!

Cervejeiro com consciência

Ser um verdadeiro cervejeiro não significa abrir mão de um estilo de vida ativo. A chave está na moderação. Uma cerveja bem apreciada após um treino ou no fim de semana pode ser parte de um estilo de vida saudável. O importante é saber ouvir o corpo e equilibrar o consumo. Experimente optar por cervejas artesanais com ingredientes naturais, que podem ter um perfil nutricional mais interessante. Além disso, tente equilibrar entre as cervejas que você tem prazer em tomar e as cervejas light e low carb, que são cervejas mais leves e menos calóricas.

A Importância da atividade física

A atividade física traz benefícios incríveis para a saúde, como a melhora da saúde cardiovascular, aumento da força muscular, controle do peso e, claro, um boost na saúde mental. Com a correria do dia a dia, encontrar um tempo para se exercitar pode ser um desafio, mas o esforço vale a pena. Além disso, a atividade física regular ajuda a equilibrar o consumo de calorias, permitindo que você desfrute de uma cerveja ou outra sem culpa.

Minha experiência

Eu confesso que a minha maior preocupação em manter a atividade física em dia é poder tomar a cerveja do final de semana sem culpa.

Quem me acompanha pelo Instagram sabe que eu piso muito no freio durante a semana tanto em ralação à comida quanto à bebida e faço atividade física intensa, de segunda à sábado. Sim, sábado também. Afinal, é o dia em que mais consumo cerveja.

Com o acompanhamento de um nutricionista, eu tenho uma dieta super restrita durante a semana. Evito ao máximo beber qualquer tipo de bebida alcoólica, para que, no final de semana, eu possa tomar minha cerveja sem culpa. Claro que nenhum nutricionista gostaria de liberar a cerveja, mas, o meu, sabendo do trabalho que faço no Instagram, não teve outra alternativa a não ser incluir a cerveja na dieta. Assim, achamos um ponto de equilíbrio para que eu pudesse beber e não ganhar uns quilos a mais.

Sim, a cerveja engorda. Principalmente, porque sempre vem acompanhada de petiscos mais calóricos. Por isso, eu tenho uma quantidade máxima de ml de cerveja para tomar no final de semana. Tento seguir sempre. Mas, às vezes, confesso que passo dessa quantidade. Aí, é correr atrás do prejuízo.

Além da dieta, também faço treinos específicos para queima de gordura e ganho de massa muscular (que também ajuda a queimar calorias). Treinos também feitos por um profissional especialista na área. E aqui fica mais uma dica, não vai atrás de gurus das redes sociais que prometem algo impossível de se fazer. Procure profissionais sérios e que possam te ajudar de verdade!

Como encontrar o equilíbrio

  1. Defina sua rotina: Estabeleça um plano de exercícios que funcione para você. Seja corrida, musculação, pilates, yoga ou qualquer atividade que você goste, o importante é manter-se ativo.
  2. Moderação é a chave: Beba com moderação! Sempre que for beber, não exagere. Assim, você vai acordar disposto no dia seguinte para poder fazer qualquer atividade. O importante é saber equilibrar.
  3. Escolha a cerveja com inteligência: Todos nós temos um estilo de cerveja preferido. Você não vai deixar de tomá-lo. Mas, tente diversificar com cervejas com baixo teor alcoólico, pois, essas, têm menos calorias. As cervejas light e low carb são ideias. Sem contar a zero álcool, que também ajuda a equilibrar a dieta.
  4. Aproveite os momentos: O ato de beber cerveja pode ser uma oportunidade para socializar e relaxar. Aproveite esses momentos com amigos e família, isso também ajuda no bem-estar e na saúde mental.
  5. Hidratação é fundamental: Beba bastante água antes, durante e depois de consumir cerveja, especialmente se você treinou. Isso ajuda a manter seu corpo hidratado e a minimizar os efeitos do álcool.
  6. Aumente a intensidade dos treinos: Se você planeja beber, considere fazer um treino mais intenso para queimar essas calorias extras. Para isso, procure um profissional que indique um treino ideal para sua condição física.
  7. Ouça seu Corpo: Atenção aos sinais! Se sentir que a cerveja está afetando seu desempenho, é hora de ajustar a quantidade.

Conclusão

Tomar cerveja e praticar atividade física não são opostos. Você pode ser cervejeiro e atleta amador, uma coisa não anula a outra. Com equilíbrio e moderação, você pode desfrutar de ambos. O segredo é começar com alguma atividade! Começar é o mais difícil. Mas um dia tem que começar! E, aí…vira rotina e você vai tirar de letra. Quando assustar, a atividade física vai fazer parte da sua vida com a cerveja. E o outro segredo está em fazer escolhas conscientes que favoreçam sua saúde e bem-estar. Então, levante seu copo e celebre a vida ativa e saborosa que você merece!

Minha primeira corrida de 15 km – 16º lugar geral – Tempo: 01:23:18

Cerveja e Remédio: Uma mistura perigosa!

Uma das dúvidas mais comuns das pessoas é sobre como o álcool interage com medicamentos. Inclusive, tem até um meme que sempre circula nas rede sociais:

Pode ser alguns copos de cerveja para brindar com os amigos no bar ou só uma latinha para matar à vontade, se estiver tomando certos medicamentos, seu corpo pode ser afetado de várias maneiras.

Misturar determinados remédios com álcool significa que eles podem não funcionar tão bem. Com outros, é ainda mais perigoso já que ocorre o risco de ter uma overdose potencialmente fatal.

Porque faz mal misturar álcool com medicamentos?

A maioria dos medicamentos, assim como o álcool, é metabolizada no fígado. Desse modo, essa mistura pode demandar muito trabalho do órgão.

Misturados com o álcool, alguns remédios são mais metabolizados, o que pode significar que não chegam à corrente sanguínea numa quantidade suficiente anulando o seu efeito.

Outros medicamentos, misturados com o álcool, são menos metabolizados. Ou seja, você recebe uma dose muito maior do que a prevista, podendo levar a uma overdose.

Os efeitos do álcool, como a sonolência, também podem se somar aos efeitos similares que um medicamento pode ter.

Acima, foi pontuado o que pode acontecer, mas, se você vai ter ou não uma interação medicamentosa, e qual interação você vai ter, depende de vários fatores. Isso inclui o medicamento que você está tomando, a dose, a quantidade de álcool que você consumiu, sua idade, genética, sexo e estado geral de saúde.

Mulheres, idosos e pessoas com problemas hepáticos são mais propensas a terem uma interação medicamentosa com álcool.

Concluindo, não é indicado misturar bebidas alcoólicas com medicamentos.

Confira abaixo as principais interações entre medicamentos e a bebida alcoólica:

  • Álcool + paracetamol

Maior risco de hepatite medicamentosa, grave inflamação no fígado.

  • Álcool + dipirona

O efeito do álcool pode ser potencializado.

  • Álcool + ácido acetilsalicílico

Eleva o risco de sangramentos no estômago. O acetilsalicílico irrita a mucosa estomacal. O que seria um leve transtorno, pode ser potencializado pelo álcool.

  • Álcool + antibióticos

É possível que leve a vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória e até morte.

  • Álcool + anti-inflamatórios

Aumenta o risco de úlcera gástrica e sangramentos.

  • Álcool e antidepressivos

Aumenta as reações adversas e o efeito sedativo, além de diminuir a eficácia dos antidepressivos.

  • Álcool + calmantes (ansiolíticos)

Aumenta o efeito sedativo, o risco de coma e insuficiência respiratória.

  • Álcool + inibidores de apetite

Pode aumentar o potencial de efeitos sobre o sistema nervoso central, como tontura, vertigem, fraqueza, síncope e confusão.

  • Álcool e insulina

Pode gerar hipoglicemia, pois o álcool inibe a disponibilidade de glicose realizada pelo organismo. A alimentação deve ser bem observada, pois com o álcool, a única disponibilidade de glicose vem das refeições. Vale ressaltar que também pode causar efeito antabuse (hipersensibilidade ao álcool). Uso agudo de álcool prolonga os efeitos enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos.

  • Álcool e anticonvulsivantes

Aumenta os efeitos colaterais e o risco de intoxicação, enquanto que diminui a eficácia contra as crises de epilepsia.

Quantas horas depois de beber posso tomar remédio?

O tempo indicado para beber após tomar um remédio depende das substâncias do medicamento e do motivo da ingestão.

De acordo com a hepatologista do H9J, Dra. Marta Deguti: 

“Ao tomar um medicamento para curar uma enxaqueca, por exemplo, é recomendável esperar no mínimo 24 horas para ingerir bebidas alcoólicas. No caso de tratamento com antibióticos ou anti-inflamatórios, o tempo deve ser maior, varia de pessoa para pessoa, mas é importante perguntar ao médico”, comenta.

Conclusão

O uso de álcool durante um tratamento de saúde tem diferentes efeitos dependendo de qual medicamento é utilizado. 

Entretanto, não é indicada a ingestão de bebidas alcoólicas durante o uso de medicamentos em geral.

Respeite o seu tratamento e o tempo de prescrição do seu médico para conseguir melhores resultados e não causar prejuízos à sua saúde.

Dessa forma, durante o tratamento, opte por opções sem álcool, como cervejas sem álcool.

Aqui, eu dou diversas dicas de cerveja sem álcool

Na dúvida, sempre consulte seu médico! Ele poderá informar sobre efeitos colaterais e quanto tempo após a ingestão do remédio é possível beber sem prejuízos.

 Fontes: Portal Guia da Farmácia, G1 e Ministério da Saúde

Cerveja saudável: Unesp cria 1ª bebida com baixo teor alcoólico e isotônica do Brasil 

Produto desenvolvido durante pesquisa de doutorado é capaz de evitar a desidratação, repor nutrientes e retardar o envelhecimento de células

Pesquisadores da Unesp desenvolveram a primeira cerveja Pilsen de baixo teor alcoólico e isotônica do Brasil. A bebida saudável e puro malte pode evitar a desidratação e repor nutrientes importantes para o corpo, permitindo que ela seja indicada para consumo durante a prática de exercícios físicos. Sem exigir aumento nos custos de produção, a nova cerveja tem outra vantagem em relação aos produtos isotônicos encontrados no mercado: ela contém substâncias antioxidantes naturais com potencial de retardar o envelhecimento das células. Mais de 120 litros da bebida já foram produzidos e, nos testes realizados com voluntários, a novidade teve a mesma aceitação de produtos já consolidados.

A nova bebida, que foi patenteada pela Agência Unesp de Inovação (AUIN), é simples, barata e viável de ser fabricada por qualquer cervejaria que tenha uma estrutura tradicional, sem a necessidade de investimentos extras. A cerveja saudável foi desenvolvida por Deborah Oliveira De Fusco, durante seu doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFar) da Unesp, em Araraquara. Ela explica que os ingredientes da receita (malte, lúpulo, levedura, água, sódio e potássio) passam pelo mesmo processo de fabricação das cervejas alcoólicas, mas a diferença é que sua fermentação é interrompida no segundo dia após a adição das leveduras, o que controla o teor alcoólico, deixando-o em torno de 0,2%.

Amostra da cerveja produzida pelos cientistas da Unesp. Foto: Deborah Oliveira De Fusco

Para que a bebida também fosse caracterizada como isotônica, em atendimento à resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os cientistas adicionaram sódio e potássio ao final do processo de maturação. Com isso, segundo os especialistas, a bebida também pode ser indicada para atividades físicas que duram mais de uma hora, já que nesses casos tomar apenas água já não é mais suficiente para hidratar o atleta, tornando necessária a suplementação. “Muitos produtos isotônicos que estão no mercado contam com adição de várias substâncias artificiais, como corantes e conservantes, por exemplo. Pessoas que buscam um estilo de vida mais natural não querem consumir esse tipo de bebida”, lembra o professor Gustavo Henrique de Almeida Teixeira, docente da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal, e orientador do estudo que resultou na nova cerveja.

Vários testes, avaliações de qualidade e análises sensoriais foram desenvolvidos ao longo de quase quatro anos de pesquisa. Em uma dessas etapas, 115 voluntários, envolvendo desde consumidores de cerveja até possíveis compradores do produto, participaram dos testes sensoriais. Sem contato entre os participantes, as avaliações foram realizadas em ambientes controlados e isolados. Além da cerveja produzida na Unesp, os provadores beberam outras duas cervejas sem álcool das marcas mais vendidas no Estado de São Paulo e, após as degustações, anotaram suas opiniões em formulários. Foram avaliados tanto os aspectos visuais quanto os de sabor. “O resultado da análise sensorial foi extremamente satisfatório, pois os consumidores não mostraram preferência por nenhuma das bebidas, indicando que nós atingimos um bom nível de aceitação de sabor “, ressalta o professor Gustavo.

Os testes também revelaram que a adição de sódio e potássio na fórmula da bebida não influenciou o paladar dos voluntários:  “A Pilsen já é uma cerveja que o brasileiro aceita e conhece muito bem, porém os integrantes dos testes não identificaram que uma daquelas cervejas era isotônica. Então, a adição dos sais não prejudicou o sabor, o que foi um grande desafio, já que quanto menos álcool a cerveja tem, maior é a dificuldade de torná-la saborosa”, comemora Deborah. 

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Nova cerveja desenvolvida na Unesp poderá auxiliar na hidratação e na reposição de nutrientes de quem pratica atividades físicas. Foto: Canva

Dentre os muitos segmentos da indústria cervejeira, o mercado da bebida “sem álcool” tem crescido nos últimos anos, principalmente devido às restrições estabelecidas pelas leis de trânsito e à busca por um estilo de vida mais saudável. Deborah, que fez parte de sua pesquisa na Itália, conta que o consumo de cerveja sem álcool vem aumentando na Europa e nos Estados Unidos e isso também vem ocorrendo no Brasil. “Na Europa, por exemplo, é comum atletas terem o hábito de tomar cerveja sem álcool depois da prática de atividades físicas. Existem vários produtos deste tipo. As pessoas estão mais conscientes do risco do álcool e buscando um estilo de vida saudável. Em países como a Espanha e os Estados Unidos, o segmento já é reconhecido e consolidado, representando até 18% do mercado total de cerveja. Entre 2011 e 2016, houve crescimento de 20% nesse mercado mundial e há previsão de que este ano cresça mais 24%”, relata a pesquisadora.

Financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o desenvolvimento da inovação contou com o apoio do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, em São José do Rio Preto, e da Faculdade de Tecnologia de Jaboticabal. Agora, os pesquisadores buscam empresas interessadas na produção da cerveja em larga escala. “Há muitas dificuldades, mas acreditamos que seja possível. A qualidade do segmento de cerveja sem álcool no Brasil vem melhorando”, afirma o professor Gustavo. “Temos condições de desenvolver dentro do país uma cerveja de baixo teor alcoólico e isotônica de qualidade, sem precisar adaptar nenhum tipo de instalação”, conclui a pesquisadora.

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Imagem mostra a preparação de fermento para a produção da cerveja. Foto: Deborah Oliveira De Fusco

Legislação – No Brasil, desde 2016 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu que cervejas denominadas “sem álcool” sejam rotuladas nestes termos, já que elas podem conter até 0,5% de teor alcoólico. A justiça considerou que o consumidor estaria sendo enganado e a denominação poderia colocar em risco pessoas que tomam medicamentos e não podem consumir esse tipo de bebida. 

Sobre a AUIN – A Agência Unesp de Inovação realiza estudos de viabilidade das invenções dos pesquisadores da Universidade, atua na proteção do patrimônio intelectual e nos trâmites necessários para gestão de patentes. Assim, o órgão é responsável por negociar parcerias e transferir tecnologia da universidade para os setores empresariais e sociais por meio de licenciamentos.

A AUIN também incentiva e apoia o empreendedorismo universitário, estimulando a criação de novos os negócios, empresas filhas, startups e spin-offs, além de produtos, serviços e soluções que em seu processo de construção e execução possam beneficiar tanto a Unesp como a sociedade. Se você deseja comunicar sua invenção e solicitar um pedido de patente, bem como conhecer todos os detalhes sobre o trabalho da Agência, acesse o site da entidade clicando neste link.


Por Eduardo Sotto Mayor, da Fontes Comunicação Científica, para a Agência Unesp de Inovação