Escola Cervejeira Americana: Tudo que você precisa saber!

Neste post, vamos aprender um pouco mais sobre a mais recente escola cervejeira: a Escola Americana.

A coragem de recriar fazem dos americanos uns inovadores. Foi assim que surgiu a Escola Cervejeira Americana, incorporando todas as outra três escolas cervejeiras (Alemã, Inglesa e Belga) em uma completamente nova. Ou seja, essa escola traz novas versões de estilos clássicos já conhecidos mundialmente e criaram o estilo próprio.

Essa escola é marcada por intensidade e exageros. Sendo assim, suas cervejas são mais amargas, mais alcoólicas, mais encorpadas e mais robustas, resultando em cervejas mais extremas.

Um pouco de história

A cerveja já estava na América do Norte muito antes daquela terra ser colonizada. Até o século XVI, quando o continente americano estava sendo colonizado pelos europeus, as tribos nativas da América do Norte já produziam uma bebida fermentada com ingredientes nativos, principalmente utilizando milho. Com a chegada de imigrantes alemães e ingleses, levaram junto suas culturas cervejeiras.

O Reino Unido veio a estabelecer o embrião do que viria a ser os Estados Unidos com suas 13 colônias. A partir deste momento, a influência da cultura cervejeira britânica se espalhou pela colônia, com várias novas cervejarias acompanhando sua expansão territorial e posterior transformação em um país independente.

Patrick Henry, Thomas Jefferson, Samuel Adams e James Madison promoveram vigorosamente a indústria cervejeira nas colônias. George Washington operava uma pequena cervejaria em Mount Vernon. E durante a Guerra Revolucionária, ele garantiu que suas tropas recebessem um litro de cerveja por dia. (Bibliografia: Beer Institute – Beer & American History). 

Mas, nem tudo são flores. Desde sempre, a cerveja nos Estados Unidos enfrenta obstáculos.

lei seca

Em 1920, buscando efetivar medidas contra o abuso do álcool, foi estabelecida a Lei Seca (“Prohibition”) que perdurou até o ano de 1933, que proibia a fabricação, transporte e venda de bebida alcóolica em todo território Americano. Nesse período, os EUA tinham algo em torno de 4.000 micro cervejarias. Somente no ano de 2015 é que os EUA alcançaram novamente as 4 mil cervejarias . Muitas cervejarias, principalmente as pequenas, fecharam as portas, e outras tiveram que se adaptar e fabricar outras bebidas que não fossem alcoólicas, como cerveja sem álcool, sucos e refrigerantes. Além disso, milhares de litros de cerveja foram confiscados e jogados fora.

Houve aumento da corrupção, da criminalidade e o enriquecimento das máfias que passaram a dominar o contrabando de bebidas alcoólicas, principalmente liderados por Al Capone, e surgiram diversos bares clandestinos que ficavam localizados nos subterrâneos das cidades americanas.

Essa lei durou por 13 anos. Assim que retiraram a lei, as cervejarias começaram a ressurgir. Porém, nessa época, quando a lei acabou, as pequenas cervejarias que conseguiram sobreviver se viram em desvantagens com grandes cervejarias, como a Budweiser e a Pabst, que cresceram muito em pouco tempo, passando a se tornarem gigantes do mercado. (Bibliografia:  Economic History Association – A Concise History of America’s Brewing Industry)

Naquela época, os EUA viviam em recessão econômica, por isso a indústria cervejeira sofreu uma transformação e se viu obrigada a produzir cerveja com o menor custo possível, e passaram a usar matérias primas mais baratas, como o arroz e o milho e diminuíram o lúpulo. O resultado foi uma cerveja mais pálida e com pouco aroma, assim, surgiram a Standard American Lager e Light Lager, que são muito conhecidas por nós. Por aqui, elas são vendidas como “Pilsen” pelas cervejarias de massa. As grandes cervejarias dominavam o mercado com apenas esses estilo de cerveja.

Nos anos 60, grupos de cervejeiros caseiros começaram um movimento, o “Craft Brewing” (fabricação caseira) que se espalhou pelo país inteiro, indo no caminho contrário das grandes cervejarias que fabricavam apenas um único estilo. A prática da produção de cerveja em casa, proibida desde a Lei Seca, foi liberada novamente, em 1979, e os cervejeiros passaram a diversificar os estilos.

Assim, foi o início da Revolução das Cervejas Artesanais que trouxe os EUA de volta ao seu lugar entre as grandes nações cervejeiras. E algumas das características desta revolução, como o uso de insumos locais e o desejo constante dos norte-americanos de fazer tudo sempre maior, mais extremo e mais inovador do que já existe, deram origem a novos estilos de cerveja e trouxeram à tona práticas tradicionais pouco difundidas até então.

Em 2020, os EUA atingiu o recorde histórico com 8.764 cervejarias artesanais, sendo 1.854 microcervejarias, 3.219 brewpubs, 3.471 taproons e 220 cervejarias artesanais regionais. (Dados divulgados pela Brewers Association – BA, que representa as cervejarias artesanais nos Estados Unidos).

Mesmo sendo recente, a relação entre os Estados Unidos e a cerveja tem muita história.

cervejas americanas

Características principais da Escola Americana

Os americanos são conhecidos por gostar de tudo exagerado e não seria diferente com as cervejas. As principais características dessa escola é o exagero e a inovação. A Escola Americana faz uma releitura de estilos clássicos existentes, ou seja, refaz estilos de cervejas das outras escolas de forma criativa, inovadora e exagerada!

Pelo lado inovador, eles não têm medo de ousar incluindo ingredientes diferentes em suas cervejas como o uso de abóbora para fazer as Pumpkin Ale, uso de muitas frutas para fazer American Sour. Já o lado exagerado, refere-se ao exagero no uso dos ingredientes, como o uso de muito malte ou de muito lúpulo, resultando em cervejas mais amargas, mais alcoólicas, mais encorpadas e mais robustas.

lupulo

Um exemplo dessa inovação e exagero foi a reinvenção da IPA (original da Escola Inglesa), criando a American IPA, que é uma IPA com mais lúpulo, mais amargas, e a Imperial IPA ou Double IPA, uma IPA ainda mais alcoólicas, com muito mais malte, muito mais lúpulo, mais amarga, e claro, mais aromáticas que a IPA clássica.

O grande protagonista da Escola Americana é o lúpulo. Os lúpulos tipicamente americanos trazem um perfil sensorial mais cítrico, frutado e resinoso. Porém, eles contam com uma enorme variedade de lúpulo, fazendo com que surjam diferentes estilos baseados nessa variedade como a já citada Double IPA e a New England IPA.

Na contramão, também surgem estilos mais minimalistas desses estilos, com as versões Sessions. Da mesma forma que trazem versões muito potentes, eles trazem versões menos potentes.

Alguns estilos da Escola Americana

American Lager:  São cervejas neutras, refrescantes e muito carbonatadas, leves no corpo e no sabor. Além disso, possuem sabor sutil, sem nenhum ingrediente que domine, com um suave dulçor residual do malte. 

American IPA: A diferença dela para a IPA inglesa está entre os lúpulos usados. Com o uso dos lúpulos americanos, a American IPA carrega aromas e sabores cítricos e frutados.  Seu amargor varia de médio a muito alto.

Imperial IPA ou Double IPA:  é uma cerveja com um teor alcoólico mais alto, mais amargor e mais lúpulo do que a IPA tradicional.

California Common: Uma cerveja leve, frutada, com um maltado expressivo e granulado, com interessantes sabores tostados e de caramelo, e apresentando características rústicas e tradicionais dos lúpulos americanos.

Black IPA: é uma cerveja escura. Ela é uma combinação de características de uma IPA com elementos de cervejas escuras, como as Stouts e Porters. Diferente das Stouts, as cervejas Black IPA não devem apresentar caráter torrado, defumado ou queimado. No aroma e sabor ficam evidentes os lúpulos, normalmente com notas cítricas, frutadas ou resinosas, e o amargor é de médio a alto.

Cream Ale:  é uma cerveja clara, leve, refrescante e de alta carbonatação. Tem um sabor suave e equilibrado, com notas de malte e lúpulo. 

Wheat Wine: inspirado nas Barleywine mas que se diferenciam por um alto uso de trigo na receita. A quantidade de trigo usado na receita pode superar os 50% dos grãos usados.

Hop Weizen: Uma variação de cerveja de trigo com uma carga maior de lúpulo tanto no aroma quanto no amargor. Podemos falar que é uma IPA de trigo. Resumindo, é uma cerveja de trigo com características de cravo e banana, e com um aroma cítrico de maracujá. É uma versão da cerveja de trigo Weissbier, mas com maior adição de lúpulo. 

Dica Mineira de cervejas que seguem estilos da Escola Americana:

Fake IPA – Session IPA – Prussia Bier
American Pale Ale – Cervejaria Slod
American Brown Ale – Cervejaria Albanos
Surf Läut – American IPA – Cervejaria Läut
Ignorância – Double IPA – Krugbier

Assim, chegamos ao fim dos posts sobre escolas cervejeiras. Espero que tenha gostado! Até o próximo tema.

Clique aqui para ler sobre as demais Escolas Cervejeiras !

Escola Inglesa cervejeira: tudo que você precisa saber

A escola cervejeira inglesa é conhecida por suas cervejas tradicionais e históricas. Portanto, hoje, vamos explorar suas principais características e curiosidades!

Não tem como começar a falar da Escola Inglesa sem falar de história, que se confunde com curiosidades que podem ser associadas, facilmente, ao mundo cervejeiro. IPA, PINT e PUBs, são só algumas palavras que fazem parte do mundo cervejeiro e que surgiram com essa escola.

UM POUCO DE HISTÓRIA e CURIOSIDADES DA ESCOLA INGLESA

A história indica que a cerveja já era produzida nas ilhas britânicas em 55 a.C., quando o general romano Júlio César, comandou a primeira invasão à Inglaterra. Na ocasião, avistou povos da tribo que consumiam uma bebida alcoólica fermentada, feita a partir de grãos (a cerveja da época).

A Escola Inglesa  é a que mais se transformou entre as três escolas cervejeiras clássicas. Teve uma determinada época, que se consumia o hidromel (obtido da fermentação do mel). Em seguida, houve uma evolução para a fermentação também do malte de cevada, produzindo uma bebida forte, doce e alcoólica. O lúpulo começou a ser usado por volta do século XV.

Com a introdução do lúpulo para ser usado como conservante, os ingleses passaram a gostar do amargor, assim, mudaram completamente o conceito de suas Ales. De doces passaram a ser cada vez mais amargas. Assim, surgiu a IPA. Naquela época, passou-se a chamar as lupuladas de Beer e as menos amargas de Ale.

As primeiras menções históricas à cerveja Porter remontam ao início do século XVIII, na Inglaterra. Existem algumas teorias divergentes sobre a sua origem, porém o fato é que essas cervejas mais escuras e de perfil torrado faziam sucesso entre os clientes dos pubs e, mais notoriamente, entre os trabalhadores que transportavam cargas nos mercados locais e nos portos, chamados popularmente de Porters, com isso, ela foi denominada estilo Porter.

Outro momento marcante (meados do século XX), foi quando grandes cervejarias apareceram com suas Lagers em massa, querendo dominar o mundo e desaparecendo com as cervejas fortes. No final da década de 70, consumidores revoltados com o desaparecimento do jeito inglês de fazer cerveja, criaram o CAMRA (Campanha pela Cerveja de Verdade – Campaign for Real Ale). Essa associação foi responsável pelo resgate de estilos e da cultura dos pubs e dos pequenos cervejeiros.

E deu certo! Hoje, mesmo as Lagers sendo as mais consumidas no mundo, os ingleses continuam fiéis às Ales.

Percebe quanta história faz parte dessa escola? Sem esquecer dos famosos pubs. A cultura do pub é intrínseca à escola cervejeira inglesa. Muitas cervejas são feitas para serem apreciadas direto do barril, nos tradicionais pubs ingleses. Uma curiosidade sobre isso: No final dos anos 80, 75% das cervejas inglesas eram vendidas nas torneiras dos pubs ingleses. Isso porque as seis principais cervejarias do Reino Unido, as chamadas Big Six, também detinham 75% dos pubs do país. 

Por falar em pub, o copo Pint é criação e um símbolo da cultura de pubs no Reino Unido. Ele foi criado para padronizar o volume de cerveja servido nos pubs ingleses, garantindo que os clientes recebessem a quantidade certa.

O nome “pint” vem da medida de volume britânica, equivalente a 568 ml, nos Estados Unidos, essa medida é de 473ml (medida do nosso latão). Existem variações do copo pint, como o “nonic pint”, que tem uma saliência na parte superior para facilitar o empilhamento e evitar quebrar as bordas. E o Half Pint (o meu preferido), é o que cabe a metade da medida do pint, normalmente, 285ml (na figura ao lado, a medida está errada).

cervejas-inglesas

As cervejas da Escola Britânica são basicamente formadas por cervejas Ales (alta fermentação).

Estão inclusas nessa escola os seguintes países: Inglaterra, Irlanda do Norte e a Escócia

CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA  INGLESA

Então, como vimos, a Escola Inglesa possui fases distintas refletindo assim em seus estilos. Algumas têm características adocicadas, outras são equilibradas, outras são mais alcoólicas e algumas um pouco mais amargas. Têm para todos os gostos!

Suas cervejas têm características variadas, mas, em geral, o destaque fica por conta da doçura dos maltes que, junto com os lúpulos ingleses, trazem características herbais e terrosas, e equilibram as cervejas. A maioria é de cor escura.

Eu gosto muito dessa escola, principalmente quando o destaque é para o maltado. E para quem já me conhece, meu estilo de cerveja favorito é a Porter/Stout!

Alguns estilos da Escola Cervejeira Inlgesa

ENGLISH PALE ALE– Ale de cor âmbar, frutada, caracterizada pelo equilíbrio entre o malte e o lúpulo, resultando em um sabor amargo e notas de malte. Existem outras duas variações: Best Bitter – que indica uma cerveja do mesmo tipo mas com uma gradação alcoólica com cerca de 4,5%, e a Extra Special Bitter (ESB) chegando até os 5,5%.

INDIA PALE ALE – surgiu da necessidade de transportar cerveja da Inglaterra à Índia, que no século XVIII era colônia britânica. Como ainda não existiam tecnologias modernas de refrigeração, e para que os ingleses que serviam na Índia não ficassem sem opção de cerveja, os cervejeiros britânicos buscaram uma solução: passaram a aumentar a quantidade de lúpulos em suas produções. Este aumento, aliado ao teor alcoólico mais elevado e menos açúcar residual, atuavam como conservantes nas cervejas, assim conseguiam transportá-la. Essa é uma das histórias que explica o surgimento da IPA.

IPAs inglesas têm uma cor dourada/âmbar profunda e são conhecidas por apresentarem sabor bastante equilibrado. Geralmente, elas têm um forte caráter maltado, com sabores dominantes de biscoito e caramelo, que são derivados dos tradicionais maltes ingleses. Os lúpulos britânicos usados em IPAs, da tradição inglesa, contribuem com sabores que remetem a ervas e possuem um caráter mais terroso, que ajudam a equilibrar a doçura do malte. 

Porém, a maior parte das IPAs consumidas atualmente são inspiradas em IPAs americanas. Em geral, elas são cervejas lupuladas de forma mais agressiva do que as IPAs inglesas e com lúpulos com maior potencial de amargor. 

BROWN ALE – A principal característica dela é o malte, que é o ingrediente predominante. A Brown Ale é uma cerveja maltada, com coloração âmbar escuro ou marrom. Tem nuances de caramelo e castanha.

PORTER – De coloração marrom-escuro, com aromas e sabores predominantemente maltados, remetendo ao toffee, chocolate e torrefação. Tem um médio amargor.

STOUT – Antigamente esse nome Stout indicava a cerveja mais alcóolica da gama do produtor. Destaque pelo uso de grãos torrados, o que aumenta o amargor e reforça o sabor do café. Existem vários tipos de Stout:  Oatmeal Stout, produzida com aveia; a Sweet Stout, produzidas com aditivos como açúcar, lactose e/ou chocolate; e a Russian Imperial Stout, mais intensas em corpo, amargor e teor alcoólico; Chocolate/Coffe Stout é uma Stout adocicadas com doces e chocolates; e a Dry Stout ou Irish Stout, tem um sabor marcante e tostado, baixo corpo e paladar seco, representado pela famosa Guinness. Existem versões mais alcoólicas chamadas Extra Stout.

OLD ALE – Cor escura, corpo cheio e grau alcoólico elevado, aromas de frutas vermelhas secas. Na garrafa pode envelhecer.

BARLEY WINE – O “Vinho de Cevada” é uma cerveja complexa, caracterizada por uma alta gradação alcoólica, gosto maltado, frutado e geralmente lembra o vinho. Geralmente de cor âmbar-escuro.

MIILD ALE: Leve e maltada, com baixo teor alcoólico.

SCOTCH ALES – Têm característica maltadas e adocicadas. São as cervejas escocesas de maior teor alcoólico, com sabor muito maltado e caramelado, de pouco amargor.

Dica de Cerveja Mineira com estilo inglês

– English Pale Ale: Blimey da Cervejaria Läut
– Porter: Porter Berry da Cervejaria Capapreta
– Dry Stout: Stout Cacau da Cervejaria Slod
– Russian Imperial Stout: Remorso Krugbier
– IPA: English IPA da Prussia Bier

Escola Cervejeira Alemã: Tudo que você precisa saber!

A Escola Alemã de cerveja é conhecida por sua tradição e qualidade. Ela pode ser chamada tanto de Escola Alemã quanto de Escola Germânica, por abranger a Alemanha, a Áustria e a República Tcheca, que faziam parte do Império Germânico.

Essa escola é marcada pelas cervejas lagers, pela forte presença de cervejarias locais e pela Lei da Pureza da cerveja.

Criadores das Lagers

Foi nessa região que se descobriu, por volta do século XV, a tão famosa cerveja Lager. Feita por meio do processo de baixa fermentação, esse tipo de cerveja surgiu pela necessidade de resfriar a cerveja como forma de mantê-la fresca, já que, naquela época, não existia geladeira e, durante o verão o processo de fermentação se tornava incontrolável.

Para não sofrer com o aumento de temperatura, a bebida era então armazenada em cavernas, que se transformavam em adegas naturais, frias e úmidas, com isso surgiu um novo jeito de se fazer cerveja, denominado na época de “Lagern”, que significa “armazenar” em alemão.

Hoje, a Lager (que é um método de produção de cerveja) é a família de cerveja mais consumida no planeta, puxada pela Pilsen, que surgiu na cidade de Pilsen, na República Tcheca, com a criação da cerveja Pilsner Urquell.

Apesar da grande maioria dos estilos da Escola Alemã serem Lager, um dos estilos mais famosos dessa escola é a Weizenbier, uma Ale, que é outra forma de produção de cerveja, diferente da Lager.

Lei da Pureza Alemã

Em 1516, um decreto foi assinado pelos duques bávaros Wilhelm IV (popularmente conhecido como Guilherme IV) e Ludwig X (também conhecido como Ludovico X), onde determinaram a utilização única e exclusiva de cevada (malte), água e lúpulo para produzir as cervejas. Na época, a levedura não tinha sido descoberta.

Essa lei ficou conhecida como “Reinheitsgebot” (“Reinheit” = “pureza” e “Gebot” = “mandamento”), ou seja, Lei da Pureza, que é vista como um selo de qualidade por todo o mundo.

Algumas cervejarias ainda respeitam essa lei, mesmo ela não sendo obrigatória mais.

Clique aqui para saber mais sobre a Lei da Pureza!

Características principais da Escola Alemã

Uma das principais caraterísticas das cervejas dessa escola é o equilíbrio entre os ingredientes. Seu perfil sensorial é comportado. O malte aparece mais, os lúpulos nobres aparecem, mas é bem limpo. Além disso, as leveduras são mais discretas, exceto nas cervejas de trigo (Weizenbier).

Curiosidades

  • O regionalismo é muito forte na Escola Alemã. Cada região, cidade ou estado tem uma característica específica e uma particularidade nos seus estilos cervejeiros. Isso também faz com que determinados estilos sejam característicos de regiões específicas. Como na cidade de Colonia, tem a Kölsch (que significa Colônia em alemão), em Düsseldorf tem a Altibier (significa “cerveja velha”). Esse regionalismo aumenta a rivalidade entre regiões. Dizem que você não acha Altbier em Colônia e não acha Kölsch em Düsseldorf.
  • A cervejaria mais antiga do mundo que ainda está em funcionamento é a Weihenstephan Brewery, localizada na cidade de Freising, na Alemanha. A cervejaria foi fundada em 1040 por monges beneditinos.

Então, se você curte cervejas mais tradicionais, sem muita firula, aposte nos estilos da Escola Alemã.

Principais estilos da escola

Os três primeiros estilos são os que você mais encontra nas cervejarias da Alemanha. Quando estive por lá, percebi que a maioria das cervejarias que servem a própria cerveja, têm sempre esses três estilos.

MUNICH HELLES – uma cerveja refrescante e leve. A Munich Helles é uma Lager que apresenta coloração entre amarela e dourada. Seus aromas devem ser de grãos e panificação e apresentar um leve amargor do lúpulo que equilibra com o dulçor do malte. Exemplo: Spaten

DUNKEL – Cor escura, sabor adocicado e maltado, com aroma de café, chocolate, toffee, nozes, caramelo e pão tostado. Teor alcoólico baixo.

WEIZEN OU WEISSBIER – São as típicas cervejas de trigo. Graduação alcoólica moderada com o amargor leve ou inexistente. Aroma frutado, geralmente de banana e temperos como o cravo. Existem também as Weizenbock ou Weizendunkel, com uma coloração mais escura e graduação alcoólica elevada.

PILSEN:  São douradas, translúcidas e leves. Possui aroma do malte com um toque floral proveniente do lúpulo, sabor adocicado do malte combinado com um amargor sutil do lúpulo. Tem baixo teor alcoólico. O equilíbrio pode mudar de levemente maltada até levemente amarga, porém é muito próxima do centro.

MARZEN ou OKTOBERFESTBIER – A principal cerveja da Oktoberfest na Alemanha. Tem a cor âmbar, com aroma de malte e amargor moderado. É uma cerveja encorpada, com um corpo médio e uma textura suave e cremosa.

BOCK – Cerveja escura, pouco amarga, com sabor adocicado, com notas de chocolate, caramelo, toffee e tostado. Sua gradação alcoólica varia entre 6,5%- 7%.

VIENNA – Coloração avermelhada. Com notas aromáticas de tostado e maltado. Sabor suave e adocicado, com malte levemente tostado e amargor de lúpulo.

KÖLSCH – estilo de cerveja clara, leve, seca e de sabor equilibrado, com notas frutadas e amargor leve de lúpulo.

Alguns exemplos de cervejas mineiras com estilos da Escola Alemã:

Hefe Weizen (Trigo): Prussia Bier
German Pils – Krugbier
Kölsh – Cerveja Confrades
Vienna – Artesamalt
Dunkel – Cervejaria Antuérpia

Tudo que você precisa saber sobre Escolas Cervejeiras

escolas cervejeiras

Para quem está começando a entrar no mundo cervejeiro é importante saber que existem Escolas Cervejeiras. Depois que você entender cada uma delas, conseguirá distinguir mais facilmente os estilos e até mesmo qual escola cada estilo segue.

Algumas regiões foram pioneiras na criação de determinados estilos de cerveja e se tornaram referência para o mundo. Elas criaram estilos de cervejas com características e personalidades próprias, ditaram regras, desenvolveram técnicas de produção, processos e fórmulas para que os principais e mais conhecidos tipos de cervejas fossem criados e apreciados até hoje.

Devido a todos esses fatores, essas regiões passaram a ser consideradas como escolas para o resto do mundo, formando assim as Escolas Cervejeiras.

Resumindo, podemos dizer que baseada em tradição e inovação, a Escola Cervejeira representa a história e a cultura da produção de cervejas de determinadas regiões.

Historicamente, são consideradas Escolas Cervejeiras a Escola Alemã ou Germânica, que inclui Alemanha, República Tcheca, Eslováquia, Áustria e Polônia; a Escola Britânica ou Escola Inglesa, que inclui a Inglaterra, Escócia e Irlanda; e a Escola Belga ou Franco-Belga, que engloba a Bélgica, Holanda e parte da França. Cada uma desenvolveu sua forma de fazer cerveja e criou seus próprios estilos. Essas três são escolas milenares.

Agora, falando em algo mais recente, nos anos 70, surgiu a Escola Americana. Muitos torcem o nariz e dizem que não é uma escola, pois eles não criaram estilos totalmente novos, apenas adaptaram os estilos já existentes e deram a “cara deles”. Mas, outros dizem que, sim, eles são considerados escola já que usaram como base os estilos já existentes e potencializaram a suas fórmulas, dando uma característica, uma personalidade, peculiar daquele país. Portanto, a Escola Americana, passou a ser incluída na seleta lista de Escolas Cervejeiras.

ecolas cervejeiras 2

Ainda têm países que estão procurando se estabelecer e ser reconhecido como escola, que é o caso do Brasil. Alguns defendem que o Brasil deveria ser considerado uma escola pela criatividade e inovação das cervejarias brasileiras. A adição de frutas e outros ingredientes inusitados são nossos principais destaque, mas, ainda não somos considerados uma Escola. Seguimos na luta!

Nos próximos posts, falarei sobre cada escola e suas características.

Espero que tenha aprendido mais um pouco.

Até breve!

Escolas cervejeiras: Escola Franco-Belga

Agora, vamos aprender um pouco mais sobre a Escola Franco- Belga, em que a maioria chama apenas de Escola Belga. 

Um pouco de história

Durante o Império Romano, na região conhecida como Gália, atualmente França e Bélgica, os habitantes da região já produziam sua própria cerveja, que já era bem diferente das cervejas mais consumidas pelos romanos. 

As cervejas ainda eram produzidas domesticamente. E, com a queda do Império Romano e a ascensão da Igreja, começaram a surgir monastérios por todas as regiões. Estes monastérios foram construídos com cervejarias, que tinha como finalidade atender os próprios monges e também a população local.  (A History of Beer and Brewing  – Ian Spencer Hornsey).

Como aquela região não pertencia ao Império Germânico, seus cervejeiros já tinham o costume de inovar nas receitas e não eram obrigados a fazer uma cerveja que seguia a Lei da Pureza Alemã (onde só podia ter água, malte, levedura e lúpulo). Com isso, ao longo dos anos os monges aprimoraram suas técnicas e faziam cervejas rebuscadas, complexas em questão de aroma, sabor e teor alcoólico. As cervejas podiam ser feitas com cereais, frutas, mel, e outros temperos. A criatividade podia ser usada.

A tradição cervejeira naquela região surgiu quando os monges produziam cervejas para dar de beber aos viajantes, pois a água era imprópria para consumo, o que tornava o processo de fabricação da cerveja perfeito para garantir a qualidade da bebida. Também por ser uma bebida altamente nutritiva, era considerada a bebida dos monges. Nos tempos em que eles tinham que fazer jejum, as cervejas mais encorpadas eram fundamentais e serviam como alimentação deles.

Abadia x Trapista

Rochefort (Abbaye Notre Dame de Saint-Remy in Rochefort)

As cervejas trapistas são cervejas feitas de acordo com as premissas religiosas dos monges beneditinos da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, uma congregação católica que obedece à Regra de São Bento – mais conhecida como Ordem Trapista. Em resumo, essa ordem pregava (e ainda prega) uma vida voltada à obediência, ao silêncio e à renúncia, tendo como lema ora et labora (“reza e trabalha”). 

Durante a metade do século XX, as cervejas produzidas pelos monges trapistas começaram a inspirar outros produtores mundo afora. Ao replicar as receitas dos trapistas, esses outros produtores passaram a usar o termo “cerveja estilo trapista” ou “tipo trapista” nos rótulos, mesmo sem nenhum vínculo com a Ordem.

Para que isso não ocorrese mais, em 1962, uma lei da Câmara Belga do Comércio decretou que cerveja trapista seria somente aquela que é produzida por monges cistercienses, e não uma cerveja no estilo trapista. Estas últimas deveriam ser denominadas “Cerveja de Abadia”.

Sendo assim, podemos dizer que:

  • Trapista não é um estilo, e sim uma denominação controlada de origem.
  • Para ser considerada Trapista, a cerveja precisa ser fabricada em um dos mosteiros da Ordem Trapista, seguindo estritamente determinados preceitos como: a cerveja deve ser fabricada dentro das paredes do mosteiro trapista pelos próprios monges ou sob a sua supervisão; a cervejaria deve ser subordinada ao mosteiro e deve ter uma cultura empresarial condizente ao projeto de vida monástica; a cervejaria é quase filantrópica, sem fins lucrativos. Os recursos são para o sustento dos monges e para a preservação da abadia. O dinheiro que sobra é usado para causas sociais ou doado para pessoas carentes. A cerveja trapista é de uma qualidade impecável, que é controlada permanentemente. Há um selo de denominação de origem, para fins de identificação.
  • Cervejas que não são fabricadas nos mosteiros da Ordem Trapista, mas seguem os métodos de fabricação similares e acompanham a linha de estilos considerados, são denominadas Cervejas de Abadia. Podem inclusive conter tal designação no rótulo.
  • Toda cerveja Trapista é de Abadia, mas nem toda cerveja de Abadia é Trapista.

Existem mais de 170 mosteiros trapistas no mundo, porém, apenas 11 deles têm o certificado da autêntica cerveja trapista e podem chamar sua cerveja de Trapista.

Uma curiosidade é que a La Trappe, umas das mais tradicionais cerveja Trapistas é conhecida tanto por ser da Escola Belga, que muitos acham que ela fica na Bélgica. Mas, ela fica na Holanda! 

Os onze monastérios estão assim distribuídos:

  • seis na Bélgica: Rochefort (Namur), Achel, Orval, Westmalle, Vleteren Oester (Westvleteren, Chimay; sendo as principais cervejas Dubbel, Tripel, Quadrupel, Belgian Ale,
  • dois na Holanda – Abadia de Koningshoeven – cerveja La Trappe, Abdij Maria Toevlucht (em Klein-Zundert)
  • uma na Áustria – Engelszell
  • uma na Itália – Abadia das Três Fontes (Roma)
  • uma na Inglaterra – Mount St Bernard Abbey (Tynt Meadow)
  • uma nos Estados Unidos – St. Joseph’s Abbey (Spencer- Massachusetts) – Única fora da Europa.

Bélgica: Uma história a parte

Estão inclusos os seguintes países na Escola Franco-Belga: Bélgica, Norte da França e Holanda.

Mesmo em um território tão pequeno, a Bélgica se destaca dentre os três países, reconhecida como o “paraíso cervejeiro”. Talvez, por isso, denominem apenas como Escola Belga. São mais de mil cervejarias espalhadas por todo o país – muitas delas com centenas de anos de existência. Por lá, a cerveja é tão levada a sério que, a maioria das cervejarias só servem as cervejas no copo da própria cervejaria da qual você pediu. Por exemplo, se você pedir uma cerveja da Orval, se não tiver o copo da Orval disponível naquele momento, eles não te servem a cerveja. Você tem que escolher outra cerveja que tiver com o copo disponível. Para eles, cerveja é uma tradição, tanto que a Unesco declarou a cultura cervejeira belga como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Uma cervejaria belga famosa é a Delirium, famosa cerveja do elefantinho cor de rosa. O bar da cervejaria, o Delirium Café, que fica em Bruxelas, conta com uma carta com mais de dois mil rótulos de cervejas. Por isso, ele foi parar no “Guinness Book of Records” como o bar com mais cervejas do mundo. 

cervejas belgas

CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA FRANCO-BELGA

O destaque dessa escola é a criatividade. Produzem estilos diferentes de cervejas especiais, como as fermentadas em barris de carvalho, as feitas com várias especiarias frutas, sementes, flores e leveduras selvagens. Além disso, existe, ainda cervejas feitas pelo método de champenoise e até algumas parecidas com vinho.

Totalmente diferente da Escola Alemã, que não permite sair do comum.

O maior segredo das belgas é a levedura, que são responsáveis pelos distintos sabores e aromas das cervejas. 

Características principais: O adocicado é o que mais se destaca nas cervejas dessa escola. Elas costumam ser mais encorpadas, super aromáticas, têm sabores complexos e com toque de frutas ou especiarias. Geralmente, são mais maltadas e alcoólicas. Devem ser tomadas devagar para a percepção do sofisticado e complexo sabores. 

Devido à essa complexidade, na maioria das vezes, eu não consigo tomar aos montes dessas cervejas. Mas, eu adoro!

Então, se você é desses, que gosta de experimentar o diferente, gosta de diversificar, de descobrir novas sensações, aposte nas cervejas que seguem essa ecola.

Exemplo de alguns estilos de cervejas dessa escola:

Belgian Blonde Ale: São mais claras e menos amargas, complexas, perfumadas e muito cremosas. Há uma grande harmonia entre seu teor alcoólico, sua presença de lúpulo e de malte.

Belgian Dark Strong Ale: As cervejas desse estilo são mais maltadas, mais escuras e menos frutadas, porém com um aroma complexo, com notas de malte e frutas como a ameixa, figo ou uva-passa. São cervejas de espuma densa e persistente.

Belgian Dubbel: Seu nome foi dado em função dela ser bem mais forte que as tradicionais Ale consumidas nos mosteiros da época. A presença do malte é marcante, com toques de nozes e chocolate em seu sabor, de pouco amargor e com a cor variando do cobre ao marrom. Seu aroma tem notas de frutas não-cítricas, como a banana.

Belgian Trippel: Se comparadas às Belgian Dubbel, as Belgian Tripel são ainda mais fortes, embora mais claras e mais amargas, ainda que mais frutadas. Geralmente são cítricas, com notas de cravo e baunilha.

Belgian Quadruppel: Pertencem ao estilo Belgian Specialty Ale, portanto não podem ser consideradas um estilo de cerveja, apesar de aparecerem nesta descrição por terem se tornado bastante populares. São muito maltadas, bastante alcoólicas, atingem em média 10% de teor alcoólico, a presença do lúpulo é pouco notada.

Belgian Witbier: É a de trigo deles. Um pouco diferente das cervejas de trigo alemãs, já que geralmente usam trigo não maltado em sua receita, que também é adicionada de algumas especiarias como coentro e pimenta da Jamaica, casca de laranja. São bem claras e turvas, por não serem filtradas. São cervejas muito refrescantes por serem cítricas. Eu adoro essa! Ótima pedida em dias quentes.

Belgian Lambic: São produzidas através da fermentação espontânea que consiste em expor a própria cerveja a leveduras selvagens e consequentemente a bactérias. Estas cervejas apresentam componentes com um forte carácter ácido.

Dica Mineira de cervejas que seguem a Escola Franco-Belga:

Belgian Blond Ale: Frei Galdi da Cervejaria Fürst
Belgian Pale Ale: Belgian da Cervejaria Athos
Belgian Dubbel e Quadrupel: Cervejaria Wäls
Belgian Tripel: Inocência da Krugbier
Witbier: Toekan da Abadia das Gerais
Bière de Garde: Saint Hilaire da Uaimií

Dicas internacionais:

Fonte: Site Vem do Malte / Site Revista Deguste

Escolas cervejeiras: Escola Britânica

Vamos fala da Escola Britânica/?

UM POUCO DE HISTÓRIA

A história indica que a cerveja já era produzida nas ilhas Britânicas em 55 a.C., quando o general romano Júlio César, comandou a primeira invasão à Inglaterra. Na ocasião, avistou povos da tribo que consumiam uma bebida alcoólica fermentada, feita a partir de grãos (a cerveja da época).

A Escola Britânica  é a que mais se transformou entre as três escolas cervejeiras clássicas. Teve uma determinada época, que se consumia a hidromel (obtido da fermentação do mel). Em seguida, houve uma evolução para a fermentação também do malte de cevada, produzindo uma bebida forte, doce e alcoólica. O lúpulo começou a ser usado por volta do século XV.

Com a introdução do lúpulo para ser usado como conservante, os ingleses passaram a gostar do amargor, assim, mudaram completamente o conceito de suas Ales. De doces passaram a ser cada vez mais amargas. Naquela época, passou-se a chamar as lupuladas de Beer e as menos amargas de Ale.

As primeiras menções históricas à cerveja Porter remontam ao início do século XVIII na Inglaterra. Existem algumas teorias divergentes sobre a sua origem, porém o fato é que estas cervejas mais escuras e de perfil torrado faziam sucesso entre os clientes dos pubs e, mais notoriamente, entre os trabalhadores que transportavam cargas nos mercados locais e nos portos, chamados popularmente de Porters.

Outro momento marcante (meados do século XX), foi quando grandes cervejarias apareceram com suas Lagers em massa, desaparecendo com as cervejas fortes. No final da década de 70, consumidores revoltados com o desaparecimento do jeito inglês de fazer cerveja, criaram o CAMRA (Campanha pela Cerveja de Verdade – Campaign for Real Ale): responsável pelo resgate de estilos e da cultura dos pubs e dos pequenos cervejeiros.

cervejas-inglesas

Hoje, mesmo as Lagers sendo as mais consumidas, os ingleses continuam fiéis às Ales.

As cervejas da Escola Britânica são basicamente formadas por cervejas Ales (alta fermentação).

Mais uma curiosidade: Um dos hábitos ingleses é consumir cervejas em barris (chope), com isso, mais de 75% das cervejas são vendidas nas torneiras dos pubs ingleses.

Estão inclusas nessa escola os seguintes países: Inglaterra, Irlanda do Norte e a Escócia

CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA  BRITÂNICA

Então, como vimos, a Escola Britânica possui fases distintas refletindo assim em seus estilos. Algumas têm características doces e alcoólicas, outras são leves e amargas e outras são fortes e amargas. Têm para todos os gostos!

Suas cervejas têm características variadas, mas, em geral, o destaque fica por conta da doçura dos maltes que, junto com os lúpulos ingleses, trazem características herbais e terrosas, e equilibram as cervejas. A maioria é de cor escura.

Eu gosto muito dessa escola, principalmente quando o destaque é para o maltado. E para quem já me conhece, meu estilo de cerveja favorito é a Porter/Stout!
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Alguns estilos da Escola Cervejeira Britânica:

ENGLISH PALE ALE- Ale de cor âmbar, frutada, caracterizada por um grau alcoólico baixo (abaixo dos 4%) e com um amargo intenso, devido à grande quantidade de lúpulos ingleses. Existem outras duas variações: Best Bitter – que indica uma cerveja do mesmo tipo mas com uma gradação alcoólica com cerca de 4,5%, e a Extra Special Bitter (ESB) chegando até os 5,5%.

INDIA PALE ALE – surgiu da necessidade de transportar cerveja da Inglaterra à Índia, que no século XVIII era colônia britânica. Como ainda não existiam tecnologias modernas de refrigeração, e para que os ingleses que serviam na Índia não ficassem sem opção de cerveja, os cervejeiros britânicos buscaram uma solução: passaram a aumentar a quantidade de lúpulos em suas produções. Este aumento, aliado ao teor alcoólico mais elevado e menos açúcar residual, atuavam como conservantes nas cervejas, assim conseguiam transportá-la. As IPA’s inglesas são amargas, bem maltadas e encorpadas, com cor variando do âmbar-dourado ao cobre-claro.

BROWN ALE – O amargor e as características do malte estão nitidamente presentes tanto no aroma quanto no sabor. Sua cor pode variar entre o âmbar escuro e o marrom. Tem nuances de caramelo e castanha.

PORTER – De coloração marrom-escuro, com aromas e sabores predominantemente maltados, remetendo ao toffee, chocolate e torrefação. Tem um médio amargor.

STOUT – Antigamente esse nome Stout indicava a cerveja mais alcóolica da gama do produtor. Destaque pelo uso de grãos torrados, o que aumenta a amargura e reforça o sabor do café. Existem vários tipos de Stout:  Oatmeal Stouts, produzidas com aveia; as Sweet Stouts, produzidas com aditivos como açúcar, lactose e/ou chocolate; e as Russian Imperial Stouts, mais intensas em corpo, amargor e teor alcoólico; Chocolate/Coffe Stout são Stout adocicadas com doces e chocolates; e Dry Stout, ou Irish Stout, que tem perfil intenso de torrefação, baixo corpo e paladar seco, representado pela famosa Guinness. Existem versões mais alcoólicas chamadas Extra Stout.

OLD ALE – Cor escura, corpo cheio e grau alcoólico elevado, aromas de frutas vermelhas secas. Na garrafa pode envelhecer.

BARLEY WINE – O “Vinho de Cevada” é uma cerveja complexa, caracterizada por uma alta gradação alcoólica, gosto maltado, frutado e geralmente lembra o vinho. Geralmente de cor âmbar-escuro.

SCOTCH ALES – Têm característica maltadas e adocicadas. São as cervejas escocesas de maior teor alcoólico, com sabor muito maltado e caramelado, de pouco amargor.

Dica de Cerveja Mineira com estilo Britânico:
– English Pale Ale: God Save the Queen da Cervejaria Küd;
– Burton Pale Ale da Cervejaria Seu Tomé;
– Stout da Corja Brew;
– IPA: Melon Collie da Capapreta.

Dicas nacionais e importadas: