Anuário da Cerveja 2022: Brasil aumenta registros de cervejarias e Minas sobe para terceiro lugar

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) divulgou, no dia 5 de julho, o “Anuário da Cerveja 2022”, principal relatório oficial com dados do setor no Brasil. Segundo o documento, foram inauguradas 180 novas fábricas no país, que chegou a 1729 cervejarias, um crescimento de 11,6% em comparação com 2021. Além disso, Minas Gerais passou a ser o terceiro estado com mais cervejarias do país.

Não é novidade que o Brasil tem se destacado no mercado cervejeiro. E a cada pesquisa é constatado esse crescimento. O país já é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos e deve alcançar, em 2023, o volume de vendas de 16,1 bilhões de litros, um crescimento de 4,5% em relação a 2022, de acordo com dados da empresa de mercado Euromonitor International, para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja – Sindicerv. Isso é reflexo também do aumento de registro das cervejarias brasileiras que cresceu 11,6%, em relação a 2021.

O estado de Minas Gerais tem contribuído muito com esses números. Só em 2022, foram abertas 33 novas fábricas, com isso Minas Gerais entrou em 2023 com um total de 222 cervejarias em operação. O aumento de 17,5% colocou o estado no terceiro lugar entre as unidades da federação atrás apenas de São Paulo, com 387, e Rio Grande do Sul, com 310. O estado superou Santa Catarina, que era a terceira, que com 20 novas fábricas somou 215 estabelecimentos. Não houve diminuição do número de estabelecimentos em nenhuma unidade da Federação.

Entre as 10 cidades com mais cervejarias no país, três ficam em Minas Gerais: Nova Lima, com 22 fábricas, Juiz de Fora com 20 e Belo Horizonte com 19. Uberlândia também faz parte do seleto grupo de cidades com 10 cervejarias, com 11 fábricas registradas e operando.

As cidades com mais cervejarias do país:

São Paulo-SP (59); Porto Alegre-RS (42); Curitiba-PR (26); Nova Lima-MG (22); Caxias do Sul-RS (21); Juiz de Fora -MG (20); Belo Horizonte-MG (19); Rio de Janeiro-RJ (18); Sorocaba-SP (18) e Brasília-DF (17).

Ao todo, 100 cidades mineiras já possuem produção local de cerveja. Um dos destaques é Gonçalves, na Serra da Mantiqueira, que tem a maior densidade cervejeira do estado, com um estabelecimento para cada 2.180 habitantes. O estado, como um todo possui uma cervejaria para cada 96.450 habitantes, acima da média nacional que é de 123.376. Santa Catarina é a unidade da Federação em que os habitantes estão mais bem servidos com cervejarias, alcançando a primeira posição com a marca de um estabelecimento para cada 34.132 habitantes.

“Minas Gerais colocou em prática seu potencial e é isso que queremos levar para todo o Brasil. O país tem mostrado crescimento praticamente estável em 2021 e 2022, o que também ilustra a maturidade das micro, pequenas e médias cervejarias e o poder empreendedor do cervejeiro artesanal. Seguimos crescendo, estamos cada vez mais presentes no território nacional e movimentando a economia local. A enorme quantidade de produtos e marcas também ilustram o poder de inovação deste segmento”, afirma o presidente da Abracerva – Associação Brasileira de Cerveja Artesanal, Gilberto Tarantino.

Minas Gerais também é o terceiro estado em número de registros de produtos com 6.194 cervejas diferentes, uma média de 27,9 registros por fábrica. Ao todo, o Brasil possui 42.831 produtos registrados, um aumento de 19,8% na comparação com 2021. São Paulo lidera como o estado com maior número de marcas nos registros de cerveja (16.528) e maior número de produtos registrados (12.319) e, também, como o município com maior quantidade de registro de cervejas (1.817).

Tarantino, destaca que as cervejarias micro, pequenas e médias correspondem a cerca de 3% do mercado, mas representam 97% de todas as fábricas. Sua presença nos municípios ajuda a construir uma cadeia de valor que inclui bares especializados, qualificação de mão de obra para toda a cadeia, uso de insumos locais, criação de rotas turísticas e arrecadação de impostos.

Outros dados nacionais

Segundo o levantamento, a tendência de concentração de cervejarias na região Sudeste permanece, apresentando 798 estabelecimentos registrados, o que representa 46,2% do total de cervejarias do Brasil. Já a região que teve o maior crescimento relativo no ano foi a Norte, que apesar de contar apenas com 36 estabelecimentos, apresentou 20% de aumento no número de estabelecimentos registrados em comparação a 2021.

O Acre, Amapá e Roraima seguem sendo as únicas unidades federativas que possuem apenas um município com presença de cervejaria.

O anuário aponta que houve uma pequena redução da exportação brasileira de cerveja em 2022 relativa a 2021. No ano passado, foram exportados 200.588.542 kg do produto, o que representa um decréscimo de 16,8%. Em 2022, o Brasil exportou cerveja para 79 países diferentes, igualando à maior marca do período estudado, verificada em 2020.

A América do Sul segue sendo o principal parceiro econômico na compra da cerveja brasileira, correspondendo a 98,4% das vendas, tendo o Paraguai como principal destino, seguido por Bolívia, Argentina, Uruguai e Chile.

A importação brasileira de cerveja segue em queda, muito provavelmente pela maior oferta de produtos nacionais. Enquanto em 2021 a quantidade importada foi de 18.406.249 kg, em 2022 a quantidade diminuiu para 14.897.234 kg, o que representa um decréscimo de cerca de 19,1%.

O setor cervejeiro no Brasil é historicamente relevante para economia nacional, gerando mais de 42 mil empregos diretos.

A região sudeste detém 57,8% dos empregos diretos, seguida das regiões Nordeste e Sul com, respectivamente, 16,8% e 14,7%. Na sequência temos o Centro-Oeste com 7,1% e a região Norte com apenas 3,7%.

Lembrando que, por não disporem da infraestrutura necessária, as cervejarias ciganas não são consideradas nessa pesquisa, visto que elas não têm registro próprio e fabricam suas cervejas em cervejarias que têm registro.

Apesar do crescimento contínuo, o Brasil ainda tem muito o que crescer nesse mercado. Países muito menores como Reino Unido e França contam com mais de 2 mil cervejarias. Já os EUA, que também possui uma extensão territorial maior, possui um número ainda maior, contabilizando mais de 9500 cervejarias, 5 vezes o número de cervejarias registradas no Brasil.

O Anuário pode ser acessado no site do MAPA, pelo endereço https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/setor-cervejeiro-segue-crescendo-a-cada-ano-aponta-anuario.

Número de cervejarias no Brasil aumenta 12%

Se alguém tinha dúvida, acho que agora não tem mais: o Brasil é um país cervejeiro! E quem confirma isso são os dados do “Anuário da Cerveja 2021”, divulgado, em 31 de agosto de 2022, pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

De acordo com o levantamento, o país possui 1.549 cervejarias. Com isso, houve um aumento de 12% em relação ao anuário do ano passado, referente à 2020. Só em 2021, foram registradas 200 novas cervejarias e outras 34 cancelaram os registros, o que representa uma expansão de 166 novas empresas no mercado cervejeiro no País.

“A gente está falando do Brasil como o terceiro maior produtor da bebida do mundo, ficando atrás apenas da China e dos EUA”, disse Carla Crippa, vice-presidente de assuntos corporativos da Ambev e do Sindicerv. O país é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo, atrás da China e dos Estados Unidos, e em 2021, o volume de vendas atingiu o patamar de 14.3 bilhões de litros, de acordo com o levantamento realizado para a entidade da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International.

Lembrando que a “cervejaria cigana” ou contract brewing, aquelas cervejarias que produzem suas cervejas na fábrica de outra, não constam nesses dados, pois não são estabelecimentos passíveis de registro no Mapa, tendo em vista que não possuem estrutura própria de fabricação, de maneira que somente as cervejarias com fábrica própria constam das estatísticas apresentadas.

Ainda segundo o Anuário, a maior parte das cervejarias brasileiras encontra-se nas regiões Sul e Sudeste, somando 1.329 estabelecimentos. Isso, representa 85,8% do total de cervejarias do Brasil. São Paulo lidera em número de cervejarias registradas novamente, com 340, seguido do Rio Grande do Sul, com 285, Santa Catarina, com 195, e Minas Gerais, com 189 cervejarias registradas. Uma observação é que Santa Catarina e Minas Gerais inverteram a posição em relação ao anuário de 2020.  Antes, MG  estava na terceira posição com 178, e SC na quarta posição com 175.

Uma curiosidade em Minas é que a cidade de Juiz de Fora passou a capital mineira, Belo Horizonte, em números de cervejaria, com 16 estabelecimentos, uma a mais que BH. Nova Lima, que fica a 20km de BH, continua sendo o principal polo cervejeiro de Minas, com 22 cervejaria. A cidade é a quarta com mais cervejarias no Brasil, fica atrás somente das capitais São Paulo (51), Porto Alegre (43) e Curitiba (25).

A região Norte continua sendo a região com menos registros de cervejarias, com 1,9%. Porém, foi a que apresentou o maior aumento percentual no número de produtos, com evolução em 20,8%. Nessa região, foram abertas cinco novas cervejarias sendo duas em Rondônia (200%) e uma nos estados do Acre, Tocantins e Pará. Apenas dois estados tiveram redução no número de cervejarias em relação a 2020: o Rio Grande do Norte, que passou de 20 para 19 estabelecimentos, e o Amazonas, que reduziu de cinco para quatro cervejarias.

O Anuário da Cerveja 2021 revela ainda que em 672 municípios brasileiros há pelo menos uma cervejaria, o que representa um aumento da dispersão em 10,3% se comparado a 2020.

Com relação aos produtos, em 2021, o total de novos produtos registrados teve crescimento em 5,2%, em relação a 2020, totalizando 1.178 a mais. Atualmente, o Brasil possui 35.741 produtos em cervejaria e o estado de São Paulo lidera a lista com 10.104 produtos. A média brasileira é de 23,1 registros de produtos por estabelecimento.

O levantamento mostra ainda a densidade de cervejarias por habitantes. Santa Catarina tem o maior indicador, com um estabelecimento para cada 37.633 habitantes. Em nível nacional, o Brasil tem uma cervejaria registrada para cada 137.713 habitantes. “A nossa cadeia produtiva é extensa, ela vai do campo ao copo. Representa 2% do PIB, uma massa salarial de R$ 27 bilhões por ano, uma geração de tributos da ordem de R$ 25 bilhões. O setor é resiliente, passou bem pela pandemia, com percalços pontuais”, afirmou Luiz Nicolaewsky, superintendente do Sindicerv (Sindicato Nacional da Cerveja).

Quanto à exportação e à importação, o anuário aponta que houve um aumento de 66 milhões de quilos do volume exportado em relação ao ano anterior, representando um faturamento de mais de US$ 131,5 milhões. A América do Sul corresponde a 99% das vendas, tendo o Paraguai como principal destino, seguido por Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai.

Em dez anos, as exportações brasileiras tiveram um aumento de 200% no volume, saindo de 80.331.760 quilos em 2011 e chegando a 241.116.776 quilos, em 2021.

Já a importação brasileira de cerveja reduziu 58,7% nesse período, de 44.607.806 kg em 2011 para 18.406.249 kg, em 2021. Ao todo, o Brasil exportou para 71 países em 2021 e importou de 27 países.

Clique aqui para acessar o Anuário completo.

O Mapa é o órgão responsável por registrar e autorizar as cervejarias a funcionarem, considerando a atividade e linha de produção, bem como a capacidade técnica e condições higiênico sanitárias. Todos os estabelecimentos produtores, padronizadores, engarrafadores, atacadistas, exportadores e importadores devem ser registrados, assim como todas as bebidas produzidas no país. O certificado de registro tem validade de 10 anos.

O Sindicerv é o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (SINDICERV), fundado em 1948, representa os interesses das empresas responsáveis por mais de 80% da fabricação de cerveja no Brasil.