Anuário da Cerveja 2025: mercado cervejeiro brasileiro cresce e diversifica

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou o Anuário da Cerveja 2025, que traz um panorama detalhado do mercado cervejeiro brasileiro com dados referentes a 2024. O levantamento mostra crescimento no número de cervejarias, na produção total e na exportação, além de destacar a forte expansão das cervejas sem álcool.

É importante lembrar que, nesses dados, não entram a cervejarias ciganas, que são aquelas que não têm fábrica própria, ou seja, produzem suas cervejas em fábrica de outras cervejarias. Se essas fossem consideradas, os números a seguir seriam ainda maiores.

De acordo com o documento, o Brasil conta atualmente com 1.949 cervejarias registradas, um aumento de 5,5% em relação a 2023. Foram abertas 102 novas unidades no último ano. Ao todo, 790 municípios possuem pelo menos uma cervejaria, ampliando a presença da atividade em diferentes regiões do país.

Apesar do aumento de estabelecimentos com registro, em 2024, houve uma
redução de 5,4% em relação ao total de produtos registrados que havia em 2023,
o que representa 2.472 registros a menos. Ao todo, são 43.176 cervejas com registro no país em 2024 e é a primeira vez que se verifica uma redução no número de produtos registrados
no período estudado.

Na produção, o volume declarado chegou a 15,34 bilhões de litros. Esse volume indica uma ligeira queda na produção nacional, de 0,11%, se comparada ao ano anterior. Desse total, 24,7% correspondem a cervejas puro malte.

Os estilos mais produzidos continuam sendo Lager leve clara (58,3%), Pilsen (32,4%) e outras lagers (8,5%). O estilo que mais aumentou a porcentagem em comparação a 2023 foi a Lager intensa escura. Já o estilo com maior queda foi a Weizenbier. A IPA teve uma queda de 9,54%

Com 889 estabelecimentos, a região Sudeste segue sendo aquela com o maior número de cervejarias registradas no país, o que representa 45,6% do total de cervejarias do Brasil. A segunda região com mais cervejarias é o Sul, com 774.

São Paulo segue liderando como o Estado com maior número de cervejarias registradas, com 427 estabelecimentos. Minas está em quarto, atrás, também, do Rio Grande do Sul (2º) e Santa Catarina (3º). Santa Catarina é a unidade da federação com maior crescimento absoluto no número de estabelecimentos em relação a 2023, apresentando um aumento de 25 cervejarias, o que representa um crescimento de 11,1% para o estado.

Acre, Amapá e Roraima seguem sendo as únicas unidades federativas que possuem apenas um município com presença de cervejaria.

O estado em que os habitantes estão mais bem servidos com cervejarias é, por mais um ano, o Rio Grande do Sul, com a marca de um estabelecimento para cada 32.177 habitantes.

Minas tem 3 cidades no top 10 com mais cervejarias registradas: Belo Horizonte (25), Nova Lima (21) e Juiz de Fora (20). A outra cidade mineira que tem 10 ou mais cervejarias é Uberlândia, com 10.

O anuário aponta ainda que apenas 1% das cervejarias respondem por quase 50% da produção nacional, enquanto 5% concentram 99% do volume produzido, evidenciando a predominância das grandes empresas.

Outro destaque é o crescimento das cervejas sem álcool, que registraram aumento de 536,9% em 2024 e já representam 4,9% da produção.

Também houve o crescimento de mais de 100% para cervejas sem glúten e com café e mais de 50% das cervejas feitas com madeira e mel.

Um dado preocupante foi o número de cancelamentos ou vencimentos de registro de cervejarias. Em 2024, houve 111 cancelamentos ou vencimentos de registro de cervejaria, os quais ocorreram em um total de 91 municípios e de 18 unidades da federação. O Rio Grande do Sul é o estado com maior número de ocorrências, com 32 cervejarias tendo seus registros cancelados ou vencidos e não renovados, o que representa 28,8% de todas as ocorrências verificadas no país. Números esses que pode ter sido causado pela calamidade ocorrida no ano passado. Apesar disso, o estado ainda fechou o ano com crescimento de 4,2% no número de estabelecimentos registrados, o que representa 14 cervejarias a mais em relação ao ano anterior, saltando de 335 em 2023 para 349 em 2024.

No comércio exterior, as exportações somaram 332,5 milhões de litros, alta de 43,4% em relação ao ano anterior, com receita de US$ 204 milhões. O Paraguai foi o principal destino, responsável por 66,5% do volume exportado.

O setor de bebidas empregou mais de 140 mil pessoas em 2024, sendo o segmento cervejeiro responsável por 71,2% desses postos de trabalho.

Os dados do Anuário da Cerveja 2025 revelam que, mesmo diante de oscilações na produção e no número de produtos registrados, o setor cervejeiro brasileiro segue em expansão e diversificação. O aumento no número de cervejarias, a ampliação das exportações e a consolidação de novos nichos, como as cervejas sem álcool, indicam que o mercado continua dinâmico e atento às mudanças de consumo. Para produtores e consumidores, o cenário reforça o papel da cerveja como um dos produtos mais relevantes da indústria de bebidas no país, tanto no copo quanto na economia. Por outro lado, o número de cancelamentos mostra a dura realidade de um setor altamente competitivo.

O Anuário da Cerveja é publicado anualmente pelo MAPA e serve como referência para acompanhar a evolução e as tendências do mercado no país.

Clique aqui para acessar o Anuário da Cerveja 2005 na íntegra.

Brasil é um dos países que mais consomem cerveja no mundo

Os países com maior consumo de cerveja do mundo foram mapeados pelo tradicional relatório da japonesa Kirin Holding Company.

Foto: Mario Hoesel/Adobe Stock

Em relação ao consumo global de cerveja, o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking, com 149 milhões de hectolitros consumidos, volume que representa 7,8% de todo o mundo. Também houve aumento de 3,6% em relação a 2021.

Pelo 20º ano consecutivo a China foi o país que mais consumiu cerveja do mundo, bebendo pouco mais de 420 milhões de hectolitros em 2022, o que representa cerca de 22% da cerveja consumida mundialmente. Isso é mais que o dobro do consumo dos Estados Unidos que se mantém em segundo lugar consumindo 203 milhões de hectolitros.

Mas, quando a gente vê que o Brasil é o 3º país que mais bebe cerveja no mundo, até achamos que bebemos muito! Porém, não podemos esquecer que somos o 7º país mais populoso do mundo.

A lista dos dez países com as maiores populações do mundo, segundo estimativa da ONU em 2023: Índia: 1,428 bilhão; China: 1,425 bilhão; Estados Unidos: 334,6 milhões; Indonésia: 281,6 milhões; Paquistão: 232,9 milhões; Nigéria: 220,5 milhões; Brasil: 216,4 milhões; Bangladesh: 169,3 milhões; Rússia: 146,1 milhões; México: 132,7 milhões.

Por isso, é importante levar em consideração outros números como a quantidade de cerveja consumida por pessoas.

    Maiores consumidores de cerveja por país em 2022
    ClassificaçãoPaís
    1China
    2Estados Unidos da América
    3Brasil
    4México
    5Rússia
    6Alemanha
    7Vietnã
    8Reino Unido
    9Espanha
    10Japão

    Já quando o assunto é o consumo por pessoa, o Brasil cai drasticamente no ranking. Em relação ao volume per capita, o Brasil fica em 25º lugar, com consumo de 69,3 litros por habitante por ano, de acordo com o Relatório Global de Consumo de Cerveja, da Kirin Holdings.

    Voltando para o relatório, segundo a sua última edição, com dados de 2022, houve aumento anual de 3,1% no volume de bebida consumida por habitante no país em comparação com 2021.

    Agora sim, eu vou falar dos bebedores de verdade!

    Pelo 30º ano consecutivo, a República Checa liderou o consumo per capita de cerveja, com 188,5 litros por ano por habitante. A Áustria ficou em segundo lugar, com um consumo 101,2 litros por pessoa. A Polônia alcançou a terceira posição, com 99,6 litros.

    Os Estados Unidos ficaram em 31º neste ranking de cerveja por pessoa e a China não aparece nem na lista dos 35.

    Esse relatório foi divulgado no final de 2023 com dados de 2022. A Kirin atua nas indústrias de alimentos, bebidas, farmacêutica e de saúde e baseia seu relatório em questionários anuais enviados a diversas associações cervejeiras em todo o mundo, bem como em relatórios recentes da indústria cervejeira.

    Clique aqui para ver as tabelas completas com cada ranking.

    Fonte: Estadão e Catalisi