Mesmo com o cancelamento dos festivais, do carnaval, que é um dos eventos em que os brasileiros mais consomem a bebida, e da retomada mais lenta do convívio social, devido às restrições de funcionamento de bares e restaurantes, o consumo de cerveja se manteve em alta em 2021.
Essa conclusão pode ser tirada através dos dados divulgados de um levantamento feito pela consultoria Euromonitor a pedido do Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja (Sindicerv).
De acordo com o estudo, as vendas de cerveja cresceram 7,7% em volume comparando o ano de 2021 com o ano de 2020, chegando a 14,3 bilhões de litros de cerveja em comparação com os 13,31 bilhões no ano anterior.
Mas, se engana quem acha que esses números só aumentaram porque a comparação foi feita com 2020, ano em que as restrições eram ainda maiores devido ao início da pandemia. O consumo de 2021 também foi maior que em 2019, quando foram vendidos 12,63 bilhões de litros no país.

“O avanço ocorreu em mais um ano desafiador para a indústria, marcado por um cenário econômico de alta nos juros, queda do Produto Interno Bruto, mudança no hábito dos consumidores e incertezas do rumo da pandemia de COVID-19”, diz o superintendente do Sindicerv, Luiz Nicolaewsky.
Com esse aumento no consumo, a projeção das vendas no varejo apresentou alta de aproximadamente 11% (o aumento de preços relativo a cerveja em 2021 foi de cerca de 7,8%) em comparação a 2020 totalizando R$ 208,8 bilhões ante R$ 184,5 bilhões, no ano anterior.
O aumento de faturamento acima do crescimento em volume e da inflação mostra uma tendência de migração para produtos mais caros, impulsionado pela força das cervejas premium entre os consumidores, que tem sido o segmento de maior crescimento dentro do mercado cervejeiro nacional.
Além disso, houve um crescimento por parte dos consumidores de cerveja não alcoólica. A projeção do volume por litros foi de mais de 257 milhões, que corresponde ao crescimento de 30% nas vendas em comparação com 2020 (197,8 milhões/litro).
As mais pedidas
De acordo com o levantamento, entre os brasileiros, a categoria de cerveja mais popular continua sendo a Lager, que representa 91% do volume total de vendas de cerveja no varejo.
Skol e Brahma permaneceram na liderança das marcas com maior volume de vendas no país seguida da Antarctica, Itaipava, Nova Schin e Kaiser.
Só para lembrar, o Brasil é o terceiro maior produtor de cervejas em volume do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China. A indústria da cerveja gera mais de 2 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos e representa pouco mais de 2% do PIB.