Por Diário do Comércio
O consumo de cerveja artesanal em Minas cresceu 12% no primeiro semestre na comparação com igual intervalo do ano passado. Os dados são do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas MG).

Entre os fatores que impulsionaram o desempenho no primeiro semestre está a flexibilização das medidas de combate à Covid-19. O consumo fora do lar tem aumentado na medida em que mais pessoas estão tomando as doses de reforço da vacina contra o coronavírus.
O vice-presidente do Sindibebidas-MG, Marco Falcone, ressalta que alguns desafios impossibilitaram um desempenho ainda melhor no período. “Os desafios são muitos, e a escassez de insumos realmente dificultou, tanto que estamos com uma falta de garrafas muito grande, e agora existe um problema maior que é o CO2, que também está em falta, sendo muito importante não só no processo produtivo, como também na embalagem e para a dispensa do chope”, explica.
Falcone exemplifica que o malte, ou seja, a tradicional cevada germinada, principal insumo da cerveja, está em falta no mercado, impactando diretamente a linha de produção das fábricas mineiras. Ele explica que a maior parte dessa cevada, o Brasil importa da Europa, porém, os desembarques foram prejudicados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Estando por vários dias presa nos portos ucranianos, a importante matéria-prima do mercado cervejeiro, prejudicou as cervejarias, escasseando e encarecendo o produto. “Isso tem refletido aqui no Brasil. Apesar da gente ter tido um aumento incrível de vendas considerando a época, com 12%, nós tivemos um aumento de insumos na ordem de 25%, que é uma coisa bastante considerável”.
Tendência de crescimento
Com boas expectativas para o Dia dos Pais, uma das datas mais importantes dentro do calendário cervejeiro, para o segundo semestre, a tendência de crescimento se mantém. Desta forma, o Sindbebidas projeta elevação de 15% nas vendas quando comparado ao mesmo período do ano passado.
“Esperamos que para o Dia dos Pais tenhamos relativamente esse aumento. Já para o segundo semestre, esperamos que tenhamos um aumento bastante interessante nas vendas. Isso porque os efeitos da pandemia diminui a cada dia, e o setor está conseguindo desempenhar um crescimento interessante e cuidadoso. Cuidadoso porque passamos muito aperto durante todo esse período”, aguarda.
Sede do consumidor
Para garantir maior resiliência da indústria de cerveja artesanal em Minas, o vice-presidente Marco Falcone estima que para o segundo semestre o crescimento supere os 18%, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, período ainda marcado pela pressão inflacionária.